- O Desejado de Todas as Nações V. Adensam-se as Sombras
Barreiras Derribadas
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entre os fenícios muitos judeus, e a notícia da obra de Cristo penetrara nessa região. Alguns dentre o povo Lhe ouviram as palavras e testemunharam as maravilhosas obras que realizava. Essa mulher ouvira falar do profeta que, dizia-se curava toda espécie de doenças. Ao ser informada de Seu poder, nasceu-lhe a esperança no coração. Inspirada pelo amor materno, decidiu apresentar-Lhe o caso de sua filha. Tinha o firme desígnio de levar sua aflição a Jesus. Este devia curar-lhe a filha. Ela buscara auxílio dos deuses pagãos, mas não obtivera melhoras. E por vezes era tentada a pensar: Que poderá fazer por mim esse Mestre judaico? Mas fora-lhe dito: Ele cura toda espécie de doenças, sejam ricos ou pobres os que Lhe vão pedir ajuda. Decidiu não perder sua única esperança.
Cristo conhecia a situação dessa mulher. Sabia que O anelava ver, e colocara-Se-lhe no caminho. Mitigando-lhe a dor, poderia dar viva representação do que pretendia ensinar. Para esse fim levara os discípulos àquele lugar. Desejava que vissem a ignorância existente em aldeias e cidades vizinhas da terra de Israel. O povo a quem se dera todo o ensejo de compreender a verdade, desconhecia as necessidades dos que os rodeavam. Esforço algum se fazia para ajudar as almas em trevas. O muro de separação, criado pelo orgulho judaico, impedia os próprios discípulos de se compadecerem do mundo pagão. Cumpria, porém, derribar essas barreiras.
Cristo não atendeu imediatamente à súplica da mulher. Recebeu essa representante de uma raça desprezada, como o teriam feito os próprios judeus. Assim procedendo, era Seu intuito impressionar os discípulos quanto à maneira fria e insensível com que os judeus tratariam um caso assim, ilustrando-o com o acolhimento dispensado à mulher; e quanto ao modo compassivo por que desejava que tratassem com essas aflições, segundo o exemplificou na atenção que posteriormente lhe deu ao pedido.
Mas embora Jesus não respondesse, a mulher não perdeu a fé. Passando Ele, como se a não ouvisse, seguiu-O, continuando em suas súplicas. Aborrecidos com sua importunação, os discípulos pediram a Jesus que a despedisse. Viram que o Mestre a tratava com indiferença e daí julgaram que os preconceitos dos judeus contra os cananeus Lhe agradavam. Aquele a quem a mulher dirigia seus rogos, porém, era um compassivo Salvador e, em resposta ao pedido dos discípulos, disse Jesus: "Eu não fui