- Primeiros Escritos III. Dons Espirituais
O Julgamento de Cristo
Capítulo: 039 040041
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que tinha pecado, traindo sangue inocente. Ofereceu aos sacerdotes o dinheiro que lhe haviam pago e rogou-lhes que livrassem a Jesus, declarando que Ele era inteiramente inocente.
Por um pouco de tempo o vexame e a confusão conservaram os sacerdotes em silêncio. Não desejavam que o povo soubesse haverem eles assalariado um dos professos seguidores de Jesus para traí-Lo e Lho entregar. Desejavam ocultar o terem eles perseguido a Jesus como a um ladrão e O haverem preso secretamente. Mas a confissão de Judas e sua aparência descomposta, criminosa, desmascararam os sacerdotes perante a multidão, mostrando que foi o ódio que os fizera prender a Jesus. Ao declarar Judas em alta voz que Jesus era inocente, replicaram os sacerdotes: "Que nos importa? Isso é contigo." Mat. 27:4. Eles tinham Jesus em seu poder, e estavam decididos a mantê-Lo seguro. Judas, vencido pela angústia, lançou o dinheiro, que agora desprezava, aos pés daqueles que o assalariaram e, com aflição e horror, foi enforcar-se.
Jesus tinha muitos que com Ele simpatizavam, na multidão em redor, e o não haver Ele nada respondido às muitas perguntas que Lhe foram feitas, tornou estupefata a turba. Sob toda a zombaria e violência do populacho, nem um sinal de desagrado, nem uma expressão de inquietação repousou em Suas feições. Manteve a dignidade e a compostura. Os espectadores olhavam para Ele maravilhados. Comparavam Suas formas perfeitas e porte firme, digno, com a aparência daqueles que se assentavam em juízo contra Ele, e diziam uns aos outros que Ele Se parecia com um rei mais do que qualquer dos príncipes. Não apresentava indício de ser criminoso. Seu olhar era suave, claro e destemido; Sua testa, larga e alta. Todos os traços se distinguiam fortemente pela benevolência e nobres princípios. Sua paciência e resignação eram tão diferentes das do homem, que muitos estremeceram. Mesmo Herodes e Pilatos ficaram grandemente perturbados com o Seu porte nobre, divino.