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Filhas de Deus
LivrosAutor: Ellen White
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Os links abaixo estão disponiveis com permissão do Ellen G. White Estate em Silver Spring, Maryland, EUA.

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Durante os anos do ministério de Cristo na Terra, mulheres piedosas ajudaram a obra que o Salvador e Seus discípulos estavam promovendo. Se os que se opunham a essa obra houvessem podido encontrar qualquer coisa irregular no procedimento dessas mulheres, isso teria paralisado o trabalho imediatamente. Conquanto, porém, houvesse mulheres trabalhando com Cristo e com os apóstolos, todo o trabalho era dirigido segundo um plano tão elevado que se situava acima da sombra de qualquer suspeita. Não pôde ser achada ocasião alguma para a menor acusação. O pensamento de todos estava concentrado nas Escrituras, não em pessoas. A verdade era proclamada com sabedoria e com tanta clareza que todos a compreendiam. — Evangelismo, 67, 68.

Isabel, mãe de João Batista

Este capítulo é baseado em Lucas 1.

“Nos dias de Herodes, rei da Judéia, houve um sacerdote chamado Zacarias, do turno de Abias. Sua mulher era das filhas de Arão e se chamava Isabel. Ambos eram justos diante de Deus, vivendo irrepreensivelmente em todos os preceitos e mandamentos do Senhor. E não tinham filhos, porque Isabel era estéril, sendo eles avançados em dias. Ora, aconteceu que, exercendo ele diante de Deus o sacerdócio na ordem do seu turno, coube-lhe por sorte, segundo o costume sacerdotal, entrar no santuário do Senhor para queimar o incenso; e, durante esse tempo, toda a multidão do povo permanecia da parte de fora, orando. E eis que lhe apareceu um anjo do Senhor, em pé, à direita do altar do incenso. Vendo-o, Zacarias turbou-se, e apoderou-se dele o temor. Disse-lhe, porém, o anjo: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida; e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, a quem darás o nome de João. Em ti haverá prazer e alegria, e muitos se regozijarão com o seu nascimento. Pois ele será grande diante do Senhor, não beberá vinho nem bebida forte e será cheio do Espírito Santo, já do ventre materno. E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus. E irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado. ... O menino

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crescia e se fortalecia em espírito. E viveu nos desertos até ao dia em que havia de manifestar-se a Israel”. Lucas 1:5-17, 80.

Um anjo do Céu veio instruir a Zacarias e Isabel sobre a maneira em que deveriam preparar e educar o filho, para que pudessem trabalhar em harmonia com Deus no preparo de um mensageiro para anunciar a vinda de Cristo. Como pais, deveriam cooperar fielmente com Deus em formar em João tal caráter que o habilitasse a desempenhar a parte que Deus designara para ele como obreiro competente. João era o filho de sua velhice, o filho de um milagre, e os pais podiam ter raciocinado que ele tinha uma obra especial a fazer pelo Senhor, e que Este cuidaria dele. Mas Zacarias e Isabel não raciocinaram assim; mudaram-se para um lugar solitário, no campo, onde o filho não estivesse exposto às tentações da vida na cidade, ou não fosse induzido a separar-se dos conselhos e instrução que eles, como pais, lhe dariam. Desempenharam sua parte quanto a desenvolver no filho um caráter que em todos os sentidos atendesse ao propósito para o qual Deus determinara sua vida. Orientação da Criança, 22, 23. Por nenhuma descuidada negligência de sua parte deixaria seu filho de tornar-se bom e sábio, “para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e dirigir os nossos pés pelo caminho da paz”. Lucas 1:79. Sagradamente cumpriram sua obrigação.

Maria, a mãe de Jesus

Este capítulo é baseado em Mateus, Marcos, Lucas e João.

Quando a Majestade do Céu Se tornou um bebê, e foi confiado a Maria, não tinha ela muito que oferecer pelo precioso dom. Levou ao altar apenas duas rolas, oferta designada para os pobres; mas foram um sacrifício aceitável ao Senhor. Não podia apresentar tesouros raros como os sábios do Oriente, que foram a Belém para os depor diante do Filho de Deus; contudo a mãe de Jesus não foi rejeitada devido à insignificância de sua dádiva. Foi a voluntariedade de seu coração que o Senhor tomou em consideração, e seu amor tornou suave a oferta. Assim aceitará Deus a nossa dádiva embora seja ela pequena, se for o melhor que temos, e for oferecida por amor a Ele. — Conselhos Sobre Mordomia, 176.

O sacerdote realizou a cerimônia como todas as demais. Tomou a criança nos braços, e ergueu-a perante o altar. Depois de a devolver à mãe, inscreveu o nome “Jesus” na lista dos primogênitos. Mal pensava ele, enquanto a criança lhe repousava nos braços, que era a Majestade do Céu, o Rei da Glória. Não pensou o sacerdote que essa criança era Aquele de quem Moisés escrevera: “O Senhor vosso Deus vos suscitará um Profeta dentre vossos irmãos, semelhante a mim; a Este ouvireis em tudo o que vos disser”. Atos dos Apóstolos 3:22. Não pensou que essa criança era Aquele cuja glória Moisés rogara ver. Mas Alguém maior do que Moisés Se achava nos braços

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do sacerdote; e, ao inscrever o nome do menino, inscrevia o dAquele que era o fundamento de toda a dispensação judaica. ...

[Desde o início,] Maria esperava o reino do Messias no trono de Davi, mas não via o batismo de sofrimento pelo qual esse trono devia ser conquistado. Por meio de Simeão [quando Cristo foi dedicado como um bebê, no templo] fora revelado que o Messias não teria no mundo um caminho livre de obstáculos. Nas palavras dirigidas a Maria: “Uma espada traspassará também a tua própria alma”, Deus, em Sua compassiva misericórdia, dá à mãe de Jesus uma indicação da angústia que já por amor dEle começara a suportar. — O Desejado de Todas as Nações, 52, 56.

O menino Jesus não Se instruía nas escolas das sinagogas. Sua mãe foi Seu primeiro mestre humano. Dos lábios dela e dos rolos dos profetas, aprendeu as coisas celestiais. As próprias palavras por Ele ditas a Moisés para Israel, eram-Lhe agora ensinadas aos joelhos de Sua mãe. Ao avançar da infância para a juventude, não procurou as escolas dos rabis. Não necessitava da educação obtida de tais fontes; pois Deus Lhe servia de instrutor. ...

Entre os judeus, os doze anos eram a linha divisória entre a infância e a juventude. Ao completar essa idade, um menino hebreu era considerado filho da lei, e também filho de Deus. Eram-lhe dadas especiais oportunidades para instruções religiosas, e esperava-se que participasse das festas e observâncias sagradas. Foi em harmonia com esse costume, que Jesus fez em Sua meninice a visita pascoal a Jerusalém. Como todos os israelitas devotos, José e Maria iam todos os anos assistir à Páscoa; e quando Jesus havia atingido a necessária idade, levaram-nO consigo. ...

Pela primeira vez, contemplou o menino Jesus o templo. Viu os sacerdotes de vestes brancas, realizando seu solene ministério. Viu a ensangüentada vítima sobre o altar do sacrifício. Com os adoradores, inclinou-Se em oração, enquanto ascendia perante Deus a nuvem de incenso. Testemunhou os impressivos ritos da cerimônia pascoal. Dia a dia, observava mais claramente a significação dos mesmos. Cada ato parecia estar ligado a Sua própria vida. No íntimo, Ele percebia surgirem novos impulsos. Silencioso e absorto, parecia estudar a solução de um grande problema. O mistério de Sua missão desvendava-se ao Salvador.

Enlevado pela contemplação dessas cenas, não permaneceu ao lado dos pais. Buscou estar sozinho. Ao terminarem as cerimônias pascoais, demorou-Se ainda no pátio do templo; e, ao partirem os adoradores de Jerusalém, Jesus foi deixado para trás.

Nessa visita a Jerusalém, os pais de Jesus desejavam pô-Lo em contato com os grandes mestres de Israel. ... Um aposento ligado ao templo estava sendo ocupado por uma escola sagrada, à maneira das escolas dos profetas. Ali se reuniam mestres de destaque, com os alunos, e ali foi ter o menino Jesus. Sentando-Se aos pés desses homens sérios e doutos, ouvia-lhes as instruções. — O Desejado de Todas as Nações, 70, 75, 78.

