- O Desejado de Todas as Nações VIII. O Crucificado
Na Sala de Julgamento de Pilatos
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seu apuro, chamaram falsas testemunhas para os ajudar, "e começaram a acusá-Lo, dizendo: Havemos achado Este, pervertendo a nossa nação, proibindo dar o tributo a César, e dizendo que Ele mesmo é Cristo, o rei". Três acusações, cada uma destituída de fundamento. Os sacerdotes sabiam isso, mas estavam dispostos a jurar falso, contanto que conseguissem seu fito.
Pilatos penetrou-lhes o desígnio. Não acreditou que o Preso houvesse conspirado contra o governo. Seu aspecto manso e humilde estava totalmente em desacordo com essa acusação. Pilatos convenceu-se de que se urdira artificioso trama contra um Inocente que embaraçava o caminho dos dignitários judeus. Volvendo-se para Jesus perguntou: "Tu és o rei dos judeus?" O Salvador respondeu: "Tu o dizes." Mar. 15:2. E ao falar Ele, Sua fisionomia iluminou-se como se um raio de Sol sobre ela incidisse.
Ao ouvirem-Lhe a resposta, Caifás e os que com ele estavam chamaram Pilatos como testemunha de que Jesus concordara com o crime de que O acusavam. Com ruidosos brados, sacerdotes, escribas e príncipes exigiram que fosse sentenciado à morte. Os gritos foram repetidos pela turba, fazendo-se um barulho ensurdecedor. Pilatos ficou confundido. Vendo que Jesus não dava nenhuma resposta a Seus acusadores, disse-Lhe Pilatos: "Nada respondes? Vê quantas coisas testificam contra Ti. Mas Jesus nada mais respondeu." Mar. 15:4 e 5.
De pé por trás de Pilatos, à vista de todo o pátio, ouvia Cristo os insultos; mas não respondeu nem uma palavra a todas as falsas acusações contra Ele feitas. Toda a Sua atitude dava prova da inocência consciente. Ficou inabalável em face da fúria das ondas que se Lhe quebravam em torno. Era como se os violentos ímpetos da ira, erguendo-se mais e mais alto, como as vagas do clamoroso oceano, se despedaçassem ao Seu redor sem O tocar, no entanto. Ficou mudo, mas eloqüente era o Seu silêncio. Era como se o homem exterior fosse iluminado por uma luz provinda do interior.
Pilatos estava admirado de Seu porte. Despreza esse Homem os acontecimentos, por que não Se importa de salvar a vida? perguntava a si mesmo. Contemplando Jesus a suportar insultos e zombarias sem represália, sentiu que Ele não podia ser tão injusto como estavam sendo os sacerdotes que clamavam. Esperando obter dEle a verdade e escapar ao tumulto, Pilatos tomou Jesus à parte e tornou a interrogá-Lo: "Tu és o Rei dos judeus?" Mar. 15:2.
Jesus não respondeu diretamente a essa pergunta. Sabia que