- Patriarcas e Profetas IV. A Longa Jornada
A Rebelião de Coré
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desrespeito ao mandado divino. Todavia Moisés desafiou os seus acusadores a levar a questão perante Deus, caso ousassem recorrer a tão perigoso apelo.
Separando a Coré, e aos levitas seus companheiros, disse Moisés: "Porventura pouco para vós é que o Deus de Israel vos separou da congregação de Israel, para vos fazer chegar a Si, a administrar o ministério do tabernáculo do Senhor e estar perante a congregação para ministrar-lhe; e te fez chegar, e todos os teus irmãos, os filhos de Levi, contigo; ainda também procurais o sacerdócio? Pelo que tu e toda a tua congregação congregados estais contra o Senhor; e Arão, que é ele, que murmurais contra ele?"
Datã e Abirã não haviam assumido atitude tão ousada como Coré; e Moisés, esperando que eles pudessem ter sido arrastados para a conspiração sem se haverem completamente corrompido, chamou-os para que comparecessem perante ele, a fim de poder ouvir suas acusações contra ele. Mas não quiseram ir, e insolentemente se recusaram a reconhecer a sua autoridade. Sua resposta, proferida aos ouvidos da congregação, foi: "Porventura pouco é que nos fizeste subir de uma terra que mana leite e mel, para nos matares neste deserto, senão que também totalmente te assenhoreias de nós? Nem tampouco nos trouxeste a uma terra que mana leite e mel, nem nos deste campos e vinhas em herança; porventura arrancarás os olhos a estes homens? Não subiremos." Núm. 16:5-14.
Assim eles aplicaram ao cenário de seu cativeiro a mesma expressão com que o Senhor descrevera a herança prometida. Acusaram Moisés de pretender agir sob guia divina, como meio para estabelecer sua autoridade; e declararam que não mais se sujeitariam a ser levados como homens cegos, ora para Canaã, e ora para o deserto, conforme melhor conviesse a seus ambiciosos intuitos. Assim, aquele que fora como um terno pai, um pastor paciente, foi representado no mais negro caráter de um tirano e usurpador. A exclusão de Canaã, como castigo aos seus próprios pecados, foi a ele atribuída.
Era evidente que as simpatias do povo estavam com o partido desafeto; mas Moisés não fez esforços para a reivindicação própria. Apelou solenemente a Deus, na presença da congregação, como testemunha da pureza de seus intuitos e correção de sua conduta, e implorou-Lhe que fosse seu Juiz.