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Primeiros Escritos
Livros 35
Autor: Ellen White
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Os links abaixo estão disponiveis com permissão do Ellen G. White Estate em Silver Spring, Maryland, EUA.

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Foi-me mostrado o interesse que todo o Céu havia tomado na obra em processamento na Terra. Jesus comissionou um poderoso anjo para que descesse e advertisse os habitantes da Terra de que se preparassem para o Seu segundo aparecimento. Ao deixar o anjo a presença de Jesus no Céu, uma luz excessivamente brilhante e gloriosa ia diante dele. Foi-me dito que sua missão era iluminar a Terra com a sua glória e advertir o homem com respeito à iminente ira de Deus. Multidões receberam a luz. Alguns desses pareciam estar muito solenizados, enquanto outros se mostravam jubilosos e arrebatados. Todos os que haviam recebido a luz voltavam as faces para o Céu e glorificavam a Deus. Embora a luz fosse derramada sobre todos, alguns meramente vinham sob sua influência, mas não a recebiam de coração. Muitos se encheram de grande ira. Pastores e povo uniram-se com a ralé e obstinadamente resistiram

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à luz derramada pelo poderoso anjo. Mas todos os que a receberam, afastaram-se do mundo e se uniram intimamente uns com os outros.

Satanás e seus anjos estavam ativamente ocupados em procurar desviar da luz as mentes, de quantos fosse possível. O grupo que a rejeitou foi deixado em trevas. Vi o anjo de Deus observando com o mais profundo interesse o Seu povo professo, a fim de registrar o caráter que desenvolviam ao ser-lhes apresentada a mensagem de origem celestial. E ao desviarem-se da mensagem celestial com escárnio, zombaria e ódio, muitos que professavam amor a Jesus, um anjo com um pergaminho na mão fazia o vergonhoso registro. Todo o Céu se encheu de indignação porque Jesus fosse assim menosprezado por Seus professos seguidores.

Vi o desapontamento dos que confiavam, quando Jesus não voltou no tempo que esperavam. Havia sido propósito de Deus ocultar o futuro e levar o Seu povo a um ponto de decisão. Sem a pregação de um tempo definido para a vinda de Cristo, a obra que Deus designara não teria sido executada. Satanás estava levando muitos a olharem para além do futuro aos grandes acontecimentos relacionados com o juízo e o fim da graça. Era necessário que o povo fosse levado a buscar fervorosa preparação para o presente.

Ao passar o tempo, os que não haviam recebido inteiramente a luz do anjo se uniram com os que haviam desprezado a mensagem, e voltaram-se contra os desapontados, ridicularizando-os. Anjos assinalavam a situação dos professos seguidores de Cristo. A passagem do tempo definido tinha-o testado e provado, e muitos foram pesados na balança e achados em falta. Alto e bom som declaravam ser cristãos; todavia, quase que em cada particular deixavam de seguir a Cristo. Satanás exultou com a condição dos professos seguidores de Jesus. Tinha-os

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em seu laço. Havia levado a maioria a deixar o caminho estreito, e eles estavam procurando subir ao Céu por algum outro caminho. Anjos viam os puros e santos misturados com pecadores em Sião e com hipócritas amantes do mundo. Eles haviam vigiado os verdadeiros discípulos de Jesus; mas os corrompidos estavam afetando os santos. Aqueles, cujo coração estava inflamado com um intenso desejo de ver a Jesus, foram proibidos por seus professos irmãos de falar de Sua vinda. Anjos contemplavam a cena e simpatizavam com o remanescente que ansiava pelo aparecimento do seu Senhor.

Outro poderoso anjo foi comissionado para descer à Terra. Jesus pôs em suas mãos um escrito, e ele desceu à Terra e clamou: "Caiu! Caiu Babilônia." Apoc. 14:8. Então vi os que sofreram o desapontamento levantarem de novo os olhos para o céu, aguardando com fé e esperança o aparecimento do seu Senhor. Muitos, porém, pareciam permanecer num estado de estupor, como que adormecidos; contudo pude ver sinal de profunda tristeza em seu semblante. Os desapontados viram pelas Escrituras que estavam no tempo de espera, e que precisavam pacientemente aguardar o cumprimento da visão. A mesma evidência que os levara a aguardar o seu Senhor em 1843, levava-os a esperá-Lo em 1844. Entretanto, vi que a maioria não possuía aquela energia que assinalou a sua fé em 1843. O desapontamento havia enfraquecido sua fé.

Ao unir-se o povo de Deus no clamor do segundo anjo, o exército celestial anotou com o mais profundo interesse o efeito da mensagem. Eles viram muitos que levavam o nome e cristãos voltarem-se com escárnio e desprezo contra os que haviam sido desapontados. Ao caírem de lábios zombadores as palavras: "Não subistes ainda!" um anjo anotou-as. Disse o anjo: "Eles zombam de Deus." Foi-me indicado um pecado semelhante cometido em tempos passados. Elias tinha sido

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trasladado para o Céu, e o seu manto tinha caído sobre Eliseu. Então rapazes ímpios, que haviam aprendido com seus pais a desprezar o homem de Deus, seguiram Eliseu, e, zombando, gritavam: "Sobe, calvo, sobe, calvo!" II Reis 2:23. Insultando assim o Seu servo, insultavam a Deus e atraíam Sua punição de imediato. De igual modo, os que têm zombado e ridicularizado a idéia do arrebatamento dos santos, serão visitados com a ira de Deus, e serão levados a compreender que não é coisa leve zombar do seu Criador.

