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O Desejado de Todas as Nações
LivrosAutor: Ellen White
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Judas
Capítulo: 075 076077
Pág. 722

de prata, preço de sua traição a seu Senhor. Agarrando ansiosamente as vestes de Caifás, implorou-lhe que soltasse Jesus, declarando que Ele nada fizera digno de morte. Caifás repeliu-o zangado, mas ficou confuso e não sabia que dizer. Revelara-se a perfídia dos sacerdotes. Era evidente que tinham subornado o discípulo para trair o Mestre.

"Pequei", gritou Judas, "traindo o sangue inocente." Mas o sumo sacerdote, readquirindo o domínio de si mesmo, respondeu desdenhosamente: "Que nos importa? Isso é contigo." Mat. 27:4. Os sacerdotes tinham estado dispostos a fazer de Judas seu instrumento; desprezaram-lhe, porém, a baixeza. Ao volver para eles com sua confissão, desdenharam-no.

Judas lançou-se então aos pés de Jesus, reconhecendo-O como o Filho de Deus e suplicando-Lhe que Se livrasse a Si mesmo. O Salvador não repreendeu o traidor. Sabia que Judas não se arrependera; sua confissão era tirada à força de uma alma culpada por um terrível sentimento de condenação e expectativa de juízo, mas não sentia profundo e quebrantador pesar por haver traído o imaculado Filho de Deus, e negado o Santo de Israel. Todavia, Jesus não proferiu nenhuma palavra de condenação. Olhou piedosamente para Judas, dizendo: "Para esta hora vim Eu ao mundo." João 18:37.

Um murmúrio de surpresa passou pelo auditório. Viram com espanto a paciência de Cristo para com o traidor. Novamente os empolgou a convicção de que esse Homem era mais que um mortal. Se era o Filho de Deus, porém, perguntavam, por que não Se libertava das cadeias e triunfava sobre Seus acusadores?

Judas viu que suas súplicas eram em vão e precipitou-se da sala, exclamando: É tarde! É tarde! Sentiu que não poderia viver para ver Jesus crucificado e, em desespero, foi enforcar-se.

Mais tarde, naquele mesmo dia, a caminho da sala de Pilatos para o Calvário, houve uma interrupção nos gritos e zombaria da turba ímpia que levava Jesus ao lugar da crucifixão. Ao passarem por local retirado, viram ao pé de uma árvore, sem vida, o corpo de Judas. Era uma cena horripilante. Seu peso rompera a corda em que se pendurara à árvore. Ao cair, rebentara-se-lhe terrivelmente o corpo, e cães o estavam agora devorando. Seus restos foram imediatamente enterrados e ocultos às vistas; houve, porém, menos escárnios entre a turba e muitos rostos pálidos revelavam os pensamentos interiores. A retribuição parecia visitar já os que eram culpados do sangue de Jesus.

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