- O Grande Conflito IV. A Única Salvaguarda
Ameaça à Consciência
Capítulo: 034 035036
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milhões de vítimas que passaram a vida em vãos esforços para subjugar as afeições naturais, para reprimir, como se fosse ofensivo a Deus, todo pensamento e sentimento de simpatia para com o semelhante.
Se quisermos compreender a decidida crueldade de Satanás, manifestada no transcurso dos séculos, não entre os que jamais ouviram algo acerca de Deus, mas no próprio coração da cristandade e através da mesma em toda a sua extensão, temos apenas de olhar para a história do romanismo. Por meio deste gigantesco sistema de engano, o príncipe do mal leva a efeito seu propósito de acarretar a desonra a Deus e a desgraça ao homem. E, vendo nós como consegue disfarçar-se e realizar a sua obra por intermédio dos dirigentes da igreja, melhor podemos compreender o motivo de ter tão grande aversão à Escritura Sagrada. Se este Livro for lido, a misericórdia e amor de Deus serão revelados; ver-se-á que Ele não impõe aos homens nenhum desses pesados fardos. Tudo que requer é um coração quebrantado e contrito, um espírito humilde e obediente.
Cristo não dá em Sua vida nenhum exemplo que autorize os homens e mulheres a se encerrarem em mosteiros sob pretexto de se prepararem para o Céu. Jamais ensinou que o amor e a simpatia devem ser reprimidos. O coração de Jesus transbordava de amor. Quanto mais o homem se aproxima da perfeição moral, mais acentuada é sua sensibilidade, mais aguda a percepção do pecado e mais profunda a simpatia para com os aflitos. O papa pretende ser o vigário de Cristo; mas como se poderá comparar o seu caráter com o de nosso Salvador? Viu-se alguma vez Cristo condenar homens à prisão ou ao instrumento de tortura, porque não Lhe renderam homenagem como Rei do Céu? Acaso foi Sua voz ouvida a sentenciar à morte os que O não aceitaram? Quando foi menosprezado pelo povo da aldeia samaritana, o apóstolo João se encheu de ira e perguntou: "Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também o fez?" Jesus olhou, compassivo, para o discípulo e censurou-lhe a severidade, dizendo: "O Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las." Luc. 9:54 e 56. Quão diferente do