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Testemunhos Seletos 2
Livros 74
Autor: Ellen White
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Os links abaixo estão disponiveis com permissão do Ellen G. White Estate em Silver Spring, Maryland, EUA.

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"Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor." Tem acaso algum de nós considerado devidamente quanto temos por que ser agradecidos? Lembramos nós que as misericórdias do Senhor são novas cada manhã, e que Sua fidelidade é para sempre? Reconhecemos nossa dependência dEle, e exprimimos gratidão por todos os Seus favores? Ao contrário, demasiadas vezes esquecemos que "toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes".

Quantas vezes os que estão com saúde esquecem as maravilhosas mercês que lhes são continuadamente concedidas dia a dia, ano após ano! Não rendem a Deus tributo de louvor por todos os Seus benefícios. Quando sobrevém a doença, porém, lembram-se de Deus. O forte desejo de restabelecer-se induz a fervorosa oração; e isto é direito. Deus é nosso refúgio tanto na enfermidade como na saúde. Muitos, no entanto, não Lhe entregam seu caso; eles promovem a fraqueza e a doença preocupando-se consigo mesmos. Caso deixassem de afligir-se, e se erguessem acima da depressão e das sombras, mais certa seria sua cura. Devem lembrar-se com gratidão por quanto tempo gozaram a bênção da saúde; e, fosse essa preciosa graça a eles restituída, não deveriam esquecer que se acham sob nova obrigação para com seu Criador. Quando os dez leprosos foram curados, unicamente um volveu em busca de Jesus e deu-Lhe glória. Não sejamos nós como os inconsiderados nove, cujo coração não foi tocado pela misericórdia de Deus.

Deus é amor. Tem cuidado pelas criaturas que formou. "Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor Se compadece daqueles que O temem." Salmos 103:13. "Vede quão grande caridade nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus." 1 João 3:1. Que precioso*

Testimonies for the Church 5:315-319 (1885).

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privilégio este, de sermos filhos e filhas do Altíssimo, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Jesus Cristo! Não nos lamentemos, pois, nem nos entristeçamos porque nesta vida não estamos isentos de decepções e aflição.

Se, na providência de Deus, somos chamados a suportar provações, aceitemos a cruz, e bebamos o amargo cálice, lembrando-nos de que é a mão de um Pai que no-lo chega aos lábios. Confiemos nEle nas trevas da mesma maneira que na luz. Não podemos crer que Ele nos dará tudo que for para o nosso bem? "Aquele que nem mesmo a Seu próprio Filho poupou, antes O entregou por todos nós, como nos não dará também com Ele todas as coisas?" Romanos 8:32. Mesmo na noite da aflição, como nos poderemos recusar a erguer o coração e a voz em grato louvor, quando nos lembramos do amor a nós expresso na cruz do Calvário?

Que tema de meditação, o sacrifício feito por Jesus pelos pecadores perdidos! "Ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados." Isaías 53:5. Como estimaremos as bênçãos assim postas ao nosso alcance? Poderia Jesus haver sofrido mais? Poderia haver comprado para nós mais ricas bênçãos? Não deveria enternecer o coração mais duro, o lembrar-nos de que, por amor de nós, Ele deixou a glória e a felicidade do Céu, e sofreu pobreza e vergonha, cruel aflição e morte terrível? Não nos houvesse Ele aberto, por Sua morte e ressurreição, a porta da esperança, e não conheceríamos senão os horrores das trevas e as misérias do desespero. Em nosso estado atual, favorecidos e abençoados como somos, não podemos calcular de que profundidade fomos salvos. Não nos é possível medir quão mais profundas seriam nossas aflições, quão maiores nossas misérias, não nos houvesse Jesus rodeado com Seu braço humano de simpatia e amor, e nos alevantado.

Podemos regozijar-nos na esperança. Nosso Advogado está no santuário celestial, intercedendo em nosso favor. Temos perdão e paz por Seus méritos. Ele morreu a fim de que

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pudesse lavar nossos pecados, revestir-nos de Sua justiça, e habilitar-nos para o convívio celeste, onde podemos habitar para sempre na luz.

