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Patriarcas e Profetas
LivrosAutor: Ellen White
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bênçãos a que ele dava apreço. "Levanta-te, meu pai, e come da caça de teu filho", disse ele, "para que me abençoe a tua alma." Gên. 27:19.

A tremer de espanto e angústia, o velho pai cego soube do engano que havia sido praticado contra ele. Suas esperanças, prolongada e ternamente acalentadas, tinham-se frustrado, e sentiu profundamente o desapontamento que deveria sobrevir a seu filho mais velho. Contudo, subitamente passou-lhe pela mente a convicção de que fora a providência de Deus que frustrara seu propósito e fazendo acontecer o que ele havia resolvido impedir. Lembrou-se das palavras do anjo a Rebeca, e, apesar do pecado de que Jacó era agora culpado, viu nele o que em melhores condições estava para cumprir os propósitos de Deus. Enquanto as palavras de bênçãos estavam em seus lábios, havia ele sentido sobre si o Espírito de inspiração; e agora, conhecendo todas as circunstâncias, ratificou a bênção involuntariamente pronunciada sobre Jacó: "Abençoei-o; também será bendito." Gên. 27:33.

Esaú havia tido em pouca conta a bênção enquanto esta parecia ao seu alcance, mas desejava possuí-la agora que a mesma se havia dele retirado para sempre. Toda a força de sua natureza impulsiva e apaixonada despertou-se, e sua dor e raiva foram terríveis. Clamou com um brado excessivamente amargo: "Abençoa-me também a mim, meu pai." "Não reservaste pois para mim bênção alguma?" Gên. 27:36. Mas a promessa dada não devia ser revogada. A primogenitura que ele tão descuidadamente dera em troca, não a poderia readquirir agora. "Por um manjar", ou seja, por uma satisfação momentânea do apetite, o qual nunca fora restringido, Esaú vendeu sua herança; mas, quando viu sua loucura, era demasiado tarde para recuperar a bênção. "Não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas o buscou." Heb. 12:16 e 17. A Esaú não foi excluído o privilégio de buscar o favor de Deus pelo arrependimento; mas não podia encontrar meios para recuperar a primogenitura. Sua mágoa não se originava da convicção do pecado; não desejava reconciliar-se com Deus. Entristecia-se por causa dos resultados de seu pecado, mas não pelo próprio pecado.

Devido à sua indiferença para com as bênçãos e preceitos divinos, Esaú é nas Escrituras chamado "profano". Heb. 12:16. Representa aqueles que têm em pouco valor a redenção a eles comprada por Cristo, e estão prontos para sacrificar sua herança no Céu por amor às coisas perecíveis da Terra. Multidões vivem para o presente, sem qualquer pensamento ou cuidado pelo futuro.

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