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O Desejado de Todas as Nações
LivrosAutor: Ellen White
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Os links abaixo estão disponiveis com permissão do Ellen G. White Estate em Silver Spring, Maryland, EUA.

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Pág. 218

O princípio da própria vida do Batista, a abnegação, era o princípio do reino do Messias. João bem sabia quão estranho era tudo isso aos princípios e esperanças dos guias de Israel. Aquilo que para ele era convincente testemunho da divindade de Cristo, não seria prova nenhuma para eles. Estavam aguardando um Messias que não fora prometido. João viu que a missão do Salvador só podia granjear deles ódio e condenação. Ele, o precursor, não estava senão bebendo do cálice que o próprio Cristo havia de esgotar até às fezes.

As palavras do Salvador: "Bem-aventurado é aquele que se não escandalizar em Mim", eram uma branda repreensão a João. Não foi em vão para ele. Compreendendo mais claramente agora a natureza da missão de Cristo, entregou-se a Deus para a vida e para a morte, segundo melhor conviesse aos interesses da causa que amava.

Depois da partida dos mensageiros, Jesus falou ao povo a respeito de João. O coração do Salvador dilatou-se em simpatia para com a fiel testemunha agora sepultada na prisão de Herodes. Não deixaria que o povo concluísse que Deus havia abandonado João, ou que sua fé falecera no dia da prova. "Que fostes ver no deserto?" disse, "uma cana agitada pelo vento?" Mat. 11:7.

As altas canas que cresciam ao lado do Jordão, agitando-se a cada brisa, eram apropriadas representações dos rabis que se haviam constituído críticos e juízes da missão do Batista. Eles pendiam nesta e naquela direção, segundo os ventos da opinião popular. Não se queriam humilhar para receber a penetrante mensagem do Batista, todavia por temor do povo não tinham ousado opor-se abertamente a sua obra. O mensageiro de Deus, porém, não era de espírito assim covarde. As multidões reunidas em torno de Cristo tinham testemunhado a obra de João. Haviam-lhe escutado a destemida repreensão do pecado. Aos fariseus cheios de justiça própria, aos sacerdotes saduceus, ao rei Herodes e sua corte, príncipes e soldados, publicanos e camponeses, a todos falara João com igual franqueza. Não era uma cana trêmula, agitada pelos ventos do louvor ou preconceitos humanos. Na prisão, foi, em sua lealdade para com o Senhor e seu zelo pela justiça, o mesmo que ao pregar a mensagem de Deus no deserto. Em sua fidelidade aos princípios, era firme como a rocha.

Jesus continuou: "Sim, que fostes ver? um homem ricamente vestido? Os que trajam ricamente estão na casa dos reis." Mat. 11:8. João fora chamado a reprovar os pecados e excessos de seu tempo, e seu singelo vestuário e vida abnegada estavam em harmonia

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