Prezado irmão, prezada irmã, quando Satanás vos quiser encher a mente de desânimo, sombras e dúvidas, resisti-lhe às sugestões. Falai-lhe do sangue de Jesus, que purifica de todo pecado. Não vos podeis salvar do poder do tentador; porém ele treme e foge quando os méritos daquele precioso sangue são alegados. Não aceitareis então com reconhecimento as bênçãos concedidas por Jesus? Não tomareis o cálice da salvação que Ele apresenta, e invocareis o nome do Senhor? Não mostreis desconfiança nAquele que vos chamou das trevas para Sua maravilhosa luz. Nem por um momento magoeis o coração do compassivo Salvador por vossa incredulidade. Ele observa com o mais intenso interesse vosso progresso na senda celeste; vê vossos diligentes esforços; nota vossas quedas e erguimentos, vossas esperanças e vossos temores, os conflitos e as vitórias.

Hão de todos os nossos exercícios devocionais consistir em pedir e receber? Pensaremos nós sempre em nossas necessidades, e nunca nos benefícios recebidos? Seremos nós recipientes de Suas misericórdias, e nunca exprimiremos nossa gratidão a Deus, nunca O louvaremos pelo que Ele tem feito por nós? Não oramos demasiado, mas somos por demais tardios em dar graças. Caso a amorável bondade de Deus suscitasse mais ações de graças e louvores, teríamos incomparavelmente mais poder na oração. Teríamos mais e mais abundância do amor de Deus, e mais e mais motivos por que O louvar. Vós, que vos queixais de que Deus vos não atende às orações, mudai a presente ordem de coisas, e misturai louvores às vossas petições. Quando considerardes Sua bondade e mercês, verificareis que Ele considerará as vossas necessidades.

Oração e louvor

Orai, orai fervorosa e incessantemente, mas não vos esqueçais de louvar. É próprio de todo filho de Deus reivindicar-Lhe o caráter. Podeis engrandecer ao Senhor; podeis mostrar o

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poder da graça mantenedora. Multidões há que não apreciam o grande amor de Deus, nem a compaixão divina de Jesus. Milhares até olham com desdém a incomparável graça manifestada no plano da redenção. Nem todos os que são participantes desta grande salvação, se acham limpos neste ponto. Não cultivam corações agradecidos. O tema da redenção, no entanto, é um para que os anjos desejam bem atentar; será a ciência e o cântico dos remidos por todos os incessantes séculos da eternidade. Não é ele digno de atenta consideração e estudo agora? Não devemos louvar a Deus de coração e alma e voz, por Suas "maravilhas para com os filhos dos homens"? Salmos 107:8.

Louvai ao Senhor na congregação de Seu povo. Quando a palavra do Senhor foi falada antigamente aos hebreus, a ordem foi: "E todo o povo dirá: Amém." Quando foi levada a arca do concerto para a cidade de Davi, e se cantou um salmo de alegria e triunfo, todo o povo disse: "Amém! e louvou ao Senhor." 1 Crônicas 16:36. Esta fervorosa resposta, era testemunho de que eles compreendiam a palavra que fora falada, e se uniam ao culto de Deus.

Há demasiada formalidade em nossos serviços religiosos. O Senhor quer que Seus ministros, que Lhe pregam a palavra, sejam possuídos da energia de Seu Santo Espírito; e o povo que ouve não ficará sentado em sonolenta indiferença, ou olhando vagamente de um lado para outro, sem corresponder ao que é dito. A impressão assim causada nos incrédulos é tudo, menos favorável à religião de Cristo. Esses pesados, descuidosos professos cristãos, não são destituídos de ambição e zelo quando empenhados em ocupações mundanas; mas as coisas de importância eterna não os movem profundamente. A voz de Deus por meio de Seus mensageiros, pode ser uma aprazível canção; Suas sagradas advertências, porém, Suas reprovações e animações, são todas desatendidas. O espírito do mundo os tem paralisado. As verdades da Palavra de Deus são dirigidas a ouvidos pesados, e a corações duros, impassíveis. Deve haver igrejas bem despertas, ativas, para animar e suster os ministros de Cristo, e para ajudá-los na obra de salvar

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almas. Onde a igreja anda na luz, haverá sempre satisfeita e sincera correspondência e palavras de alegre louvor.

Nosso Deus, o Criador dos Céus e da Terra, declara: "Aquele que oferece sacrifício de louvor Me glorificará." Todo o Céu se une em louvar a Deus. Aprendamos agora o cântico dos anjos, a fim de o podermos cantar quando nos unirmos a suas gloriosas fileiras. Digamos com o salmista: "Louvarei ao Senhor durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus enquanto viver." "Louvem-Te a Ti, ó Deus, os povos; louvem-Te os povos todos." Salmos 146:2; 67:3.

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