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O Desejado de Todas as Nações
LivrosAutor: Ellen White
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Os links abaixo estão disponiveis com permissão do Ellen G. White Estate em Silver Spring, Maryland, EUA.

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Cristo sabia a cruel prova por que eles haviam de passar. Sabia como Satanás havia de agir para lhes paralisar os sentidos, a fim de se acharem desapercebidos para a prova. Fora por isso que lhes dera aviso. Houvessem aquelas horas no horto sido passadas em vigília e oração, e Pedro não teria ficado dependente de suas débeis forças. Não teria negado a seu Senhor. Houvessem os discípulos velado com Cristo em Sua agonia, e estariam preparados para Lhe contemplar os sofrimentos na cruz. Teriam compreendido, até certo ponto, a natureza de Sua avassaladora angústia. Teriam podido recordar-Lhe as palavras predizendo os sofrimentos, a morte e a ressurreição. Entre as sombras da mais probante hora, alguns raios de esperança teriam aclarado as trevas e lhes sustido a fé.

Assim que se fez dia, o Sinédrio tornou a reunir-se, e outra vez foi Jesus levado à sala do conselho. Declarara-Se Filho de Deus, e tinham feito Suas palavras uma acusação contra Ele. Mas não O podiam condenar por isso, pois muitos deles não se achavam presentes à sessão da noite, e não Lhe tinham ouvido as palavras. E sabiam que o tribunal romano não veria nelas coisa alguma digna de morte. Mas se eles todos Lhe pudessem ouvir dos próprios lábios repetidas aquelas palavras, talvez conseguissem seu objetivo. Sua reivindicação ao messiado, poderiam interpretar como pretensão política, sediciosa.

"És Tu o Cristo?" perguntaram, "dize-no-lo." Mas Cristo permaneceu silencioso. Continuaram a importuná-Lo com perguntas. Por fim, com doloroso, comovedor acento, respondeu: "Se vo-lo disser, não o crereis; e também, se vos perguntar não Me respondereis, nem Me soltareis." Mas para que ficassem sem desculpa, ajuntou a solene advertência: "Desde agora o Filho do homem Se assentará à direita do poder de Deus."

"Logo, és Tu o Filho de Deus?" perguntaram todos a uma voz. Disse-lhes Ele: "Vós dizeis que Eu sou." Exclamaram: "De que mais testemunho necessitamos? pois nós mesmos o ouvimos de Sua boca." Luc. 22:67-71.

E assim, pela terceira condenação das autoridades judaicas, Jesus devia morrer. Tudo quanto se fazia então necessário, pensavam, era que os romanos ratificassem a condenação, e Lho entregassem nas mãos.

Ocorreu então a terceira cena de maus-tratos e zombaria, pior ainda do que a que fora recebida da plebe ignorante. Fez-se isso na própria presença dos sacerdotes e principais, e com a sanção deles. Todo sentimento de simpatia humana lhes desaparecera

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