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Os sábios foram surpreendidos pelas perguntas que o menino Jesus fazia. Quiseram incentivá-Lo a estudar a Bíblia, e desejaram ver quanto conhecia Ele das profecias. Foi por isso que Lhe fizeram tantas perguntas. José e Maria se surpreenderam tanto diante das respostas sábias do seu Filho quanto os próprios doutores. Quando se fez uma pausa, Maria, mãe de Jesus, foi até seu Filho e perguntou: “Filho, por que fizeste assim conosco? Teu pai e eu, aflitos, estamos à Tua procura.” Então, uma luz divina resplandeceu na face de Jesus, enquanto Ele erguia a mão e dizia: “Por que Me procuráveis? Não sabíeis que Me cumpria estar na casa de Meu Pai? Não compreenderam, porém, as palavras que lhes dissera.” Não entenderam o que Ele realmente queria dizer com aquelas palavras, mas sabiam que era um verdadeiro filho, submisso às suas ordens. Embora fosse o Filho de Deus, desceu para Nazaré e sujeitou-Se a Seus pais. Conquanto Sua mãe não entendesse o significado das Suas palavras, não se esqueceu delas, mas “guardava todas estas cousas no coração”. — The Youth’s Instructor, 28 de Novembro de 1895.

Ao voltarem José e Maria de Jerusalém, sozinhos com Jesus, Ele esperava dirigir-lhes a atenção às profecias concernentes aos sofrimentos do Salvador. Sobre o Calvário, procurou aliviar a dor de Sua mãe. Estava agora pensando nela. Maria tinha que testemunhar Sua agonia final, e Jesus desejava que ela compreendesse Sua missão, a fim de fortalecer-se para resistir, quando a espada lhe houvesse de traspassar o coração. Como Jesus estivera separado dela, e por três dias O procurara aflita, assim, quando fosse oferecido pelos pecados do mundo, estaria novamente perdido para ela três dias. E ao ressurgir Ele do sepulcro, sua tristeza se transformaria outra vez em júbilo. Mas quão melhor teria ela suportado a angústia da morte do Filho, se houvesse compreendido as Escrituras para as quais Ele lhe procurava agora volver os pensamentos! — O Desejado de Todas as Nações, 82, 83.

Por doze anos de Sua vida, andou Ele pelas ruas de Nazaré e trabalhou com José no seu ofício, executando cuidadosamente os deveres que correspondiam a um filho. Até ali, não havia dado indícios de Seu peculiar caráter, ou tornado manifesta a natureza de Sua missão na Terra como Filho de Deus. Mas, naquela ocasião, tornou conhecido a Seus pais o fato de que tinha uma missão a cumprir, mais elevada e santa do que eles imaginavam, pois tinha uma obra que Lhe fora confiada por Seu Pai celeste. Maria sabia que Jesus havia negado um relacionamento filial com José e declarado Sua filiação ao Eterno. Perplexa, não compreendeu plenamente o significado das palavras quando Ele Se referiu a Sua missão. Indagava, em sua mente, se alguém teria contado a Jesus que José não era Seu verdadeiro pai, mas que Deus era Seu Pai. Maria ponderava essas coisas no coração. — The Youth’s Instructor, 13 de Julho de 1893.

Maria acreditava em seu coração que a santa Criança dela nascida, era o tão longamente prometido Messias; não ousava, entretanto, exprimir essa fé. Foi, através de sua existência terrestre, uma partilhadora

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dos sofrimentos do Filho. Com dor testemunhava as provações que Lhe sobrevinham na infância e juventude. Por justificar o que sabia ser direito em Seu procedimento, via-se ela própria em situações difíceis. Considerava as relações domésticas, e a terna solicitude da mãe em torno dos filhos, de vital importância na formação do caráter. Os filhos e filhas de José sabiam isto e, prevalecendo-se de sua ansiedade, procuravam corrigir as atitudes de Jesus segundo norma deles. — O Desejado de Todas as Nações, 90.

A vida de Cristo foi assinalada pelo respeito e o amor à Sua mãe. O Desejado de Todas as Nações, 90. Ela argumentava muitas vezes com Jesus, e insistia em que Se conformasse com os desejos de Seus irmãos. Os irmãos não podiam persuadi-Lo a mudar Seus hábitos de vida, no contemplar as obras de Deus, manifestar simpatia e ternura para com os pobres, os sofredores, os desafortunados, e ao buscar aliviar os sofrimentos dos homens ou mesmo dos mudos animais. Quando os sacerdotes e mestres procuravam Maria para persuadi-la a forçar Jesus a demonstrar lealdade às suas cerimônias e tradições, ela se sentia muito perturbada. Mas a paz e a confiança lhe vinham ao turbado coração quando seu Filho apresentava as cristalinas declarações das Escrituras em apoio ao Seu proceder. — The Signs of the Times, 6 de Agosto de 1896.

Desde o dia em que ouvira o anúncio do anjo, no lar de Nazaré, entesourara Maria todo sinal de que Jesus era o Messias. Sua doce e abnegada existência assegurava-lhe que Ele não podia ser outro senão o Enviado de Deus. Todavia, também lhe sobrevinham dúvidas e decepções, e ela anelara o tempo em que Sua glória se houvesse de manifestar. A morte a separara de José, que com ela partilhara do mistério do nascimento de Jesus. Não havia agora ninguém mais a quem pudesse confiar suas esperanças e temores. Os dois meses anteriores tinham sido muito dolorosos. Fora separada de Jesus, em cuja simpatia encontrava conforto; ponderava as palavras de Simeão: “Uma espada traspassará também a tua própria alma” (Lucas 2:35); recordava os três dias de angústia quando julgava Jesus para sempre perdido para ela; e era com ansiedade de coração que Lhe aguardava o regresso. — O Desejado de Todas as Nações, 145.

A mãe, viúva, havia lamentado os sofrimentos que Jesus suportara em Sua solidão. Sua missão messiânica causava-lhe profunda tristeza, bem como alegria. Então, por estranho que lhe parecesse, ela O encontra na festa das bodas, o mesmo filho terno e serviçal, e, contudo, não o mesmo, pois Seu semblante mudara; ela vê os vestígios da feroz luta no deserto da tentação e a evidência da celestial missão em Suas expressões e na dignidade de Sua presença. Vê que Ele está acompanhado por um grupo de homens moços, que o tratam com reverência, chamando-o de Mestre. Esses companheiros contam a Maria as coisas maravilhosas que testemunharam, não só por ocasião do batismo, como em numerosas outras ocasiões, e concluem declarando: “Havemos achado Aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno”. — The Spirit of Prophecy 2:100.

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Maria ouvira falar na manifestação às margens do Jordão, quando do batismo dEle. As novas foram levadas a Nazaré, evocando novamente em seu espírito as cenas que por tantos anos ocultara no coração. Como todo o Israel, Maria fora profundamente comovida pela missão de João Batista. Bem se lembrava ela da profecia feita em seu nascimento. A ligação dele com Jesus, avivava-lhe novamente as esperanças. Mas também lhe haviam chegado notícias da misteriosa retirada de Jesus para o deserto, e sentia-se opressa por aflitivos pressentimentos. ...

Ao reunirem-se os convidados, muitos pareciam preocupados com algum assunto de interesse absorvente. Um contido despertar domina a assistência. Pequenos grupos conversam entre si em tom vivo mas dominado, lançando olhares indagadores para o Filho de Maria. Ao ouvir esta o testemunho dos discípulos quanto a Jesus, alegrara-se com a certeza de não haverem sido vãs suas tão longamente acariciadas esperanças. Entretanto, teria ela sido mais que humana, não se lhe houvesse misturado a essa santa alegria um traço do natural orgulho de mãe amorosa. Ao ver os muitos olhares voltados para Jesus, anelava que Ele demonstrasse aos assistentes ser realmente o Honrado de Deus. Esperava que houvesse oportunidade de Ele operar um milagre diante deles. ...

