- Patriarcas e Profetas V. A Conquista de Canaã
Aliança com os Gibeonitas
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Mas teria sido melhor aos gibeonitas se houvessem tratado honestamente com Israel. Conquanto sua submissão a Jeová lhes tivesse conseguido a conservação da vidas, a fraude acarretou-lhes somente desgraça e servidão. Deus havia tomado disposições para que todos os que renunciassem ao paganismo, e se unissem a Israel, partilhassem das bênçãos do concerto. Estavam incluídos na designação "o estrangeiro que peregrina entre vós", e com poucas exceções essa classe deveria desfrutar de favores e privilégios iguais aos de Israel. A instrução do Senhor foi:
"E quando o estrangeiro peregrinar contigo na vossa terra, não o oprimireis. Como um natural entre vós será o estrangeiro que peregrina convosco; amá-lo-ás como a ti mesmo." Lev. 19:33 e 34. Com relação à Páscoa e à oferta de sacrifícios, foi ordenado: "Um mesmo estatuto haja para vós, ó congregação, e para o estrangeiro que entre vós peregrina; como vós, assim será o peregrino perante o Senhor." Núm. 15:15.
Tal era a posição em que os gibeonitas poderiam ter sido recebidos, não fora o engano a que tinham recorrido. Não era pequena humilhação para aqueles cidadãos de uma "cidade real", sendo "todos os seus homens valentes", fazerem-se rachadores de lenha e carregadores de água por todas as suas gerações. Haviam eles, porém, adotado a aparência de pobreza com o fim de enganar, e esta se lhes fixou como distintivo de servidão perpétua. Assim, em todas as suas gerações, sua condição servil testificaria do ódio de Deus à falsidade.
A submissão de Gibeom aos israelitas encheu de pavor os reis de Canaã. Deram-se imediatamente passos para tirar-se uma desforra daqueles que fizeram paz com os invasores. Sob a chefia de Adonizedeque, rei de Jerusalém, cinco dos reis cananeus entraram em confederação contra Gibeom. Seus movimentos foram rápidos. Os gibeonitas não estavam preparados para a defesa, e enviaram uma mensagem a Josué, em Gilgal: "Não retires as tuas mãos dos teus servos; sobe apressadamente a nós, e livra-nos, e ajuda-nos, porquanto todos os reis dos amorreus, que habitam na montanha, se ajuntaram contra nós." Jos. 10:6. O perigo ameaçava não somente o povo de Gibeom, mas também Israel. Aquela cidade dominava as passagens para a Palestina central e do sul, e cumpria ser conservada, se se queria conquistar o território.
Josué preparou-se para ir logo em socorro de Gibeom. Os habitantes da cidade sitiada haviam receado que ele repelisse o seu