- O Desejado de Todas as Nações VII. Aproxima-se o Fim
O Templo Novamente Purificado
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pela vida do mundo, e que pela oferta de sacrifícios deviam os homens ser levados ao crucificado Redentor.
Jesus olhava as inocentes vítimas do sacrifício, e via como os judeus haviam tornado essas grandes convocações cenas de derramamento de sangue e de crueldade. Em lugar de humilde arrependimento pelo pecado, multiplicaram o sacrifício de animais, como se Deus pudesse ser honrado por um serviço destituído de coração. Os sacerdotes e principais endureceram a alma pelo egoísmo e a avareza. Os próprios símbolos que indicavam o Cordeiro de Deus, haviam eles transformado num meio de ganho. Assim, aos olhos do povo fora destruída, em grande parte, a santidade do serviço sacrifical. Despertou-se a indignação de Jesus; sabia que Seu sangue, tão próximo a ser vertido pelos pecados do mundo, seria tão pouco apreciado pelos sacerdotes e anciãos, como o dos animais, que derramavam incessantemente.
Contra tais práticas falara Cristo por meio dos profetas. Dissera Samuel: "Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à Palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender melhor é do que a gordura de carneiros." I Sam. 15:22. E Isaías, vendo em visão profética a apostasia dos judeus, a eles se dirigiu como príncipes de Sodoma e Gomorra: "Ouvi a Palavra do Senhor, príncipes de Sodoma; prestai ouvidos à lei do nosso Deus, vós, ó povo de Gomorra. De que Me serve a Mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e de gordura de animais nédios; e não folgo com o sangue dos bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecerdes diante de Mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis pisar os Meus átrios?" "Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos Meus olhos; cessai de fazer mal; aprendei a fazer bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão, tratai da causa das viúvas." Isa. 1:10-12, 16 e 17.
Aquele mesmo que dera essas profecias, repetia agora, pela última vez, a advertência. Em cumprimento da profecia, o povo proclamara Jesus rei de Israel. Ele lhes recebera as homenagens, e aceitara a posição de rei. Nesse caráter devia agir. Sabia que seriam nulos Seus esforços para reformar um sacerdócio corrompido; não obstante, essa obra precisava ser feita; tinha de ser dada a um povo incrédulo a prova de Sua divina missão.
Novamente o penetrante olhar de Jesus percorreu o profanado pátio do templo. Todos os olhares estavam voltados para Ele.