Mas, se bem que Sua mãe não possuísse conceito exato da missão de Cristo, nEle confiava implicitamente. A essa fé correspondeu Jesus. Foi para honrar a confiança de Maria, e fortalecer a fé dos discípulos, que realizou o primeiro milagre. Os discípulos haveriam de encontrar muitas e grandes tentações para a incredulidade. Para eles, as profecias haviam tornado claro, indiscutível, que Jesus era o Messias. Esperavam que os guias religiosos O recebessem com confiança ainda maior que a deles. Declararam entre o povo as maravilhosas obras de Cristo e sua própria confiança na missão dEle, mas pasmaram e sentiram-se cruelmente decepcionados pela incredulidade, o preconceito profundamente arraigado e a inimizade para com Jesus, manifestados pelos sacerdotes e rabis. Os primeiros milagres do Salvador fortaleceram os discípulos para enfrentar a oposição. — O Desejado de Todas as Nações, 144, 145, 147, 148.

Era costume, naqueles tempos, que as festas de casamento continuassem por vários dias. Verificou-se nessa ocasião, antes do fim da festa, haver-se esgotado a provisão de vinho. Isso causou muita perplexidade e desgosto. Era coisa fora do comum dispensar o vinho em ocasiões festivas, e a ausência do mesmo pareceria indicar falta de hospitalidade. Como parenta dos noivos, Maria ajudara nos preparativos da festa, e falou agora a Jesus, dizendo: “Não têm vinho”. Essas palavras eram uma sugestão de que Ele poderia suprir a necessidade. Mas Jesus respondeu: “Mulher, que tenho eu contigo? ainda não é chegada a Minha hora”. João 2:3, 4. ...

Sem se desconcertar absolutamente com as palavras de Jesus, Maria disse aos que serviam à mesa: “Fazei tudo quando Ele vos disser”. João 2:5.

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Assim fez ela o que podia para preparar o caminho para a obra de Cristo. — O Desejado de Todas as Nações, 145, 146, 148.

[“Depois disso, desceu a Cafarnaum, Ele, e Sua mãe, e Seus irmãos, e Seus discípulos, e ficaram ali não muitos dias. E estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém”. João 2:12, 13.]

[“Nisto, chegaram Sua mãe e Seus irmãos e, tendo ficado do lado de fora, mandaram chamá-Lo. Muita gente estava assentada ao redor dEle e Lhe disseram: Olha, Tua mãe, Teus irmãos e irmãs estão lá fora à Tua procura”. Marcos 3:31, 32.]

Não há uma afirmação clara na Bíblia, nem no Espírito de Profecia, sobre quão freqüente, se é que existiram, outros contatos de Maria com Jesus até o momento da crucifixão.

“E quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali O crucificaram”. Lucas 23:33. ... Uma vasta multidão seguiu Jesus do tribunal ao Calvário. As novas de Sua condenação se espalharam por toda Jerusalém. ...

Chegando ao lugar da execução, os presos foram ligados ao instrumento da tortura. ... A mãe de Jesus, apoiada por João, o discípulo amado, seguira seu Filho ao Calvário. Vira-O desmaiar sob o peso do madeiro, e anelara suster com a mão aquela cabeça ferida, banhar aquela fronte que um dia se lhe reclinara no seio. Não lhe era, no entanto, concedido esse triste privilégio. ... Mais uma vez seu coração desfaleceria, ao evocar as palavras em que lhe haviam sido preditas as próprias cenas que se estavam desenrolando então. ... Deveria ela renunciar a sua fé de que Jesus era o Messias? Deveria testemunhar-Lhe a vergonha e a dor, sem ter sequer o consolo de servi-Lo em Sua aflição? Viu-Lhe as mãos estendidas sobre a cruz; foram trazidos o martelo e os pregos, e, ao serem estes cravados na tenra carne, os discípulos, profundamente comovidos, levaram da cruel cena o corpo desfalecido da mãe de Jesus. ...

Pág. Em Seu sofrimento,

solícito cuidado para com Sua mãe! Não possuía dinheiro com que lhe provesse o conforto; achava-Se, porém, entronizado na alma de João, e entregou-lhe Sua mãe como precioso legado. Assim providenciou para ela aquilo de que mais necessitava — a terna simpatia de alguém que a amava porque ela amava a Jesus. E, acolhendo-a como santo legado, estava João recebendo grande bênção. Ela lhe era uma contínua recordação de seu querido Mestre. — O Desejado de Todas as Nações, 741, 743, 744, 752.

Maria e Marta

Este capítulo é baseado em Lucas 10:38-42; João 11.

Jesus Se hospedava freqüentemente no lar de Maria e Marta, e de seu irmão Lázaro. Marta, muitas vezes, assoberbava-se com os cuidados das tarefas diárias, enquanto Maria buscava primeiramente as palavras de Jesus.

Jesus, com freqüência, encontrara o repouso que Sua fatigada natureza humana requeria, na casa de Lázaro, em Betânia. Sua primeira visita, ali, ocorrera quando Ele e Seus discípulos se sentiram cansados de uma penosa viagem a pé, de Jericó a Jerusalém. Permaneceram como hóspedes no sossegado lar de Lázaro, e foram acolhidos por suas irmãs, Marta e Maria.

A despeito da fadiga de Jesus, Ele continuou a instrução que estivera dando a Seus discípulos pela estrada, com referência às qualificações necessárias para preparar homens para o reino do Céu. A paz de Cristo repousou sobre o lar do irmão e das irmãs. Marta se enchia de ansiedade para proporcionar conforto aos hóspedes, mas Maria fora seduzida pelas palavras de Jesus a Seus discípulos, e, vendo uma oportunidade áurea de familiarizar-se melhor com as doutrinas de Cristo, entrou silenciosamente na sala onde Ele Se sentara e, ocupando lugar aos pés de Jesus, sorvia ansiosamente cada palavra que Lhe caía dos lábios. — The Spirit of Prophecy 2:358.

Ao dar Cristo Suas admiráveis lições, Maria sentava-se aos Seus pés, ouvinte atenta e reverente. Certa vez, Marta, perplexa com o cuidado de preparar a refeição, foi ter com Cristo, dizendo: “Senhor, não Te importas que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe, pois, que me ajude”. Lucas 10:40. Isto foi por ocasião da primeira visita de Cristo a Betânia. O Salvador e os discípulos haviam feito a pé a fatigante viagem de Jericó até lá. Marta anelava proporcionar-lhes conforto e, em sua ansiedade, esqueceu a gentileza devida ao Hóspede. Jesus lhe respondeu branda e pacientemente: “Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada”. Lucas 10:41, 42. Maria estava enriquecendo o espírito com as preciosas palavras caídas dos lábios do Salvador, palavras mais valiosas para ela do que as mais magníficas jóias da Terra.

A “uma só” coisa que Marta necessitava, era espírito calmo, devoto, mais profundo anseio de conhecimento da vida futura, imortal, e as graças

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necessárias ao progresso espiritual. Precisava de menos ansiedade em torno das coisas que passam, e mais pelas que permanecem para sempre. Jesus quer ensinar Seus filhos a se apoderarem de toda oportunidade de adquirir o conhecimento que os tornará sábios para a salvação. A causa de Cristo requer obreiros cuidadosos e enérgicos. Existe vasto campo para as Martas, com seu zelo no culto ativo. Sentem-se elas primeiro, porém, com Maria aos pés de Jesus. Sejam a diligência, prontidão e energia santificadas pela graça de Cristo; então a vida será uma invencível força para o bem. — O Desejado de Todas as Nações, 525.

Qual Maria, precisamos assentar-nos aos pés de Jesus para dEle aprender, tendo escolhido aquela melhor parte, que jamais nos será tirada. Como Marta, precisamos ser sempre abundantes na obra do Senhor. As realizações cristãs mais altas só podem ser alcançadas mediante muito uso dos joelhos, em oração sincera. ... Uma fibrazinha da raiz do egoísmo que permaneça na mente, brotará quando menos se espere, e assim muitos serão contaminados. — Para Conhecê-lo, 351.

Lemos, no relato inspirado, que “amava Jesus a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro”; contudo, após ter recebido a notícia [de que Lázaro estava enfermo], “ainda Se demorou dois dias no lugar onde estava”. Guiado por divina sabedoria, Ele não foi imediatamente ao encontro de Seus amados amigos. A mensagem que Lhe chegara não recebeu uma resposta imediata. Maria e Marta não disseram: “Senhor, vem logo e cura nosso irmão.” Confiavam em Jesus, crendo que Ele faria o que fosse melhor em seu favor. Por fim, disse Ele a Seus discípulos: “Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo”. — Manuscript Releases 21:111.

Quando Ele [Jesus] chegou a Betânia, ouviu de várias pessoas que Lázaro estava morto, e sepultado fazia quatro dias. ... Marta apressou-se a encontrá-Lo; contou-Lhe da morte do irmão, dizendo: “Senhor, se estiveras aqui, não teria morrido meu irmão.” Em meio a seu desapontamento e pesar, ela não perdera a confiança em Jesus, e acrescentou: Também sei que, mesmo agora, tudo quanto pedires a Deus, Deus To concederá.” Jesus fortaleceu sua fé, declarando-lhe: “Teu irmão há de ressurgir.” ...

Quando Jesus perguntou a Marta: “Crês isto?”, ela respondeu com uma confissão de fé: “Senhor, eu tenho crido que Tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo.” Dessa maneira, Marta declarou sua crença em Jesus como Messias, e na Sua capacidade de realizar qualquer obra que Lhe aprouvesse. Jesus pediu que Marta chamasse sua irmã e os amigos que tinham vindo para confortar as aflitas mulheres. Quando Maria chegou, caiu aos pés de Jesus, também chorando: “Senhor, se estiveras aqui, meu irmão não teria morrido.” Diante de todo esse pesar, Jesus “agitou-Se no espírito, e comoveu-Se. E perguntou: Onde o sepultastes? Eles Lhe responderam: Senhor, vem e vê!” Juntos, encaminharam-se todos à sepultura de Lázaro, que era uma gruta a cuja entrada tinham posto uma pedra. — The Spirit of Prophecy 2:362, 363.

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Em tudo quanto fazia, Cristo cooperava com o Pai. Tinha sempre o cuidado de tornar claro que não agia independentemente; era pela fé e a oração que Ele realizava Seus milagres. Cristo desejava que todos soubessem Suas relações para com o Pai. “Pai”, disse, “graças Te dou, por Me haveres ouvido. Eu bem sei que sempre Me ouves, mas Eu disse isto por causa da multidão que está em redor, para que creiam que Tu Me enviaste”. João 11:41, 42. Ali aos discípulos e ao povo devia ser proporcionada a mais convincente prova com respeito à relação existente entre Cristo e Deus. Devia-lhes ser mostrado que a afirmação de Cristo não era um engano.

“E tendo dito isto, clamou com grande voz: Lázaro, sai para fora”. João 11:43. Sua voz, clara e penetrante, soa aos ouvidos do morto. Ao falar, a divindade irrompe através da humanidade. Em Seu rosto, iluminado pela glória de Deus, vê o povo a certeza de Seu poder. Todos os olhos se acham fixos na entrada do sepulcro. Todos os ouvidos, atentos ao mais leve som. Com intenso e doloroso interesse, aguardam todos a prova da divindade de Cristo, o testemunho que há de comprovar Sua declaração de ser o Filho de Deus, ou para sempre extinguir a esperança.

Há um ruído na silenciosa tumba, e o que estivera morto aparece à entrada. Seus movimentos são impedidos pela mortalha em que está envolto, e Cristo diz à estupefata assistência: “Desatai-o, e deixai-o ir.” Mais uma vez lhes é mostrado que o obreiro humano deve cooperar com Deus. A humanidade deve trabalhar pela humanidade. Lázaro é desligado e aparece ao grupo, não como uma pessoa emagrecida pela doença, membros débeis e vacilantes, mas como um homem na primavera da vida, no vigor de nobre varonilidade. Brilham-lhe os olhos de inteligência e de amor para com o Salvador. Lança-se em adoração aos pés de Jesus. — O Desejado de Todas as Nações, 536.

Mediante a ressurreição de Lázaro, muitos foram levados a crer em Jesus. Era plano de Deus que Lázaro morresse e fosse posto na tumba antes da chegada do Salvador. A ressurreição de Lázaro foi o milagre coroador de Cristo, e por causa dele muitos glorificaram a Deus. — Manuscript Releases 21:111.

Simão* fora curado de lepra, e isso é que o atraíra a Jesus. Desejara mostrar sua gratidão e, na última visita de Cristo a Betânia, ofereceu um banquete ao Salvador e a Seus discípulos. ... À mesa achava-Se Jesus, tendo a um lado Simão ... e do outro Lázaro .... Marta servia à mesa, mas Maria escutava ansiosamente toda palavra que caía dos lábios de Jesus. Em Sua misericórdia perdoara Jesus os seus pecados, chamara do sepulcro seu bem-amado irmão, e a alma de Maria estava cheia de reconhecimento. Ouvira Jesus falar de Sua morte próxima e, em seu profundo amor e tristeza, almejara honrá-Lo. Com grande sacrifício para si, comprara um vaso de alabastro de “ungüento de nardo puro, de muito preço”

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(João 12:3) para com ele ungir-Lhe o corpo. Mas agora muitos diziam que Ele estava para ser coroado rei. Seu pesar transformou-se em alegria, e ansiava ser a primeira a honrar a seu Senhor. Quebrando o vaso de ungüento, derramou o conteúdo sobre a cabeça e os pés de Jesus e, depois, enquanto de joelhos chorava umedecendo-os com lágrimas, enxugava-os com os longos cabelos soltos. ...

Judas contemplou a mesma com grande desagrado. ... Disse: “Por que não se vendeu este ungüento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres?” João 12:5. ... E em volta da mesa passou a murmuração: “Para que é este desperdício?” Mateus 26:8. ... Maria ouviu as palavras de crítica. ... Estava para se esquivar dali, quando se ouviu a voz de seu Senhor: “Deixai-a, por que a molestais?” Marcos 14:6. ... Erguendo a voz acima dos murmúrios da crítica, disse: “Ela praticou boa ação para comigo. Porque os pobres, sempre os tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem, mas a Mim nem sempre Me tendes. Esta fez o que podia; antecipou-se a ungir o Meu corpo para a sepultura”. Marcos 14:6-8. — O Desejado de Todas as Nações, 557-560.

A mulher samaritana

Este capítulo é baseado em João 4:5-42.

Os judeus e os samaritanos se desprezavam. Jamais pediam algum favor um ao outro, mesmo que fosse grande a necessidade. E nunca se dirigiam a uma mulher, a menos que ela falasse primeiro. Quando Jesus, um judeu, pediu a uma samaritana um pouco de água para beber, praticou um ato inédito. O diálogo que se seguiu mudou a vida dela.

Quão gratos devíamos ser por ter Cristo assumido a natureza humana e Se tornado sujeito à tentação, assim como nós! Embora tomasse sobre Si a humanidade, Ele era divino. Tudo o que se atribui ao Pai, atribui-se a Cristo. Sua divindade fora revestida com a humanidade; Ele era o Criador do céu e da terra; e, enquanto esteve sobre a Terra, sentiu-Se fatigado, como os homens se sentem, e buscou repouso para a pressão constante do labor. Aquele que fizera o oceano, que rege as águas do grande abismo, e abre as fontes e rios da terra, repousou de Sua fadiga junto ao poço de Jacó, e esteve na dependência da bondade de uma estranha até quanto à dádiva de um pouco de água. — O Desejado de Todas as Nações, 184.

Quando ela questionou o decoro do Seu pedido — como era que Ele, sendo judeu, pedia água para uma samaritana — Ele lhe falou palavras que revelaram Seu caráter divino. Disse: “Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu Lhe pedirias, e Ele te daria água viva.”

Quando a mulher expressou surpresa diante de Sua declaração, Ele continuou: “Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário,

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a água que Eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna”. — The Review and Herald, 19 de Maio de 1896.

A mulher O olhou com atenta curiosidade; Ele conseguira despertar-lhe o interesse e inspirara respeito para consigo mesmo. Ela agora percebia que não era à água do poço de Jacó que Jesus Se referia, pois dessa usava ela continuamente, bebendo e voltando a ter sede. Com notável fé, pediu-Lhe que lhe desse da água da qual falara, para que não mais tivesse sede, nem precisasse tirá-la do poço. ...

