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O Desejado de Todas as Nações
LivrosAutor: Ellen White
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isso. Torcendo essas palavras, esperavam tomar vantagem. Os romanos tinham-se empenhado em reconstruir e embelezar o templo, e dele muito se orgulhavam; qualquer desprezo a ele manifestado, incitar-lhes-ia certamente a indignação. Nisso tanto romanos como judeus, fariseus e saduceus estavam em harmonia; pois todos tinham o templo em grande veneração. A esse respeito, encontraram-se duas testemunhas cuja declaração não era contraditória como as das outras. Uma delas, que fora subornada para acusar Jesus, declarou: "Este disse: Eu posso derribar o templo de Deus e reedificá-lo em três dias." Assim eram desfiguradas as palavras de Cristo. Se fossem relatadas tais quais Ele as proferira, não teriam eles conseguido Sua condenação, nem mesmo por meio do Sinédrio. Fosse Jesus um simples homem, como os judeus pretendiam, Sua declaração haveria apenas indicado um espírito irrazoável, jactancioso, mas não poderia ter sido considerada blasfêmia. Mesmo torcidas pelas falsas testemunhas, essas palavras nada continham que pudesse ser olhado pelos romanos como crime digno de morte.

Pacientemente escutava Jesus os contraditórios testemunhos. Nem uma palavra proferia em defesa própria. Por fim os acusadores viram-se emaranhados, confusos e enfurecidos. O julgamento não avançava: dir-se-ia que suas tramas iam fracassar. Caifás estava desesperado. Restava um único recurso; Cristo devia ser forçado a Se condenar a Si mesmo. O sumo sacerdote ergueu-se da cadeira de juiz, fisionomia transtornada pela paixão, indicando pela voz e as maneiras que, estivesse em seu poder, e abateria o Preso que se achava diante dele. "Não respondes coisa alguma ao que estes depõem contra Ti?" (Mat. 26:62) exclamou.

Jesus guardou silêncio. "Ele foi oprimido, mas não abriu a Sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e, como a ovelha muda perante os Seus tosquiadores, Ele não abriu a Sua boca." Isa. 53:7.

Por fim Caifás, erguendo para o Céu a mão direita, dirigiu-se a Jesus na forma de um solene juramento: "Conjuro-Te pelo Deus vivo que nos digas se Tu és o Cristo, o Filho de Deus." Mat. 26:63.

Em face deste apelo não podia Cristo permanecer silencioso. Havia tempo de ficar mudo e tempo de falar. Não falara antes que fosse diretamente interrogado. Sabia que responder agora era tornar certa Sua morte. Mas o apelo era feito pela mais alta autoridade reconhecida da nação, e em nome do Altíssimo. Cristo não deixaria de mostrar o devido respeito pela lei. Mais ainda, Sua própria relação para com o Pai era invocada. Precisa declarar plenamente Seu caráter e missão. Dissera aos discípulos:

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