“Porém, Saul disse: Hoje, ninguém será morto, porque, no dia de hoje, o Senhor salvou a Israel” (v.13). Uma das cidades de Israel, Jabes Gileade, foi cercada pelos filhos de Amom. Com grande temor, o povo propôs fazer aliança com eles. Só que a aliança feita lhes custaria, como diz o ditado, “o olho da cara”. Então, sete dias foi o tempo que tiveram na esperança de que, ao enviar mensageiros a todo Israel, seus irmãos viessem socorrê los. Ao tomar conhecimento do caso, “todo o povo chorou em voz alta” (v.4). Retornando Saul do campo, “perguntou: Que tem o povo que chora?” (v.5). Ao saber do ocorrido, “o Espírito de Deus se apossou de Saul” (v.6) e acendeu se a sua ira. Cortou em pedaços uma junta de bois e as enviou por todos os territórios de Israel, ameaçando fazer o mesmo a todos os bois daqueles que não seguissem a ele e a Samuel. “Então, caiu o temor do Senhor sobre o povo, e saíram como um só homem” (v.7). Formou se um grande exército a favor de seus irmãos em Jabes Gileade. Estes, ao saberem do socorro que lhes viria, muito se alegraram e enganaram os amonitas declarando que no dia seguinte se entregariam. Contudo, o exército de Israel, liderado por Saul, feriu os amonitas a ponto de não ficarem “dois deles juntos” (v.11). E diante de tamanha vitória, o povo reconheceu a liderança de Saul e quis matar todo aquele que o havia rejeitado como rei. Mas Saul interviu e não permitiu que tal coisa sucedesse diante de um dia glorioso como aquele, em que Deus os havia dado livramento. Samuel, então, conduziu o povo a Gilgal para que fosse renovado o reinado de Saul. Ali, de fato, Saul foi reconhecido por Israel como o rei ungido de Deus, e ele “muito se alegrou ali com todos os homens de Israel” (v.15). O povo temeu perder um olho, quando na verdade já havia perdido os dois. Não enxergavam o agir de Deus, apenas a visão embaçada e enegrecida de ações humanas. Permaneciam a fazer ofertas e holocaustos, mas o coração estava bem longe de compreender o real sentido dos sacrifícios. Cristo, a respeito de tal atitude, proferiu o que está escrito no livro do profeta Isaías: “Este povo honra Me com os lábios, mas o coração está longe de Mim” (Mt.15:8). Choravam, oravam, e aparentavam piedade. Mas a situação do povo era a descrita por Cristo: “são cegos, guias de cegos” (Mt.15:14). Não enxergavam um palmo à frente do que realmente deveriam enxergar. A disposição de Deus em salvá los não tinha nada a ver com a disposição deles em serem salvos. Será que essa disposição inconsequente ficou no passado com Israel? Será que a nossa geração não sofre do mesmo mal? A respeito disso Cristo deu um conselho um tanto assustador em Marcos 9:42 48. Resumindo, Ele diz que, se nossa mão nos faz tropeçar, que a arranquemos fora; se nosso pé nos faz tropeçar, que o arranquemos fora; e, se nosso olho nos faz tropeçar, que o arranquemos fora. Cristo não Se referiu a uma mutilação literal, e sim a abrir mão de fazer a nossa própria vontade, rejeitando tudo o que nos leva a pecar. A lançar fora o nosso eu para que Cristo viva em nós. É uma batalha individual! O apóstolo Paulo viveu esse dilema. Ele expôs sua luta interna como a pior que já enfrentou: “Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto… Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm.7:15 e 24). Mas no final, o apóstolo ergue um brado de vitória: “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm.7:25). Os combates de Israel eram derramamento de sangue e tristeza. No combate que Deus nos convida a enfrentar não custa o nosso sangue e nem o sangue daqueles que nos perseguem. Não custa o nosso olho direito, ou nossas mãos e pés. Na verdade, o sangue já foi derramado, o sangue valioso, precioso de Cristo! Se teus olhos te fazem pecar, Jesus tem poder para lhe restaurar a visão. Se teus pés estão paralisados onde não devem estar, Ele tem poder para lhe fazer andar pelo caminho eterno. Se tuas mãos estão ressequidas por pecados que te afligem, Ele tem poder de fazer delas mãos abençoadoras. Se sentes que teu coração está impuro, como uma lepra incurável, Cristo tem poder para torná lo puro. Se sentes que estás neste mundo como corpo presente, mas que, por dentro, estás morto, Cristo tem poder para ressuscitá lo. Que, hoje, o Senhor nos dê a vitória sobre as nossas próprias fraquezas e nos salve de nós mesmos. Eis o mais árduo combate, mas, com Cristo, receberemos a eterna vitória! Vigiemos e oremos! Feliz semana, salvos em Jesus Cristo, nosso Senhor! Rosana Garcia Barros
“Porém, Saul disse: Hoje, ninguém será morto, porque, no dia de hoje, o Senhor salvou a Israel...