Jesus, então, mudou abruptamente o assunto da conversa, e pediu que ela chamasse o seu marido. A mulher respondeu, francamente, que não tinha marido. Jesus Se aproximara agora do desejado ponto a partir do qual podia convencê-la de que Ele tinha o poder de ler a história da sua vida, embora não a conhecesse anteriormente. Dirigiu-se a ela desta maneira: “Bem disseste, não tenho marido; porque cinco maridos já tiveste, e esse que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade.”

Jesus tinha um duplo objetivo em vista; desejava despertar-lhe a consciência quanto ao pecado de seu estilo de vida, bem como provar-lhe que olhos mais sábios do que a visão humana haviam lido os segredos de sua vida. Mas a mulher, embora sem entender plenamente a culpa de sua maneira de viver, ficara atônita por ver que aquele estranho possuía tal conhecimento. Com profunda reverência, disse: “Senhor vejo que és profeta.” ...

As palavras da verdade que caíam dos lábios do divino Mestre tocaram o coração de Sua ouvinte. Nunca ouvira ela tais sentimentos, nem dos sacerdotes de seu povo, nem dos judeus. Os marcantes ensinos daquele estranho levaram-lhe a mente ao passado, às profecias concernentes ao Cristo prometido, pois os samaritanos, bem como os judeus, aguardavam Sua vinda. “Eu sei que o Messias vem”, disse ela; “quando Ele vier, nos anunciará todas as cousas.” Jesus respondeu: “Eu O sou, Eu que falo contigo.”

Bem-aventurada mulher de Samaria! Durante o diálogo, sentira-se como na presença da divindade; agora, alegremente reconhecia seu Senhor. Não exigiu dEle um milagre, como o fizeram os judeus, para provar Seu divino caráter. Aceitou Sua declaração, sentindo perfeita confiança em Suas palavras, e não questionando a santa influência que dEle emanava. — The Spirit of Prophecy 2:141-145.

Ela partiu anunciando as novas: “Vinde e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito; porventura, não é este o Cristo?” João 4:29. O testemunho daquela mulher converteu muitos para a fé em Cristo. Por seu relato muitos foram ouvi-Lo por si mesmos e creram por causa de Sua palavra. — Testimonies for the Church 3:217.

Mostrou-se mais eficiente missionária que os próprios discípulos. Esses nada viram em Samaria que indicasse ser ela um campo promissor. Tinham os pensamentos fixos numa grande obra a ser efetuada no futuro. Não viram que mesmo junto deles estava uma colheita a fazer. Mas, por

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intermédio da mulher a quem desprezavam, toda uma cidade foi levada a ouvir Jesus. Ela levou imediatamente a luz a seus conterrâneos. Essa mulher representa a operação de uma fé prática em Cristo. — A Ciência do Bom Viver, 102.

A mulher que tocou a orla do manto de Jesus

Este capítulo é baseado em Marcos 5:25-34.

Essa mulher estivera doente por muitos anos. Os médicos não puderam socorrê-la, mas ela cria que, se pudesse tocar Jesus, seria curada.

Abra a porta do seu coração, e Cristo, o hóspede celestial, entrará. ... Você pode ter uma fé nominal, justamente uma fé como a das pessoas que rodeavam Jesus nas ruas da Judéia, mas essa fé não o ligará a. Ele. Você precisa de uma fé semelhante à da pobre mulher que estivera enferma por muitos anos. Havia buscado o auxílio dos médicos, mas sua enfermidade piorara cada vez mais. Ela ouviu de Cristo, e teve fé nEle. Creu que, se tão-somente pudesse tocar a orla de Seu manto, seria curada. Cristo compreendeu o anseio do seu coração; Ele compreende o desejo de cada coração atraído a Ele, e o atende. Essa pobre mulher que ansiava por auxílio aproveitou sua primeira oportunidade de ir à presença de Jesus. A multidão O rodeava, mas ela forcejou por adiantar-se, até poder tocar Suas vestes, e naquele momento foi curada. Cristo entendeu que dEle havia saído poder. A mulher sentira sua desesperada necessidade, e sua fé a tornara sã. Assim será com cada um que, em sua necessidade, for a Jesus e de Seus méritos se apropriar por meio de fé viva.

Cristo indagou quem O havia tocado. Seus discípulos se surpreenderam por ter Ele feito essa pergunta, quando estava rodeado por uma grande multidão. Disseram: “Vês que a multidão Te aperta e dizes: Quem Me tocou?” Mas Jesus sabia que alguém O tocara, não com um toque casual, mas com o toque da fé. Uma alma anelante se estendera a Ele em busca de um auxílio que ninguém, a não ser Ele, podia dar. Jesus disse: “Bem conheci que de Mim saiu virtude.” E olhou ao redor para ver quem fizera isso, e, quando a mulher viu que não podia ocultar-se, reconheceu a boa obra que nela se operara. Contou a história do seu sofrimento e desesperançada condição, e do seu ato de fé ao tocar-Lhe o manto. Ele lhe disse: “Filha, a tua fé te salvou”. — The Signs of the Times, 10 de Junho de 1889.

A sogra de Pedro

Este capítulo é baseado em Mateus 8:14, 15.

Enquanto todos na sinagoga ainda se achavam sob o domínio do espanto, Jesus retirou-Se para a casa de Pedro, a fim de repousar um pouco. Mas também ali baixara uma sombra. A mãe da esposa de Pedro jazia enferma, presa de “muita febre”. Jesus repreendeu a moléstia, e a doente ergueu-se, e atendeu às necessidades do Mestre e dos discípulos. — O Desejado de Todas as Nações, 259.

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A mulher Cananéia

Este capítulo é baseado em Mateus 15:22-28.

Ela era uma pagã, mas tinha fé que Jesus podia curar sua filha.

“Eis que uma mulher cananéia, que saíra daquelas cercanias, clamou, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada”. Mateus 15:22. O povo dessa região pertencia à antiga linhagem cananéia. Eram idólatras, desprezados e odiados pelos judeus. A essa classe pertencia a mulher que foi ao encontro de Jesus. Era pagã, sendo portanto excluída das vantagens especiais dos judeus. Residiam entre os fenícios muitos judeus, e a notícia da obra de Cristo penetrara nessa região. Alguns dentre o povo Lhe ouviram as palavras e testemunharam as maravilhosas obras que realizava.

Essa mulher ouvira falar do profeta que, dizia-se, curava toda espécie de doenças. Ao ser informada de Seu poder, nasceu-lhe a esperança no coração. Inspirada pelo amor materno, decidiu apresentar-Lhe o caso de sua filha. Tinha o firme desígnio de levar sua aflição a Jesus. Ele devia curar-lhe a filha. Ela buscara auxílio dos deuses pagãos, mas não obtivera melhoras. E por vezes era tentada a pensar: Que poderá fazer por mim esse Mestre judaico? Mas fora-lhe dito: Ele cura toda espécie de doenças, sejam ricos ou pobres os que Lhe vão pedir ajuda. Decidiu não perder sua única esperança.

Cristo conhecia a situação dessa mulher. Sabia que O anelava ver, e colocara-Se-lhe no caminho. Mitigando-lhe a dor, poderia dar viva representação do que pretendia ensinar. ... O povo a quem se dera todo o ensejo de compreender a verdade, desconhecia as necessidades dos que os rodeavam. Esforço algum se fazia para ajudar as almas em trevas. O muro de separação, criado pelo orgulho judaico, impedia os próprios discípulos de se compadecerem do mundo pagão. Cumpria, porém, quebrar essas barreiras.

Cristo não atendeu imediatamente à súplica da mulher. ... Mas embora Jesus não respondesse, a mulher não perdeu a fé. Passando Ele, como se a não ouvisse, seguiu-O, continuando em suas súplicas. ... Com crescente ardor insistia a mulher em sua necessidade, inclinando-se aos pés de Cristo e clamando: “Senhor, socorre-me!” ... O Salvador fica satisfeito. Provou-lhe a fé nEle. Por Seu trato com ela, mostrou que aquela que era tida como rejeitada de Israel, não mais é estranha, mas uma filha na família de Deus. Como filha, tem o privilégio de partilhar das dádivas do Pai. Cristo assegura-lhe então o que pede, e conclui a lição dada aos discípulos. Voltando-se para ela com olhar de compaixão e amor, diz: “Ó mulher!, grande é a tua fé: seja isso feito para contigo como tu desejas.” E desde aquela hora a sua filha ficou sã. Não mais o demônio a perturbou. A mulher partiu reconhecendo o Salvador, e contente com a certeza do deferimento de sua petição. — O Desejado de Todas as Nações, 399-402.

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A mãe de Tiago e João

Este capítulo é baseado em Marcos 10:35-41.

Tiago e João apresentaram, por intermédio de sua mãe, um pedido para que lhes fosse permitido ocupar a mais alta posição de honra no reino de Cristo. O Salvador, porém, respondeu: “Não sabeis o que pedis”. Mateus 10:38. Quão pouco muitos de nós compreendemos da verdadeira importância de nossas orações! Jesus conhecia o infinito sacrifício pelo qual seria adquirida aquela glória quando, “pelo gozo que Lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta”. Hebreus 12:2. Esse gozo era, por vez, pessoas salvas por Sua humilhação, Sua agonia e o derramamento de Seu sangue. — Santificação, 56, 57.

Cristo não reprovou João e Tiago e sua mãe por terem feito esse pedido de sentarem-se à Sua direita e esquerda no Reino. Ao apresentar os princípios de amor que deveriam motivá-los em seu trato uns com os outros, Ele apresentou aos indignados discípulos a instrução que gostaria de vê-los praticando na vida diária. Deviam tomar Sua vida como exemplo, e seguir-Lhe os passos.

O apóstolo também apresenta essa questão perante nós em sua verdadeira luz, e diz: “Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros. Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois Ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a Si mesmo Se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-Se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a Si mesmo Se humilhou, tornando-Se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus O exaltou sobremaneira e Lhe deu o nome que está acima de todo nome. Filipenses 2:3-9.

A viúva de Naim

Este capítulo é baseado em Lucas 7:11-15.

Jesus devolveu à viúva de Naim o seu único filho, que havia morrido.

Jesus conhece as preocupações íntimas de cada mãe. Aquele cuja mãe lutou com a pobreza e a privação, simpatiza com toda mãe em seus labores. Aquele que empreendeu uma longa viagem para aliviar o ansioso coração de uma cananéia, fará outro tanto pelas mães hoje em dia. Aquele que devolveu à viúva de Naim seu único filho, e que, em agonia na cruz Se lembrou de Sua própria mãe, comove-Se ainda hoje pela dor materna. Em todo pesar e em toda necessidade, dará conforto e auxílio. — O Desejado de Todas as Nações, 512.

O Salvador ressuscitou mortos. Um destes foi o filho da viúva de Naim. Quando o cortejo fúnebre conduzia o corpo para o sepultamento,

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Jesus foi ao seu encontro. Tomou o jovem pela mão e fê-lo levantar-se, devolvendo o filho à sua mãe. Os que ali se achavam, voltaram para casa, gritando de alegria e louvando a Deus. — Vida de Jesus, 79.

As mulheres junto à cruz

Este capítulo é baseado em Lucas 23:27-31; Marcos 15:40-47.

Quando se julgou que Jesus desfalecia sob o peso da cruz, muitas mulheres, que, embora não cressem em Cristo, haviam sido tocadas de piedade por Seus sofrimentos, irromperam em lamentoso pranto. Quando Jesus Se reergue, contempla-as com terna compaixão. Sabia que não O estavam lamentando como um enviado de Deus, mas movidas por sentimentos de piedade humana. Olhou as mulheres que choravam e disse: “Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim, mas chorai antes por vós mesmas, e por vossos filhos.”

Jesus não lhes desprezou as lágrimas, porém a simpatia que haviam expressado tocou uma corda mais profunda de simpatia em Seu coração para com elas. Esqueceu-Se de Sua própria aflição ao contemplar o destino futuro de Jerusalém. Pouco tempo antes, o povo havia clamado: “Seu sangue caia sobre nós e nossos filhos.” Quão cegamente haviam invocado a sentença que em breve se cumpriria! Muitas daquelas mulheres que estavam agora chorando por Jesus haveriam de perecer com seus filhos no cerco de Jerusalém. — The Spirit of Prophecy 3:151.

As mulheres da Galiléia haviam permanecido com o discípulo João para ver que destino se daria ao corpo de Jesus, que lhes era muito precioso, embora sua fé nEle como o prometido Messias houvesse perecido junto com Ele. ... As mulheres ficaram perplexas ao ver José e Nicodemos, ambos honrados e abastados membros do Conselho, ansiosos e interessados como elas próprias em relação a um condigno sepultamento do corpo de Jesus. — The Spirit of Prophecy 3:174, 175.

As mulheres junto à tumba de Jesus

Este capítulo é baseado em Mateus 28; Marcos 16; Lucas 24; João 19, 20.

Enquanto João estava aflito quanto ao sepultamento do Mestre, voltou ele com a ordem de Pilatos acerca do corpo de Cristo; e Nicodemos chegou trazendo uma custosa mistura de mirra e aloés ... para Seu embalsamento. ... Os discípulos surpreenderam-se de ver esses ricos príncipes tão interessados como eles próprios no sepultamento do Senhor. ...

Delicada e reverentemente,

Pág. José e Nicodemos

compuseram-Lhe os mutilados membros, e cruzaram-Lhe as mãos feridas sobre o inanimado peito. As mulheres galiléias foram ver se se fizera tudo quanto se podia fazer pelo corpo sem vida do amado Mestre. Viram então que fora rolada a pesada pedra para a entrada do sepulcro, e o Salvador deixado a repousar. As mulheres foram as últimas ao pé da cruz, e as últimas também a deixar o sepulcro. Enquanto baixavam as sombras da noite, Maria Madalena e as outras Marias demoravam-se ainda em torno do lugar em que descansava o Senhor, derramando lágrimas de dor pela sorte dAquele a quem amavam. “E, voltando elas, ... no sábado repousaram, conforme o mandamento”. Lucas 23:56. — O Desejado de Todas as Nações, 773, 774.

“No findar do sábado, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro”. Mateus 28:1. Ao se aproximarem, viram que a grande pedra fora removida e que uma luz brilhava ao redor da tumba. O corpo de Jesus não estava lá, mas logo viram um anjo. — Sermons and Talks, 281.

As mulheres que foram ao sepulcro, não partiram todas do mesmo lugar. Maria Madalena foi a primeira a chegar ao local; e ao ver que a pedra fora retirada, correu para anunciá-lo aos discípulos. Depois, chegaram as outras mulheres. Havia uma luz em volta do sepulcro, mas o corpo de Jesus não se achava ali. Enquanto andavam em torno, viram de repente não se encontrarem sós. Um jovem de vestes brilhantes estava sentado junto ao túmulo. Era o anjo que rolara a pedra. Tomara a forma humana, a fim de não atemorizar essas discípulas de Jesus. Todavia, brilhava-lhe ainda em torno a glória celestial, e as mulheres temeram.

Voltaram-se para fugir, mas as palavras do anjo lhes detiveram os passos. “Não tenhais medo”, disse ele; “pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito. Vinde, vede o lugar em que o Senhor jazia. Ide pois, imediatamente, e dizei aos Seus discípulos que já ressuscitou dos mortos”. Mateus 28:5-7. De novo olharam elas para o sepulcro, e tornaram a ouvir as maravilhosas novas. Outro anjo, em forma humana, ali está, e diz: “Por que buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galiléia, dizendo: Convém que o Filho do homem seja entregue na mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressuscite”. Lucas 24:5-7. — O Desejado de Todas as Nações, 788, 789.

“Maria, entretanto, permanecia junto à entrada do túmulo, chorando. Enquanto chorava, abaixou-se, olhou para dentro do túmulo e viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde o corpo de Jesus fora posto, um à cabeceira e outro aos pés. Então, eles lhe perguntaram: Mulher, porque choras? Ela lhes respondeu: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde O puseram.”

