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O Desejado de Todas as Nações
LivrosAutor: Ellen White
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Os links abaixo estão disponiveis com permissão do Ellen G. White Estate em Silver Spring, Maryland, EUA.

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O Calvário
Capítulo: 077 078079
Pág. 754

Deus e Seus santos anjos estavam ao pé da cruz. O Pai estava com o Filho. Sua presença, no entanto, não foi revelada. Houvesse Sua glória irrompido da nuvem, e todo espectador humano teria sido morto. E naquela tremenda hora não devia Cristo ser confortado com a presença do Pai. Pisou sozinho o lagar, e dos povos nenhum havia com Ele.

Na espessa escuridão, velou Deus a derradeira agonia humana de Seu Filho. Todos quantos viram Cristo em Seu sofrimento, convenceram-se de Sua divindade. Aquele rosto, uma vez contemplado pela humanidade, não seria nunca mais esquecido. Como a fisionomia de Caim lhe exprimia a culpa de homicida, assim o semblante de Cristo revelava inocência, serenidade, benevolência – a imagem de Deus. Mas Seus acusadores não queriam dar atenção ao cunho celestial. Durante longas horas de agonia fora Cristo contemplado pela escarnecedora multidão. Agora, ocultou-O misericordiosamente o manto divino.

Parecia haver baixado sobre o Calvário um silêncio sepulcral. Inominável terror apoderou-se da multidão que circundava a cruz. As maldições e injúrias cessaram a meio das frases iniciadas. Homens, mulheres e crianças caíram prostrados por terra. De quando em quando irradiavam da nuvem vívidos clarões, mostrando a cruz e o crucificado Redentor. Sacerdotes, príncipes, escribas, executores bem como a turba, todos pensavam haver chegado o momento de sua retribuição. Depois de algum tempo, murmuravam alguns que Jesus desceria agora da cruz. Tentavam outros, às apalpadelas, achar o caminho de volta para a cidade, batendo no peito e lamentando de temor.

À hora nona, ergueu-se a treva de sobre o povo, mas continuou a envolver o Salvador. Era um símbolo da agonia e do horror que pesavam sobre o coração dEle. Olho algum podia penetrar a escuridão que rodeava a cruz, e ninguém podia sondar a sombra mais profunda ainda que envolvia a sofredora alma de Cristo. Os furiosos relâmpagos pareciam dirigidos contra Ele ali pendente da cruz. Então Jesus clamou com grande voz: "Eli, Eli, lamá sabactâni? que traduzido, é: Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?" Mar. 15:34. Ao baixarem sobre o Salvador as trevas exteriores, muitas vozes exclamaram: "A vingança do Céu está sobre Ele. Os raios da ira divina são contra Ele lançados, porque pretendeu ser Filho de Deus." Muitos dos que nEle criam, ouviram-Lhe o desesperado grito. E abandonou-os a esperança. Se Deus desamparara a Jesus, em quem podiam confiar Seus seguidores?

Quando as trevas se ergueram do opresso espírito de Cristo, reavivou-se-Lhe o sentido do sofrimento físico, e disse: "Tenho

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