- Patriarcas e Profetas IV. A Longa Jornada
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reino, acompanharam Balaão "aos altos de Baal" (Núm. 22:41), donde ele podia avistar as hostes hebréias. Eis o profeta em pé sobre o elevado monte, olhando por sobre o acampamento do povo escolhido de Deus. Mal sabem os israelitas do que está a acontecer tão perto deles! Quão pouco conhecem o cuidado de Deus, sobre eles estendido de dia e de noite! Quão embotadas são as percepções do povo de Deus! Quão vagarosos são, em todos os tempos, para compreenderem Seu grande Amor e misericórdia! Se pudessem divisar o maravilhoso poder de Deus constantemente exercido em favor deles, não se lhes encheria o coração de gratidão pelo Seu amor, e de temor ao pensamento de Sua majestade e poder?
Balaão tinha algum conhecimento das ofertas sacrificais dos hebreus, e esperava que, sobrepujando-os em custosas dádivas, pudesse conseguir a bênção de Deus, e conseguir a realização de seus projetos pecaminosos. Assim, os sentimentos dos moabitas idólatras estavam a obter domínio sobre sua mente. Sua sabedoria se tornara em loucura; nublara-se-lhe a visão espiritual; trouxera sobre si a cegueira, rendendo-se ao poder de Satanás.
Por indicação de Balaão, foram construídos sete altares, e ele ofereceu um sacrifício em cada um deles. Então se retirou a um "lugar alto" Núm. 23:3., para encontrar-se com Deus, prometendo tornar conhecido a Balaque o que quer que o Senhor revelasse.
Com os nobres e príncipes de Moabe, o rei ficou ao lado do sacrifício, enquanto em redor deles se reuniu a ansiosa multidão, aguardando a volta do profeta. Ele veio finalmente, e o povo esperou as palavras que para sempre paralisariam aquele estranho poder exercido a favor dos odiados israelitas. Disse Balaão:
"De Arã me mandou trazer Balaque, rei dos moabitas, Das montanhas do Oriente, Dizendo: Vem, amaldiçoa-me a Jacó; E vem, detesta Israel. Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa? E como detestarei, quando o Senhor não detesta? Porque do cume das penhas o vejo, E dos outeiros o contemplo: E eis que este povo habitará só, E entre as gentes não será contado. Quem contará o pó de Jacó, E o número da quarta parte de Israel? A minha alma morra da morte dos justos, E seja o meu fim como o seu.