- Patriarcas e Profetas IV. A Longa Jornada
A Jornada em Redor de Edom
Capítulo: 037 038039
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misericordiosamente. Deus Se deleita com a misericórdia e manifesta compaixão antes de infligir juízos. Ensina Israel a poupar o povo de Edom, antes de exigir que destruam os habitantes de Canaã.
Os antepassados de Edom e Israel eram irmãos, e bondade e cortesia fraternal deviam existir entre eles. Proibiu-se aos israelitas, quer naquela ocasião quer em qualquer tempo futuro, vingar a afronta que se lhes fizera com a recusa da passagem pela terra. Não deviam ter expectativa de possuir qualquer parte da terra de Edom. Conquanto os israelitas fossem o povo escolhido e favorecido de Deus, deviam atender às restrições que Ele lhes impunha. Deus lhes prometera uma boa herança; mas não deviam entender que somente eles tinham direitos na terra, e procurar excluir todos os outros. Foram instruídos a que se acautelassem, em todas as suas relações com os edomitas, de lhes fazer injustiça. Deviam negociar com eles, adquirindo por compra os suprimentos necessários, e pagando prontamente tudo que recebiam. Como incitamento a Israel a fim de confiar em Deus, e obedecer à Sua palavra, lembrou-se-lhes: "O Senhor teu Deus te abençoou; … coisa nenhuma te faltou." Deut. 2:7. Não deviam depender dos edomitas; pois tinham um Deus farto em recursos. Não deviam pela força ou pela fraude procurar obter coisa alguma a eles pertencente; mas, em todas as suas relações, exemplificar o princípio da lei divina: "Amarás a teu próximo como a ti mesmo." Lev. 19:18.
Houvessem eles desta maneira passado por Edom, como fora propósito de Deus, a passagem ter-se-ia mostrado ser uma bênção, não somente para eles mesmos mas também aos habitantes da terra; pois lhes teria dado oportunidade de familiarizar-se com o povo de Deus e seu culto, e testemunhar como o Deus de Jacó prosperou aqueles que O amavam e temiam. Tudo isto, porém, a incredulidade de Israel impediu. Deus dera ao povo água em resposta aos seus clamores, mas permitiu que de sua incredulidade resultasse seu próprio castigo. Novamente deviam atravessar o deserto e matar sua sede pela fonte miraculosa, coisa esta de que não mais teriam necessidade caso houvessem confiado nEle.
Em conformidade com isto, as hostes de Israel voltaram novamente para o Sul, e seguiram através de áridas regiões, que pareciam mesmo mais medonhas depois de um relance aos pontos verdejantes entre as colinas e vales de Edom. Da cordilheira de montanhas sobranceira a este sombrio deserto, ergue-se o monte de Hor, em cujo cimo morreria e seria sepultado Arão. Quando os israelitas chegaram a esta montanha, foi dirigida a Moisés esta ordem divina: