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Patriarcas e Profetas
LivrosAutor: Ellen White
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Saul, entretanto, não permaneceu muito tempo amigo de Davi. Quando Saul e Davi voltavam da batalha aos filisteus, "as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando, e dançando, com adufes, com alegria, e com instrumentos de música". Um grupo cantava: "Saul feriu os seus milhares", enquanto o outro grupo apanhava o estribilho, e respondia: "Porém Davi os seus dez milhares." O demônio da inveja entrou no coração do rei. Ficou irado porque Davi era mais exaltado que ele no cântico das mulheres de Israel. Em vez de subjugar estes sentimentos de inveja, manifestou a fraqueza de seu caráter, e exclamou: "Dez milhares deram a Davi, e a mim somente milhares; na verdade, que lhe falta senão só o reino?" I Sam. 18:6-8.

Um grande defeito no caráter de Saul era seu amor à aprovação. Esta característica tivera uma influência preponderante em suas ações e pensamentos; tudo se assinalava pelo seu desejo de louvor e exaltação própria. Sua norma para o que era reto e aquilo que o não era, consistia no baixo padrão do aplauso popular. A pessoa que vive para agradar aos homens, e não procura primeiramente a aprovação de Deus, não está livre de perigo. Era a aspiração de Saul ser o primeiro na estima dos homens; e, quando foi entoado este cântico de louvor, uma firme convicção entrou no espírito do rei, de que Davi ganharia o coração do povo, e reinaria em seu lugar.

Saul abriu o coração ao espírito de inveja de que sua alma estava envenenada. Apesar das lições que havia recebido do profeta Samuel, dando-lhe a instrução de que Deus cumpriria o que quer que Ele desejasse, e que ninguém O poderia impedir, o rei demonstrou que não tinha verdadeiro conhecimento dos planos de Deus. O rei de Israel estava opondo sua vontade à do Ser infinito. Saul não tinha aprendido, enquanto governava o reino de Israel, que devia governar seu próprio espírito. Permitiu que os ímpetos lhe dirigissem o discernimento, até mergulhar-se no furor da paixão. Tinha paroxismos de raiva, ocasiões em que se dispunha a tirar a vida de qualquer que ousasse opor-se à sua vontade. Deste frenesi passava a um estado de desalento e desprezo de si mesmo, e o remorso se apoderava de sua alma.

Gostava de ouvir Davi tocar harpa, e o espírito mau parecia afastar-se como por encanto durante aquele tempo; um dia, porém, quando o jovem estava a servir perante ele, e de seu instrumento arrancava música suave, acompanhando sua voz a cantar os louvores de Deus, subitamente arremessou Saul a lança

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