- O Desejado de Todas as Nações V. Adensam-se as Sombras
O Verdadeiro Sinal
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Os judeus estavam habituados, desde os dias de Moisés, a tirar de casa o fermento, por ocasião da Páscoa, e tinham sido assim ensinados a considerá-lo como símbolo do pecado. Todavia, os discípulos deixaram de compreender Jesus. Em sua súbita partida de Magdala, esqueceram-se de prover-se de pão, tendo consigo apenas um. Entenderam que Cristo Se referia a essa circunstância, advertindo-os a não comprar pão de um fariseu ou saduceu. Sua falta de fé e de visão espiritual levaram-nos, muitas vezes, a semelhante má compreensão de Suas palavras. Então Jesus os reprovou por pensarem que Aquele que alimentara milhares com uns poucos peixes e pães de cevada, poderia, naquela solene advertência, referir-Se meramente à comida temporal. Havia perigo de que o astuto raciocínio dos fariseus e saduceus levedasse os discípulos com incredulidade, levando-os a considerar levianamente as obras de Cristo.
Os discípulos pensavam que o Mestre devia ter atendido ao pedido de um sinal do céu. Acreditavam que Ele era plenamente capaz de o fazer, e que um sinal assim reduziria a silêncio os inimigos. Não discerniam a hipocrisia desses fingidos.
Meses mais tarde, "ajuntando-se… muitos milhares de pessoas, de sorte que se atropelavam uns aos outros", Jesus repetiu o mesmo ensino. "Começou a dizer aos discípulos: Acautelai-vos primeiramente do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia." Luc. 12:1.
O fermento posto na farinha opera imperceptivelmente, mudando toda a massa, segundo sua natureza. Assim, se à hipocrisia se permitir lugar no coração, penetra o caráter e a vida. Um exemplo frisante da hipocrisia dos fariseus, Cristo já censurara condenando o costume do "Corbã", pelo qual a negligência do dever filial se ocultava sob uma pretensa liberalidade para com o templo. Os escribas e fariseus estavam insinuando princípios enganadores. Disfarçavam a verdadeira tendência de suas doutrinas, e aproveitavam toda ocasião de as instilar artificiosamente no espírito dos ouvintes. Esses falsos princípios, uma vez aceitos, operavam como fermento na massa, nela penetrando e transformando-lhe o caráter. Era esse ensino enganoso que tornava tão difícil ao povo o receber as palavras de Cristo.
As mesmas influências estão operando hoje em dia mediante os que buscam explicar de tal modo a lei de Deus, que a fazem conformar-se com suas práticas. Esta classe não ataca abertamente a lei, mas expõe teorias especulativas que lhe minam os