- O Grande Conflito I. O Destino do Mundo
Arautos de uma Era Melhor
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como guia. Os monarcas ingleses, ávidos de aumentar seu poder mediante o apoio de Roma, não hesitaram em sacrificar os reformadores. Pela primeira vez na história da Inglaterra a fogueira foi decretada contra os discípulos do evangelho. Martírios sucederam a martírios. Os defensores da verdade, proscritos e torturados, podiam tão-somente elevar seus clamores ao ouvido do Senhor dos exércitos. Perseguidos como inimigos da igreja e traidores do reino, continuaram a pregar em lugares secretos, encontrando abrigo o melhor que podiam nos humildes lares dos pobres, e muitas vezes refugiando-se mesmo em brenhas e cavernas.
Apesar da fúria da perseguição, durante séculos continuou a ser proferido um protesto calmo, devoto, fervoroso, paciente, contra as dominantes corrupções da fé religiosa. Os crentes daqueles primitivos tempos tinham apenas conhecimento parcial da verdade, mas haviam aprendido a amar e obedecer à Palavra de Deus, e pacientemente sofriam por sua causa. Como os discípulos dos dias apostólicos, muitos sacrificavam suas posses deste mundo pela causa de Cristo. Aqueles a quem era permitido permanecer em casa, abrigavam alegremente os irmãos banidos; e, quando eles também eram expulsos, animosamente aceitavam a sorte dos proscritos. Milhares, é verdade, aterrorizados pela fúria dos perseguidores, compravam a liberdade com sacrifício da fé, e saíam das prisões vestidos com a roupa dos penitentes, a fim de publicar sua abjuração. Mas não foi pequeno o número – e entre estes havia homens de nascimento nobre bem como humildes e obscuros – dos que deram destemido testemunho da verdade nos cubículos dos cárceres, nas "Torres dos Lolardos", e em meio de tortura e chamas, regozijando-se de que tivessem sido considerados dignos de conhecer a "comunicação de Suas aflições".
Os romanistas não haviam conseguido executar sua vontade em relação a Wycliffe durante a vida deste, e seu ódio não se satisfez enquanto o corpo do reformador repousasse em sossego na sepultura. Por decreto do concílio de Constança, mais de quarenta anos depois de sua morte, seus ossos foram exumados e publicamente queimados, e as cinzas lançadas em um riacho vizinho.