“Sereis odiados de todos por causa do Meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo” (v.22). O discurso de Jesus neste capítulo é um verdadeiro choque de realidade para Seus discípulos. Formado o Seu pequeno grupo especial, Cristo tomou o cuidado de adverti los quanto à sua missão e as dificuldades que envolveriam a mesma. O público alvo do discipulado seria “as ovelhas perdidas da casa de Israel” (v.6), o que não era uma tarefa fácil, dada a incredulidade do povo quanto ao ministério messiânico de seu Mestre. Jesus expôs algumas características que devem compor a vida de Seus seguidores. São elas: 1. Devem manter o foco (v.5 6); 2. Pregar “que está próximo o reino dos céus” (v.7); 3. Viver o amor prático (v.8); 4. Depender de Deus mediante uma vida altruísta: “de graça recebestes, de graça dai” (v.8); 5. Ter uma vida simples (v.9), mas com dignidade (v.9); 6. Ser corteses (v.12); 7. Ser prudentes (v.14 e 16); 8. Ser cuidadosos (v.17); 9. Confiar na ação e na provisão divina (v.19); 10. Estar disposto a abrir mão da própria vida por amor a Cristo (v.39). Diante de um mundo secularizado e individualista, provavelmente vivemos em uma das piores épocas de se praticar o discipulado. Apesar do direito fundamental quanto à liberdade de crença ainda poder ser proclamado e defendido, parece que quanto mais liberdade temos, mais nos acomodamos em nossas confortáveis igrejas, pregando um evangelho que na realidade não vivemos. O evangelho prático conforme os métodos e instruções de Cristo requer renúncia. E perante à sociedade, inclusive a religiosa, uma vida de abnegação não combina com o estereótipo da prosperidade criado por tradições humanas. Cristo não disse que os Seus seguidores viverão de esmolas, e sim que “digno é o trabalhador do seu alimento” (v.10). Mas Ele também não prometeu riquezas ou prestígio, pelo contrário, nos advertiu acerca das dificuldades e perseguições. Ele prometeu sim, recompensas eternas, “tesouros no Céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam” (Mt.6:20). A nossa missão é estar constantemente aprendendo na escola de Cristo e, mediante a ação do Espírito Santo, falaremos e viveremos conforme a Sua guia. Não temos o que temer diante dos que desejam o nosso mal, pois eles podem até resumir a nossa jornada nesta terra, mas não podem nos tirar a vida eterna em Cristo Jesus. A nossa família deve sempre ser o nosso primeiro público alvo na pregação do evangelho, porém, Jesus também nos advertiu que nem sempre seremos amados ou bem vindos, inclusive pelos da nossa “própria casa” (v.36). Uma coisa é certa: Jesus lançou por terra a teologia barata de que a vida de Seus seguidores são só flores. Contudo, também deixou bem claro de que Ele tem cuidado de nós (v.31). Aquele que amou até à morte uma humanidade ingrata e imerecedora, espera que, de igual forma, possamos viver o maior dos dons: o amor. Amor a Deus e amor ao próximo é o que deve reger a nossa vida e nos impulsionar a almejar seguir os passos de Jesus (1Pe.2:21). Em um tempo profético onde o amor de quase todos está esfriando (Mt.24:12), perseverança é o segredo da vitória final. Onde o ódio impera, aquele que perseverar no amor certamente manifestará “plena luz” (v.27) e “será salvo” (v.22). “Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap.14:12). Assim como um filho que ama a seus pais tem prazer em obedecê los, aquele que ama a Deus Lhe obedece e busca viver o amor. Um verdadeiro discípulo de Cristo não é aquele que se esforça por mostrar que suas obras O testificam, mas aquele cuja vida escondida em Cristo manifesta o Seu caráter. Que o Espírito Santo derrame em nosso coração o amor de Deus (Rm.5:5) e faça de nós verdadeiros discípulos: “Nisto conhecerão todos que sois Meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo.13:35). Vigiemos e oremos! Feliz sábado, discípulos de Jesus! Rosana Garcia Barros