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Sentindo que devia encontrar alguém que lhe dissesse o que havia sido feito com Jesus, Maria se afasta da presença dos anjos. Ao fazê-lo, outra voz se dirige a ela: “Mulher, por que choras?” Com os olhos turvados pelas lágrimas, Maria vê alguém que supõe ser o jardineiro. “Senhor”, diz ela, “se tu o tiraste, dize-me onde o puseste, e eu O levarei.” Disse-lhe Jesus: Maria! Ao ouvir a voz familiar, ela se volta para Ele. Sabe, agora, que não é um estranho quem lhe fala. Diante de seus olhos, vê o Salvador vivo. Salta na direção dEle, como para abraçar-Lhe os pés, dizendo: “Raboni”. Mas o Salvador ergue a mão e diz: “Não Me toques, porque ainda não subi para Meu Pai, mas vai ter com os Meus irmãos e dize-lhes: Subo para Meu Pai e vosso Pai, para Meu Deus e vosso Deus”. — The Youth’s Instructor, 21 de Julho de 1898.

“Ide”, disseram os anjos às mulheres, “dizei a Seus discípulos, e a Pedro, que Ele vai adiante de vós para a Galiléia; ali O vereis, como Ele vos disse”. Mateus 28:7. ...

[A mensagem foi repetida uma segunda vez:] “Dizei a Seus discípulos, e a Pedro, que Ele vai adiante de vós para a Galiléia; ali O vereis”. Marcos 16:7. Todos os discípulos haviam abandonado a Jesus, e o chamado para se encontrarem com Ele outra vez os inclui a todos. Ele não os rejeitou. Quando Maria Madalena lhes disse que vira o Senhor, repetiu o convite para o encontro na Galiléia. E pela terceira vez lhes foi enviada a mensagem. Depois de haver ascendido ao Pai, Jesus apareceu às outras mulheres, dizendo: “Eu vos saúdo. E elas, chegando, abraçaram os Seus pés, e O adoraram. Então Jesus lhes disse: Não temais; ide dizer a Meus irmãos que vão a Galiléia, e lá Me verão”. Mateus 28:10. — O Desejado de Todas as Nações, 793.

Mulheres que seguiram a Jesus

Ellen White não discorre sobre indivíduos que seguiram a Jesus de um lugar para outro durante Seu ministério. As seguintes citações, entretanto, nos informam sobre algumas das mulheres que O seguiram e Lhe apoiaram a obra com recursos materiais.

Sua mãe [de Tiago e João] era seguidora de Cristo e servira-O liberalmente com seus meios. — O Desejado de Todas as Nações, 548.

O registro declara “que andava Jesus de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus, e os doze iam com ele, e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Suzana e muitas outras, as quais lhe prestavam assistência com os seus bens. Lucas 8:1-3. Cristo e também Seus discípulos trabalhavam nas cidades e vilas; e aqueles que estavam na verdade

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por mais tempo do que os novos conversos serviam-nO com seus recursos. — The Review and Herald, 3 de Fevereiro de 1891.

Entre os crentes aos quais foi dada a comissão, havia muitos das categorias mais humildes — homens e mulheres que haviam aprendido a amar seu Senhor, e que tinham resolvido seguir Seu exemplo de serviço abnegado. A esses humildes, de talento limitado, assim como aos discípulos que tinham estado com o Salvador durante os anos de Seu ministério terrestre, foi dada a comissão: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”. Marcos 16:15; Liderança Cristã, 339. Esses humildes seguidores de Jesus partilhavam com os apóstolos a confortadora certeza: “Eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”. — The Review and Herald, 24 de Março de 1910.

As mulheres que tinham sido humildes seguidoras de Cristo enquanto Ele vivia, não O quiseram deixar, antes que O vissem deixado no túmulo, e uma pedra de grande peso colocada à entrada, para que não acontecesse que os inimigos procurassem obter Seu corpo. Mas não necessitavam ter medo; pois vi que o exército angelical vigiava com extraordinário interesse o lugar de descanso de Jesus, esperando com ardor a ordem para desempenharem sua parte no libertar da prisão o Rei da glória. — Primeiros Escritos, 180, 181.

Maria, então, apressou-se ao encontro dos discípulos e lhes informou que Jesus não mais estava no sepulcro onde O haviam colocado. Enquanto fazia isso, as outras mulheres, que a aguardavam junto ao sepulcro, examinaram mais atentamente o interior para certificarem-se de que seu Senhor Se havia ido. Um jovem de vestes brilhantes estava sentado junto ao túmulo. Era o anjo que rolara a pedra (O Desejado de Todas as Nações, 788), e que agora assumia a forma humana para não aterrorizar as mulheres que haviam sido amigas de Cristo, e O serviram em Seu ministério público. Mas, a despeito de ter-se velado o resplendor do anjo, as mulheres ficaram muito impressionadas e atemorizadas diante da glória do Senhor, que o rodeava. Voltaram-se para fugir do sepulcro, mas o mensageiro celestial dirigiu-se a elas com palavras brandas e confortadoras: “Não temais: porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde Ele jazia. Ide, pois, depressa e dizei aos Seus discípulos que Ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galiléia; ali O vereis. É como vos digo!” Mateus 28:5-7.

Dorcas

Este capítulo é baseado em Atos dos Apóstolos 9:36-42.

Dorcas era uma mulher muito amada, que havia sempre feito o bem e ajudado os outros, especialmente os pobres. Quando morreu, os crentes mandaram chamar Pedro, que se encontrava perto, em Lida.

Em Jope, havia uma certa Dorcas, cujos hábeis dedos eram mais ativos que sua língua. Ela sabia quem necessitava de roupas confortáveis e quem

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necessitava de simpatia, e liberalmente ministrava às necessidades de ambas as classes. E quando Dorcas morreu, a igreja em Jope sentiu sua perda. Não admira que tenham chorado e lamentado, e que lágrimas ardentes hajam caído sobre o seu corpo inanimado. Ela era de tão grande valor que pelo poder de Deus foi trazida de volta da terra do inimigo, a fim de que sua habilidade e energia pudessem ser ainda uma bênção para outros. — Testimonies for the Church 5:304.

“Aconteceu naqueles dias que, enfermando ela, morreu”. Atos dos Apóstolos 9:37. A igreja de Jope sentiu a sua perda; e, ouvindo que Pedro estava em Lida, os crentes lhe enviaram mensageiros “rogando-lhe que não se demorasse em vir ter com eles. E, levantando-se Pedro, foi com eles. Quando chegou, o levaram ao quarto alto, e todas as viúvas o rodearam, chorando e mostrando as túnicas e vestes que Dorcas fizera quando estava com elas”. Atos dos Apóstolos 9:38, 39. Em vista da vida de serviços que Dorcas vivera, não admira que chorassem. ...

O coração do apóstolo foi tocado de simpatia ao contemplar-lhes a tristeza. Então, determinando que os amigos em pranto se retirassem do quarto, ajoelhou-se e orou fervorosamente a Deus, para que restabelecesse Dorcas à vida e à saúde. Voltando-se para o corpo, disse: “Tabita, levanta-te. E ela abriu os olhos, e vendo a Pedro, assentou-se”. Atos dos Apóstolos 9:40. Dorcas fora de grande utilidade à igreja, e Deus quis trazê-la da terra do inimigo. — Atos dos Apóstolos, 131, 132.

Lídia

Este capítulo é baseado em Atos dos Apóstolos 16:14, 15, 40.

Lídia era mercadora de Tiatira e vendia custosos tecidos de púrpura. Também era adoradora de Deus e ofereceu hospitalidade aos discípulos.

Chegara o tempo em que o evangelho devia ser pregado além dos confins da Ásia Menor. ... O chamado era imperativo, não admitindo demora. ... [Declara Lucas:] “Fomos correndo em caminho direito para a Samotrácia, e no dia seguinte para Nápoles. E dali para Filipos, que é a primeira cidade desta parte da Macedônia, e é uma colônia”. Atos dos Apóstolos 16:11, 12.

“E no dia de sábado”, continua Lucas, “saímos fora das portas, para a beira do rio, onde julgávamos ter lugar para oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que ali se ajuntaram. E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração.” Lídia recebeu a verdade alegremente. Ela e os de sua casa foram convertidos e batizados, e ela insistiu com os apóstolos para que fizessem de sua casa o seu lar. — Atos dos Apóstolos, 211, 212.

