- O Desejado de Todas as Nações V. Adensam-se as Sombras
A Crise na Galiléia
Capítulo: 040 041042
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mesmo espírito, os filhos rejeitaram Aquele que lhes apresentava a mensagem de Deus. "Na verdade, na verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do Céu; mas Meu Pai vos dá o verdadeiro pão do Céu." O doador do maná ali estava entre eles. Fora o próprio Cristo que conduzira os hebreus através do deserto, e os alimentara diariamente com o pão do Céu. Esse alimento era uma figura do verdadeiro pão do Céu. O Espírito insuflador de vida, brotando da infinita plenitude de Deus, eis o verdadeiro maná. Jesus disse: "O pão de Deus é aquele que desce do Céu e dá vida ao mundo."
Pensando ainda que era à comida temporal que Jesus Se referia, alguns dos ouvintes exclamaram: "Senhor, dá-nos sempre desse pão." Jesus falou então abertamente: "Eu sou o pão da vida."
A figura empregada por Cristo era familiar aos judeus. Moisés, por inspiração do Espírito Santo, dissera: "O homem não viverá só de pão, mas … de tudo o que sai da boca do Senhor." E o profeta Jeremias escrevera: "Achando-se as Tuas palavras, logo as comi, e a Tua palavra foi para mim o gozo do meu coração." Deut. 8:3; Jer. 15:16. Os próprios rabinos costumavam dizer que o comer do pão, em seu sentido espiritual, era o estudo da lei e a prática das boas obras; e dizia-se muitas vezes que, na vinda do Messias, todo o Israel seria alimentado. O ensino dos profetas tornava clara a profunda lição espiritual no milagre dos pães. Essa lição estava Cristo procurando patentear aos Seus ouvintes na sinagoga. Houvessem entendido as Escrituras, e teriam compreendido Suas palavras quando disse: "Eu sou o pão da vida." Apenas na véspera a grande multidão, faminta e cansada, se alimentara do pão por Ele dado. Como daquele pão tinham recebido força física e refrigério, assim poderiam receber de Cristo vigor espiritual para a vida eterna. "Aquele que vem a Mim não terá fome, e quem crê em Mim nunca terá sede." Mas acrescentou: "Vós Me vistes, e contudo não credes."
Tinham visto Cristo pelo testemunho do Espírito Santo, pela revelação de Deus a sua alma. As vivas evidências de Seu poder estiveram perante eles dia após dia; mas pediam ainda outro sinal. Houvesse este sido dado, e permaneceriam tão incrédulos como antes. Se não se convenciam pelo que tinham visto e ouvido, inútil seria mandar-lhes mais obras maravilhosas. A incredulidade encontrará sempre desculpa para a dúvida, e raciocinará negativamente sobre a mais positiva prova.
Novamente apelou Cristo para aqueles corações obstinados. "O que vem a Mim de maneira nenhuma o lançarei fora." Todo