- Beneficiência Social V. Aliviando o sofrimento da humanidade
Nos passos do mestre
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Que vida ocupada foi a de Cristo! Diariamente Ele podia ser visto entrando na habitação humilde dos necessitados e tristes, falando de esperança ao abatido e de paz ao aflito. Os pobres e sofredores recebiam a maior parte de Sua atenção. As crianças O amavam. Eram atraídas para Ele por Sua pronta simpatia.
Com Sua palavra simples e amorável Ele solucionava muitos problemas que surgiam entre elas. Não raro tomava-as em Seus braços e falava com elas de maneira a conquistar-lhes o coração.
Sua obra era médico-missionária e essa Ele pede a Seu povo que faça hoje. Humilde, gentil, terno e compassivo, Ele saía fazendo o bem, alimentando os famintos, erguendo o abatido, confortando os tristes. Ninguém que a Ele viesse em busca de auxílio saía desapontado. Nenhum fio de egoísmo foi entretecido no padrão que Ele deixou como modelo a Seus filhos. Ele viveu a vida que quer que vivam todos os que crêem nEle. Sua comida e bebida era fazer a vontade de Seu Pai. A todos que a Ele vinham buscar ajuda Ele comunicava fé, esperança e vida. Aonde quer que fosse levava bênção.
A mensagem de Cristo a nós é: “Se alguém quiser vir após Mim, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-Me.” — Manuscrito, 115, de 1902.
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O Ministério Médico de Cristo Como Modelo. — Por três anos os discípulos tiveram perante si o maravilhoso exemplo de Cristo. Dia a dia andaram e falaram com Ele, ouvindo Suas palavras de ânimo para o fraco e carregado de fardos e vendo as manifestações de Seu poder em favor dos doentes e aflitos. Quando chegou o momento em que devia deixá-los, deu-lhes Ele o poder de trabalhar como Ele trabalhou. Favoreceu-os com Sua graça, dizendo: “De graça recebestes, de graça dai.” Eles deviam ir ao mundo para derramar a luz do Seu evangelho de amor e cura. A obra que Ele havia feito deviam eles fazer.
E esta é a obra que também nós devemos realizar no mundo. Em simpatia e compaixão devemos ministrar aos que estão em necessidade de auxílio, procurando com fervente altruísmo aliviar as dores da humanidade sofredora. Empenhando-nos nesta obra seremos grandemente abençoados. Sua influência é irresistível. Por ela almas são conquistadas para o Redentor. A promoção prática da comissão dada pelo Salvador demonstra o poder do evangelho. Esta obra reclama laborioso esforço, mas é compensadora, visto que por ela almas a perecer são salvas. Por intermédio de sua influência homens e mulheres de talento devem ser levados à cruz de Cristo.
O homem tem um corpo e também uma alma para salvar. Ambos devem ser restaurados à saúde pelos métodos simples mas eficazes de Deus, os quais apelam a
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homens e mulheres de inteligência. Mediante fé na verdade almas são despertadas para a necessidade de preparo para os deveres da vida. Sendo restaurada a saúde do corpo, as faculdades da mente são liberadas para alcançar as grandes verdades do evangelho. — Carta 152, de 1901.
Primeiro as Necessidades Temporais. — Podemos encontrar entre os nossos vizinhos, sofredores e desafortunados de todas as classes, e quando suas necessidades são trazidas ao nosso conhecimento, é nossa obrigação aliviá-las em tudo que for possível. Seria bom que cada seguidor de Cristo aprendesse a lição apresentada na parábola (do bom samaritano). Devemos em primeiro lugar satisfazer as necessidades materiais do indivíduo e aliviar-lhe as necessidades e sofrimentos físicos e então encontraremos uma avenida aberta ao coração, onde poderemos plantar as boas sementes da virtude e religião. — Testimonies for the Church 4:226 e 227.
Um Mundo Para Salvar. — Lembrai-vos de que há um mundo para ser salvo. Devemos desempenhar nossa parte, permanecendo ao lado de Cristo como Seus colaboradores. Ele é a cabeça; nós somos Sua mão ajudadora. É Seu intento que nós, pela prática de trabalho médico-missionário, assumamos os pesados fardos deixando livres os opressos. Não fechemos os olhos à miséria ao nosso redor nem os ouvidos aos clamores de angústia que ascendem continuamente. Cristo é o maior missionário que o mundo já conheceu. Ele veio para alevantar e dar alegria aos tristes e atribulados, e nesta obra devemos cooperar com Ele. — Manuscrito, 31, de 1901.
Buscai os Passos de Cristo nas Choças da Pobreza. — Muitos pensam que seria grande privilégio visitar os cenários da vida de Cristo na Terra, andar pelos lugares por Ele trilhados, contemplar o lago à margem do qual gostava de ensinar, as montanhas e vales em que Seus olhos tantas vezes pousaram. Mas não necessitamos
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ir a Nazaré, a Cafarnaum ou a Betânia para andar nos passos de Jesus. Encontraremos Suas pegadas ao pé do leito dos doentes, nas choças da pobreza, nos apinhados becos das grandes cidades e em qualquer lugar onde há corações humanos necessitados de consolação. Fazendo como Jesus fazia quando na Terra, andaremos em Seus passos. — O Desejado de Todas as Nações, 640.
O Evangelho de Libertação do Sofrimento. — A obra médico-missionária leva à humanidade o evangelho de libertação do sofrimento. É a obra pioneira do evangelho. É o evangelho praticado, a compaixão de Cristo revelada. Desta obra há grande necessidade, e o mundo está aberto para ela. Permita Deus que a importância da obra médico-missionária seja compreendida e os novos campos possam ser imediatamente penetrados. — Manuscrito, 55, de 1901.
Começai em Vossa Própria Vizinhança. — A obra médico-missionária abrirá muitas portas diante do verdadeiro reformador. Ninguém precisa esperar até que seja chamado para um campo distante a fim de começar a ajudar a outros. Onde quer que estiverdes, podeis começar desde logo. As oportunidades estão ao alcance de todos. Assumi a obra para a qual fostes feitos responsáveis, a obra que deve ser feita em vosso lar e em vossa vizinhança. Não espereis que outros vos estimulem à ação. Prossegui sem demora no temor de Deus, tendo em mente vossa responsabilidade individual para com Aquele que deu a vida por vós. Agi como se ouvísseis Cristo vos convocando pessoalmente para fazerdes o máximo em Seu serviço. Não fiqueis a olhar para ver quem por sua vez está pronto. Se sois verdadeiramente consagrados, por meio de vossa instrumentalidade Deus levará à verdade outros a quem Ele possa usar como instrumentos para derramar luz sobre muitos que estão tateando nas trevas.
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Todos podem fazer alguma coisa. Num esforço por escusarem-se, dizem alguns: “O lar, os deveres, os filhos requerem meu tempo e meus recursos.” Pais, vossos filhos devem ser vossa mão auxiliadora, aumentando vossa capacidade e habilidade para trabalhardes para o Senhor. Os filhos são os membros mais novos da família do Senhor. Devem ser levados a consagrar-se a Deus, a quem pertencem pela criação e redenção. Devem ser ensinados que todas as suas faculdades do corpo, mente e alma Lhe pertencem. Devem ser instruídos para ajudar em vários ramos de serviço abnegado. — Testemunhos Selectos 3:103.
Todos Devem Fazer o Melhor. — O Senhor deseja que cada obreiro faça o melhor. Os que não tiveram instrução especial numa de nossas instituições médicas podem pensar que só lhes é possível fazer muito pouco; mas, meus queridos coobreiros, lembrai-vos de que na parábola dos talentos Cristo não representou todos os servos como havendo recebido a mesma soma. A um servo foram dados cinco talentos; a outro, dois; e ainda a outro, um. Se possuís apenas um talento, usai-o sabiamente, aumentando-o mediante sua entrega aos banqueiros. Alguns não podem fazer tanto como outros, mas cada um deve fazer tudo que pode para conter a onda de enfermidades e aflição que está varrendo o mundo. Vinde em socorro do Senhor, em socorro do Senhor contra os grandes poderes das trevas. Deus deseja que cada um de Seus filhos tenha inteligência e conhecimento, de maneira que com indefectível clareza e poder Sua glória seja revelada em nosso mundo. — The Review and Herald, 9 de Junho de 1904.
Colaboradores de Deus. — Um nobre aspecto da obra de Deus é revelado nas palavras “médico-missionário”. Ser um médico-missionário significa ser um colaborador de Deus. A obra médico-missionária, obra que
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deve ser um grande auxílio e força para a Causa, deve ser promovida com todo cuidado e sabedoria. Nesta obra não deve ser entretecido nem um só fio que prejudique o belo padrão que Deus deseja seja produzido. — Manuscrito, 139, de 1902.
Proclamando a Verdade aos Enfermos e aos Sãos. — O ministério evangélico é uma organização para a proclamação da verdade aos enfermos e aos sãos. Ele combina a obra médico-missionária e o ministério da Palavra. Mediante essas instrumentalidades combinadas dá-se oportunidade de comunicar luz e apresentar o evangelho a todas as classes e a todas as categorias da sociedade. Deus deseja que os pastores e os membros da igreja manifestem um interesse ativo e decidido na obra médico-missionária.
Buscar o povo exatamente onde ele estiver, seja qual for a sua posição ou condição, e ajudá-lo de todo modo possível — eis o ministério evangélico. Os que estão doentes do corpo quase sempre estão também doentes da mente, e quando a alma está enferma o corpo também é afetado. — Testimonies for the Church 6:300 e 301.
O (capítulo 58) de Isaías contém a verdade presente para o povo de Deus. Nele vemos como a obra médico-missionária e o ministério evangélico devem estar unidos ao ser dada a mensagem ao mundo. Sobre os que guardam o sábado do Senhor é imposta a responsabilidade de realizar uma obra de misericórdia e beneficência. A obra médico-missionária deve estar unida à mensagem e selada com o selo de Deus. — Manuscrito, 22, de 1901.
Norte, Sul, Leste, Oeste. — Por que não se tem compreendido da Palavra de Deus que a obra que se faz no setor médico-missionário é um cumprimento da
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passagem: “Sai depressa para as ruas e becos da cidade e traze para aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos. Depois lhe disse o servo: Senhor, feito está como mandaste, e ainda há lugar. Respondeu-lhe o senhor: Sai pelos caminhos e atalhos e obriga a todos a entrar, para que fique cheia a minha casa”?
Esta é uma obra que as igrejas em cada localidade — norte, sul, leste e oeste — devem fazer. Às igrejas tem-se dado a oportunidade de responder a esta obra. Por que não a têm feito? Alguém precisa atender a esta tarefa.
Uma obra que deve ser feita tem sido posta de lado. Os que se têm empenhado na obra médico-missionária têm estado a fazer exatamente aquela espécie de trabalho que o Senhor deseja seja feita. ...
Oh! quanto, quanto mesmo, está por fazer, e no entanto quantos que podiam usar, de maneira correta, os talentos que Deus lhes deu quase nada estão fazendo além de cuidar de si próprios, a si próprios beneficiarem! Mas a mão do Senhor ainda está estendida, e se eles desejarem trabalhar hoje em Sua vinha, Ele aceitará o seu serviço. — Manuscrito, 18, de 1897.
Manter o Equilíbrio. — A obra médico-missionária deve ser promovida pela igreja em esforços bem organizados. Deve ela ser para a causa de Deus o que é a mão direita para o corpo. Mas a obra médico-missionária não deve assumir a importância indevida. Deve ser feita sem se negligenciar outros ramos da obra. — Carta 139, de 1898.
O Trabalho da Mão Direita. — A mão direita é usada para abrir portas pelas quais o corpo pode passar. Esta é a parte que deve desempenhar a obra médico-missionária. Deve ela preparar em grande medida o
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caminho para a recepção da verdade para este tempo. Um corpo sem mãos é inútil. Honrando-se o corpo, deve honrar-se também as mãos ajudadoras, que são instrumentos de tal importância que sem elas o corpo nada pode fazer. Portanto o corpo que trata com indiferença a mão direita, recusando o seu auxílio, não está em condições de fazer coisa alguma. — Manuscrito, 55, de 1901.
Parte de um Grande Todo. — A obra médico-missionária sempre devia ter estado presente na obra de reforma. Mas jamais deve ela tornar-se um meio de separação entre os obreiros em seu ministério. Cristo uniu esses dois ramos em todo o Seu trabalho. A obra médico-missionária é parte do grande todo, como o braço é parte do corpo. Mas o braço não deve dizer à cabeça: Não preciso de ti. O corpo tem necessidade da cabeça decididamente, e dos braços, para fazer trabalho ativo e eficiente. O corpo não deve tornar-se braço. Cada membro tem sua obra própria para realizar. — Manuscrito, 105, de 1899.
A Oração do Médico-Missionário. — Pastores e professores devem trabalhar inteligentemente em seus respectivos ramos, instruindo os membros da igreja sobre como trabalhar nas atividades médico-missionárias. Quando os que professam seguir a Cristo tiverem a presença do Salvador em seu íntimo, serão achados fazendo como Cristo fez. Não terão a oportunidade de se enferrujarem pela inação. Terão bastante que fazer. E o trabalho que fizerem sob os auspícios da igreja será seu melhor meio de comunicar luz.
O homem que estiver trabalhando segundo o plano de Deus orará assim: “Que se conheça neste dia por meio de meu trabalho pela humanidade sofredora que há Deus em Israel, e que eu sou Teu servo. Que se veja que eu
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estou trabalhando, não segundo os meus próprios impulsos e sabedoria, mas de acordo com a Tua Palavra.”
Quando o homem assume esta atitude, e sente que está executando o plano de Deus, e que por seu intermédio Deus está executando o Seu plano, esse homem está na posse do divino poder, o qual não conhece derrota. Todo o poder adversário não vale mais que a palha da eira. — Manuscrito, 115, de 1899.
Levará Vida às Igrejas. — Aos meus irmãos de ministério eu diria: Prossegui nesta obra com tato e habilidade. Ponde os moços e moças de nossas igrejas a trabalhar. Combinai a obra médico-missionária com a proclamação da terceira mensagem angélica. Fazei esforços regulares e organizados para erguer as igrejas de sua condição mortal a que têm caído e em que têm permanecido por anos. Introduzi nas igrejas obreiros que estabelecerão os princípios da reforma de saúde em sua conexão com a terceira mensagem angélica perante cada família e cada indivíduo. Encorajai a todos a tomar parte na obra pelo seu próximo, e vede se o fôlego de vida não retornará depressa a essas igrejas. — Carta 54, de 1898.