“Pareceu me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que Deus, o Altíssimo, tem feito para comigo” (v.2). A narrativa deste capítulo é o testemunho de um rei pagão que se converteu após uma dramática experiência. Quando estava tranquilo em sua casa e feliz no seu palácio, Nabucodonosor teve outro sonho que o espantou (v.4 5). Mesmo após perceber a sabedoria e inteligência dez vezes superior de Daniel e seus amigos, a revelação de seu primeiro sonho por Daniel e de ter sido testemunha ocular do milagre na fornalha ardente, o coração do rei ainda estava acorrentado ao orgulho e às glórias desta terra. Não podia admitir que seus sábios novamente falhassem em atender às suas expectativas. Desta vez, ele lhes contou o sonho, mas o Senhor não permitiu que aqueles charlatães dessem uma falsa interpretação, de modo que, “Por fim” (v.8), Daniel foi levado à presença do rei e provou, pela terceira vez, que o Senhor é o único e verdadeiro Deus. Comparado a uma árvore grande e frondosa, abrigo de aves e de “todos os seres viventes” (v.12), Nabucodonosor recebeu do Senhor o poder, a riqueza e a fama diante de todas as nações. Estava vivendo um período próspero e pacífico, de modo que ninguém e nenhum reino se lhe apresentava como algum tipo de ameaça. Essa tranquilidade, porém, tornou se lhe em laço, pois olhou para o seu reino como uma conquista pessoal e meritória. Ao ouvir o relato do sonho, Daniel “esteve atônito por algum tempo, e os seus pensamentos o turbavam” (v.19). Apesar de ter sido chamado pelo rei como última opção, o profeta nutria afeição e sincero respeito pelo tolo rei. Foi muito difícil para Daniel revelar a interpretação do sonho e pensar que o seu cumprimento poderia ser o fim da graça para Nabucodonosor. Foi enquanto o rei proferia seu soberbo discurso, que o vigilante celeste declarou o juízo há um ano revelado. “No mesmo instante, se cumpriu a palavra sobre Nabucodonosor” (v.33). Sua deplorável condição, por sete anos, provou que Babilônia como qualquer das demais nações da Terra não eram mantidas pelas mãos de seus governantes, mas de Deus. Somente no final do tempo determinado, Nabucodonosor levantou “os olhos ao céu”, recuperada a sua sanidade mental, e “bendisse o Altíssimo” (v.34). Esta poderia ter sido uma história ocultada perante todos. Afinal, o grande e poderoso Nabucodonosor passou por um tempo de terrível humilhação. Mas o fato dele mesmo relatar este episódio “a todos os povos, nações e homens de todas as línguas, que habitam em toda a Terra” (v.1), é uma prova segura e convincente da mudança efetuada em seu coração. Sabem, amados, sete anos não são sete dias. Dadas as condições degradantes daquela experiência, foi muito amor envolvido. Deus não desistiu de Nabucodonosor, porque antes de ser um rei, ele era um filho pródigo que precisava cair em si. Mesmo em sua vulnerabilidade, Deus não permitiu que sofresse danos que colocassem em risco a sua vida. O Pai tem propósitos de salvação na vida de cada um de Seus filhos. Ninguém é visto por Ele como bastardo ou inútil. Se há uma fagulha de esperança, Ele não mede esforços até que O conheçamos pessoalmente. Nabucodonosor foi impactado pelo testemunho de Daniel e de Sadraque, Mesaque e Abede Nego, mas ele precisava viver o seu próprio testemunho. Precisava da experiência de Jó: “Eu Te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos Te veem” (Jó 42:5). E você? Já teve esta experiência? Pode não ter sido tão dramática, como passar sete anos vivendo como um animal, mas, certamente, por mais simples que seja a forma de nos alcançar, ela se torna o mais poderoso testemunho do amor de Deus pela raça caída. A justiça do Senhor requer de nós a confissão e o abandono do pecado e, a Sua misericórdia, que a nossa vida seja um reflexo do caráter de Cristo (v.27). A loucura do rei caldeu ilustra a loucura humana em permanecer longe de seu Criador. Deus deseja estabelecer um relacionamento tão íntimo conosco de modo que Sua voz nos seja audível. Era assim que Enoque andava com Deus. E será assim que os salvos vão reconhecer a voz do Senhor quando Ele voltar. A experiência da conversão deve resultar em uma vida diária de comunhão com Deus. Cada dia é uma nova oportunidade de provar e ver que o Senhor é bom. Estude a Bíblia com humildade. Ore com sinceridade. E por onde você andar, todos saberão que você esteve com Deus. Vigiemos e oremos! Bom dia, amigos de Deus! Rosana Garcia Barros