O Espírito de Deus pode unicamente iluminar o entendimento daqueles que estão dispostos a ser iluminados. Lemos que Deus abriu os ouvidos de Lídia, de modo que ela atentou para a mensagem proferida

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por Paulo. Declarar todo o desígnio de Deus e tudo o que era essencial que Lídia recebesse — essa era a parte que competia a Paulo desempenhar em sua conversão; e então o Deus de toda a graça exerceu o Seu poder, conduzindo a pessoa no rumo certo. Deus e o instrumento humano cooperaram, e a obra teve pleno êxito. — Refletindo a Cristo, 335.

Agindo segundo as instruções dadas por Cristo, os apóstolos não insistiram em permanecer onde sua presença não era desejada. “E, saindo da prisão, entraram em casa de Lídia, e, vendo os irmãos, os confortaram, e depois partiram”. Atos dos Apóstolos 16:40. — Atos dos Apóstolos, 218.

Priscila

Este capítulo é baseado em Atos dos Apóstolos 18-28.

Priscila e seu esposo, Áquila, eram fabricantes de tendas. Ensinavam fielmente os outros acerca de Jesus Cristo. Paulo, sendo também fabricante de tendas, trabalhou junto com eles, ensinando-lhes mais acerca de Cristo.

A inveja e a ira dos judeus contra os cristãos [em Roma] não conheciam limites, e os residentes incrédulos eram constantemente instigados. Queixavam-se de que os judeus cristãos eram desordeiros e perigosos para o bem público. Apresentavam constantemente pretextos que incitassem contendas. Isso levou os cristãos a serem banidos de Roma. — The Review and Herald, 6 de Março de 1900.

Logo após sua chegada a Corinto, Paulo encontrou “um certo judeu por nome Áquila, natural do Ponto, que havia pouco tinha vindo da Itália, e Priscila, sua mulher”. Esses eram “do mesmo ofício” que ele. Banidos pelo decreto de Cláudio, que ordenara que todos os judeus deixassem Roma, Áquila e Priscila tinham vindo para Corinto, onde estabeleceram um negócio como fabricantes de tendas. Paulo fez uma pesquisa com respeito a eles, e ciente de que temiam a Deus e estavam procurando evitar as contaminadoras influências de que estavam cercados, “ficou com eles, e trabalhava ... e todos os sábados disputava na sinagoga, e convencia a judeus e gregos”. Atos dos Apóstolos 18:2-4. — Atos dos Apóstolos, 349, 350.

O apóstolo Paulo era um competente ministro do evangelho, e mesmo assim trabalhava com as próprias mãos, realizando a humilde tarefa de fabricar tendas. Ao trabalhar manualmente, não enfraquecia a obra de comunicar a Áquila e Priscila a grande verdade do evangelho de Cristo. Esses dois homens e Priscila trabalhavam com as mãos, e as técnicas que Paulo aplicava na fabricação de tendas eram engenhosas. Ele também introduziu novos métodos ao trabalhar em favor das pessoas, pregando o evangelho de Jesus Cristo. Muitos foram levados ao conhecimento da verdade enquanto observavam o fiel trabalhador fazendo tendas para manter-se, a fim de não depender de ninguém quanto ao alimento e vestuário. Enquanto assim laborava, mostrou-se habilidoso,

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não remisso no zelo, fervoroso de espírito, “servindo ao Senhor.” E, ao pregar a Palavra, não era menos fervoroso e eloqüente, por causa de seu tato comercial. — Manuscript Releases 19:25.

Por que ligava Paulo dessa forma o trabalho manual à pregação do evangelho? Não era o operário digno do seu salário? Por que não empregava todo o seu tempo na pregação? Por que perder tempo e forças na fabricação de tendas? Mas Paulo não considerava o tempo gasto na fabricação de tendas como perdido, absolutamente. Enquanto trabalhava com Áquila, mantinha-se em contato com o grande Mestre. Dava a Áquila a instrução necessária nas coisas espirituais e também ensinou os crentes a serem unidos. Enquanto trabalhava em seu ofício, dava um exemplo de diligência e meticulosidade. Era diligente no trabalho, não remisso no zelo, fervoroso de espírito, servindo ao Senhor. Ele, Áquila e Priscila realizaram mais de uma reunião de oração e louvor com os que a eles se associavam na fabricação de tendas. Esse era um testemunho quanto ao valor da verdade que apresentavam. — Atlantic Union Gleaner, 16 de Junho de 1909.

Áquila e Priscila não foram chamados a dar todo o seu tempo ao ministério evangélico; todavia esses humildes obreiros foram usados por Deus para mostrar a Apolo mais perfeitamente o caminho da verdade. O Senhor emprega vários instrumentos para a realização de Seu propósito; e enquanto alguns com talentos especiais são escolhidos para devotar todas as suas energias à tarefa de ensinar e pregar o evangelho, muitos outros, sobre quem mãos humanas nunca foram postas em ordenação, são chamados a desempenhar importante parte na obra da salvação. — Atos dos Apóstolos, 355.

Depois de deixar Corinto, o próximo ponto de trabalho de Paulo foi Éfeso. Ele estava a caminho de Jerusalém, a fim de assistir a uma festividade que se aproximava; e sua permanência em Éfeso foi necessariamente breve. Disputou com os judeus na sinagoga, e tão favorável foi a impressão exercida sobre eles que insistiram para que continuasse seu trabalho entre eles. Seu plano de visitar Jerusalém impediu-o então de demorar-se, mas prometeu que voltaria para eles, “se Deus quiser”. Atos dos Apóstolos 18:21. Áquila e Priscila haviam-no acompanhado a Éfeso, e ele os deixou ali para que continuassem a obra que ele havia começado. — Atos dos Apóstolos, 269.

Ana, a profetisa

O Espírito de Profecia estava sobre este homem de Deus

Pág. Simeão

Também Ana, uma profetisa, entrou e confirmou o testemunho de Simeão a respeito de Cristo. Ao falar Simeão, seu rosto iluminou-se com a glória de Deus, e ela derramou suas sinceras ações de graças por lhe haver sido permitido contemplar o Cristo do Senhor. — O Desejado de Todas as Nações, 55.

A esposa de Pilatos

O aspecto de Cristo produziu favorável impressão em Pilatos. Foi despertado o lado melhor de sua natureza. Ouvira falar de Jesus e Suas obras. Sua esposa contara-lhe alguma coisa dos maravilhosos feitos realizados pelo Profeta galileu, que curara os doentes e ressuscitara os mortos. Agora, como se fora um sonho, isso se reavivou na memória de Pilatos. Recordou boatos que ouvira de várias fontes. Decidiu indagar dos judeus quais suas acusações contra o Preso. — O Desejado de Todas as Nações, 724.

Pilatos, desde o princípio, convenceu-se de que Ele não era um homem comum, mas de excelente caráter. Creu que Ele era inteiramente inocente. Os anjos que testemunhavam toda a cena notaram as convicções de Pilatos, e registraram sua simpatia e compaixão por Jesus; e, para livrá-lo de envolver-se no tremendo ato de entregar Jesus para ser crucificado, foi enviado um anjo à esposa de Pilatos para informá-la, através de um sonho, que era no julgamento do Filho de Deus que Pilatos estava envolvido, e que Ele era um inocente sofredor. Ela, de imediato, mandou avisar a Pilatos que havia sofrido muitas coisas em sonho por causa de Jesus, e o advertiu a não fazer nada contra aquele homem santo. O mensageiro que trazia a comunicação abriu apressadamente caminho entre a multidão e a entregou a Pilatos. Ao lê-la, ficou trêmulo e pálido. Imediatamente pensou em não envolver-se com a questão; se quisessem o sangue de Jesus, ele não lhes emprestaria sua influência, mas se esforçaria por libertá-Lo. ... Se Pilatos tivesse seguido sua convicção, não teria tido participação nenhuma na condenação de Jesus. — Spiritual Gifts 1:54-56.*

*Simão era a pessoa que havia induzido Maria ao pecado. Ele era seu tio. Ver Apêndice A.

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