Comentário Bíblico
Adventista
Não torneis a dar palha ao povo, para fazer tijolos - (cba)
Êxodo 5:7
Sem se sentir intimidado pelo Deus dos hebreus e orgulhoso da segurança de seu poder, o faraó estava determinado a impor a sua vontade. Ele suspeitava que o desejo deles de ir ao deserto era apenas uma desculpa inventada por ociosos e promovida por uma sede de liberdade que podia pôr o reino em perigo. Assim, ele planejou tornar a opressão ainda mais cruel.
No antigo Egito, tijolos eram feitos do mesmo modo que hoje, com ou sem palha. Em geral, os tijolos continham algum tipo de planta que os solidificavam com o barro, geralmente era a palha, chamada teben no hebraico bíblico e tibn no árabe egípcio moderno. O processo de fazer tijolos no antigo Egito é representado por várias formas retratadas em tumbas egípcias. É visto também numa pintura de parede na tumba do vizir Rekhmire, que viveu sob o reinado de Tutmés III na metade do século 15 a.C. Essa pintura mostra homens tirando água de um pântano, misturando lama com uma enxada, carregando a mistura em jarros até aos que faziam tijolos, os quais os produziam em moldes de madeira. Um feitor com uma vara na mão observa o grupo de trabalhadores. Os homens que carregam os tijolos são descritos como "cativos trazidos por sua majestade para a construção dos templos de Amon". Alguns dos cativos retratados são semitas e se parecem com os hebreus.
Moisés não diz que os hebreus faziam "tijolos sem palha", como às vezes se declara. O decreto do faraó exigia especificamente que usassem palha que fosse conseguida por eles mesmos. Se os hebreus continuassem a fazer tijolos sem palha estariam violando o decreto, e isso os feitores não permitiriam. Tais tijolos seriam inferiores, pois a palha aumentava a resistência. Isso se deve em parte à presença da própria palha e em parte à ação química da matéria vegetal em decomposição sobre a mistura do tijolo. Quando a mistura é deixada a descansar por alguns dias, os tijolos ficam mais fortes e fazê-los se torna mais fácil. Alguns erroneamente interpretam o uso de tijolos sem palha nas paredes de certas construções egípcias como evidência que confirma a narrativa de Êxodo 5:7,8. Entretanto, esses relatórios se baseiam em interpretação equivocada do registro bíblico e na ignorância da arte de fazer tijolos como praticada no vale do Nilo (ver The Biblical Archaeologist. vol. 13. No 2, Maio, 1950, p. 22-28).
Comentário Bíblico
Mathew Henry
Nota - (Mathew Henry)
Êxodo 5:1-9
Deus reconhecerá o seu povo, mesmo que em uma situação de pobreza e desprezo, e encontrará a ocasião adequada para defender a sua causa. Faraó tratou com desprezo tudo o que ouviu, pois não conhecia a Jeová, não o temia nem o amava; portanto, negou-se a obedecer-lhe. Assim, pois, o orgulho, a ambição, a cobiça e o conhecimento político de faraó o endureceram para a sua própria condenação. O pedido de Moisés e Arão era muito razoável: somente empreender uma viagem de três dias pelo deserto, e isto para uma boa diligência: ofereceremos sacrifícios ao Senhor. Faraó foi irracional dizendo que o povo falava em ir sacrificar porque estava ocioso. Assim, utilizou as palavras deles para ter um pretexto, a fim de aumentar as suas cargas. Hoje em dia, encontramos muitos que estão mais dispostos a culpar o seu próximo por passar umas poucas horas a serviço de Deus, apartados de seus negócios seculares, do que a culpar os que dão o dobro de seu tempo aos prazeres pecaminosos.
A ordem de faraó foi bárbara. Até mesmo Moisés e Arão deveriam ser sobrecarregados. Os perseguidores se comprazem em desprezar os ministros e a colocar dificuldades sobre eles. A quantidade habitual de tijolos deveria ser feita sem a provisão costumeira de palha, usada para ser misturada ao barro. Desta maneira os homens seriam carregados com tanto trabalho que, se o fizessem, o esforço os quebrantaria, e se não o fizessem, seriam castigados.
|