- O Desejado de Todas as Nações VII. Aproxima-se o Fim
O Banquete em Casa de Simão
Capítulo: 061 062063
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pecados, chamara do sepulcro seu bem-amado irmão, e a alma de Maria estava cheia de reconhecimento. Ouvira Jesus falar de Sua morte próxima e, em seu profundo amor e tristeza, almejara honrá-Lo. Com grande sacrifício para si, comprara um vaso de alabastro de "ungüento de nardo puro, de muito preço" (João 12:3) para com ele ungir-Lhe o corpo. Mas agora muitos diziam que Ele estava para ser coroado rei. Seu pesar transformou-se em alegria, e ansiava ser a primeira a honrar a seu Senhor. Quebrando o vaso de ungüento, derramou o conteúdo sobre a cabeça e os pés de Jesus, e depois, enquanto de joelhos chorava umedecendo-os com lágrimas, enxugava-os com os longos cabelos soltos.
Buscara não ser observada, e seus movimentos poderiam passar desapercebidos, mas o ungüento encheu a sala de odor, declarando a todos os presentes a ação dela. Judas contemplou a mesma com grande desagrado. Em vez de esperar o que diria Cristo sobre o assunto, começou a murmurar suas recriminações aos que lhe ficavam mais próximos, censurando-O por tolerar esse desperdício. Fez astutamente insinuações de molde a produzir descontentamento.
Judas era tesoureiro dos discípulos, e de seu pequeno depósito subtraíra às escondidas para o próprio uso, limitando assim a uma insignificância os recursos dos discípulos. Ansiava colocar na bolsa tudo quanto pudesse obter. Dos meios desta bolsa muitas vezes se tirava para socorro dos pobres; e quando se comprava qualquer coisa que Judas não julgava essencial, dizia: Por que esse desperdício? por que o preço disso não se pôs na bolsa que tenho para os pobres? Ora, o ato de Maria achava-se em tão frisante contraste com o seu egoísmo, que o colocava em situação vergonhosa; e, segundo o seu costume, procurou apresentar um motivo digno à objeção que fazia a sua oferenda. Voltando-se para os discípulos, disse: "Por que não se vendeu este ungüento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres? Ora ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão, e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava." João 12:5 e 6. Judas não tinha coração para os pobres. Houvessem vendido o ungüento de Maria, caísse o lucro em seu poder, e não teriam os pobres recebido benefício.
Judas tinha em alto conceito sua habilidade administrativa. Julgava-se, como financista, muito superior aos condiscípulos e levara-os a considerá-lo da mesma maneira. Conquistara-lhes a confiança, e exercia sobre eles grande influência. Sua professada simpatia pelos pobres os enganou; e a astuta insinuação que fez