Jesus comissionou outros anjos para que voassem rapidamente, a fim de reavivar e fortalecer a desalentada fé de Seu povo e prepará-lo para compreender a mensagem do segundo anjo e o importante movimento a ocorrer logo no Céu. Vi esses anjos receberem de Jesus grande luz e poder e voarem rapidamente para a Terra, a fim de cumprirem sua missão de ajudar o segundo anjo em sua obra. Uma grande luz brilhou sobre o povo de Deus ao clamar o anjo: "Aí vem o Esposo! Saí-Lhe ao encontro!" Mat. 25:6. Então vi os que ficaram desapontados levantarem-se e, em harmonia com a mensagem do segundo anjo, proclamar: "Aí vem o Esposo! Saí-Lhe ao encontro!" A luz dos anjos penetrou as trevas por toda a parte. Satanás e seus anjos procuraram impedir essa luz a fim de que não se espalhasse e alcançasse o seu designado efeito. Eles contenderam com os anjos do Céu, dizendo que Deus havia enganado o povo, e que com toda a sua luz, e poder não lograriam fazer o mundo crer que Cristo estava para vir. Mas embora Satanás procurasse impedir o caminho e afastar da luz a mente do povo, os anjos de Deus continuaram sua obra.

Os que receberam a luz pareciam muito felizes. Eles olhavam firmemente para o Céu e ansiavam pelo aparecimento de Jesus. Alguns estavam chorando e orando em grande angústia.

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Seus olhos pareciam estar fixos em si mesmos, e não se atreviam a olhar para o alto. Uma luz do Céu apartou deles as trevas, e seus olhos, que haviam estado fixos em desespero sobre si mesmos, voltaram-se para o alto, enquanto gratidão e santa alegria eram expressas em cada traço. Jesus e todo o exército angélico olhavam com aprovação para os fiéis, expectantes.

Os que rejeitaram a luz da mensagem do primeiro anjo e a ela se opuseram, perderam a luz do segundo, e não puderam ser beneficiados pelo poder e glória que acompanhava a mensagem: "Aí vem o Esposo! Saí-Lhe ao encontro!" Mat. 25:6. Jesus desviou-Se deles com a fisionomia carregada; pois haviam-no menosprezado e rejeitado. Os que receberam a mensagem foram envolvidos numa nuvem de glória. Sobremodo temiam ofender a Deus, e esperavam, e vigiavam, e oravam para conhecer a Sua vontade. Vi Satanás e seus anjos procurando desviar do povo de Deus esta divina luz; mas, enquanto os expectantes mostravam estima pela luz e conservavam os olhos desviados da Terra e voltados para Jesus, Satanás não tinha poder para privá-los de seus preciosos raios. A mensagem dada pelo Céu enfureceu Satanás e seus anjos, e levou os que professavam amar a Jesus, mas desprezavam Sua vinda, a escarnecerem dos fiéis, confiantes, e a ridicularizá-los. Mas um anjo anotou cada insulto, cada desprezo, cada inconveniência que os filhos de Deus recebiam de seus professos irmãos.

Muitos levantavam a voz para clamar: "Aí vem o Esposo!" (Mat. 25:6) e deixavam seus irmãos que não amavam o aparecimento de Jesus, e não toleravam ouvi-os falar sobre Sua segunda vinda. Vi Jesus voltar Sua face dos que rejeitaram e desprezaram Sua vinda, ordenando, então aos anjos que levassem o Seu povo a afastar-se dos impuros, para que não fossem contaminados. Os que foram obedientes à mensagem ficaram fora livres e unidos. Uma santa luz brilhou sobre eles. Haviam renunciado ao mundo, sacrificado seus interesses terrenos, abandonado seus tesouros terrestres, e dirigido seu ansioso olhar para o céu, esperando ver seu amado Libertador. Uma santa luz brilhava em seus semblantes, denunciando a paz e felicidade que lhes ia no íntimo. Jesus ordenou a Seus anjos que fossem e os fortalecessem, pois a hora de sua prova se aproximava. Vi que esses expectantes não tinham ainda sido provados como deviam ser. Não estavam livres de erros. E vi a misericórdia e a bondade de Deus em enviar uma advertência ao povo da Terra, bem como repetidas mensagens para levá-los a diligente exame de coração, ao estudo das Escrituras, a fim de poderem despojar-se de erros que haviam sido recebidos de pagãos e outros religiosos. Por meio dessas mensagens Deus tem estado a conduzir o Seu povo para onde Ele possa operar por eles com maior poder, e aonde eles possam guardar todos os Seus mandamentos.

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