Comentário Bíblico
Adventista
Dirigiu-Se Jesus - (cba)
Mateus 3:13
[O batismo de Jesus, Mateus 3:13-17 = Marcos 1:9-11 = Lucas 3:21-22 = João 1:32-34]. Era outono de 27 d.C. e, possivelmente, João Batista já pregava havia cerca de seis meses (ver com. de Mateus 3:1). O outono era a época de três festas importantes: (1) Festa das Trombetas ou Rosh Hashanah (ver com. de Levítico 23:24; Números 29:1); (2) Dia da Expiação ou Yom Kippur (ver com. de Êxodo 30:10; Levítico 16:1-34); e (3) Festa dos Tabernáculos (ver com. de Êxodo 23:16; Levítico 23:34). Na terceira festa, esperava-se que todos se apresentassem perante o Senhor em Jerusalém (Êxodo 23:14-17). Visto que Cristo foi batizado no outono, é razoável crer que isso se relacione com Sua ida a essa festa. A rota que os judeus seguiam, com frequência, entre a Galileia e Jerusalém ficava ao longo do vale do Jordão (ver com. de Lucas 2:42). Se Jesus tomou essa estrada em sua viagem a Jerusalém, Ele passou próximo ao local onde João pregava e batizava em Betábara (provavelmente, “Betânia além do Jordão”), na Pereia, no lado oposto a Jericó (ver João 1:28; DTN, 132; ver com. de Mateus 3:1).
- 13 Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele. 14 Mas João o impedia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? 15 Jesus, porém, lhe respondeu: Consente agora; porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele consentiu. 16 Batizado que foi Jesus, saiu logo da água; e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito Santo de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele; 17 e eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. Mateus 3:13-17 9 E aconteceu naqueles dias que veio Jesus de Nazaré da Galiléia, e foi batizado por João no Jordão. 10 E logo, quando saía da água, viu os céus se abrirem, e o Espírito, qual pomba, a descer sobre ele; 11 e ouviu-se dos céus esta voz: Tu és meu Filho amado; em ti me comprazo. Marcos 1:9-11 21 Quando todo o povo fora batizado, tendo sido Jesus também batizado, e estando ele a orar, o céu se abriu; 22 e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se do céu esta voz: Tu és o meu Filho amado; em ti me comprazo. Lucas 3:21-22 32 E João deu testemunho, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele. 33 Eu não o conhecia; mas o que me enviou a batizar em água, esse me disse: Aquele sobre quem vires descer o Espírito, e sobre ele permanecer, esse é o que batiza no Espírito Santo. 34 Eu mesmo vi e já vos dei testemunho de que este é o Filho de Deus. João 1:32-34 1 Naqueles dias apareceu João, o Batista, pregando no deserto da Judéia, Mateus 3:1 24 Fala aos filhos de Israel: No sétimo mês, no primeiro dia do mês, haverá para vós descanso solene, em memorial, com sonido de trombetas, uma santa convocação. Levítico 23:24 1 No sétimo mês, no primeiro dia do mês, tereis uma santa convocação; nenhum trabalho servil fareis; será para vós dia de sonido de trombetas. Números 29:1 10 E uma vez no ano Arão fará expiação sobre as pontas do altar; com o sangue do sacrifício de expiação de pecado, fará expiação sobre ele uma vez no ano pelas vossas gerações; santíssimo é ao Senhor. Êxodo 30:10 1 Falou o Senhor a Moisés, depois da morte dos dois filhos de Arão, que morreram quando se chegaram diante do Senhor. 2 Disse, pois, o Senhor a Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que não entre em todo tempo no lugar santo, para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para que não morra; porque aparecerei na nuvem sobre o propiciatório. 3 Com isto entrará Arão no lugar santo: com um novilho, para oferta pelo pecado, e um carneiro para holocausto. 4 Vestirá ele a túnica sagrada de linho, e terá as calças de linho sobre a sua carne, e cingir-se-á com o cinto de linho, e porá na cabeça a mitra de linho; essas são as vestes sagradas; por isso banhará o seu corpo em água, e as vestirá. 5 E da congregação dos filhos de Israel tomará dois bodes para oferta pelo pecado e um carneiro para holocausto. 6 Depois Arão oferecerá o novilho da oferta pelo pecado, o qual será para ele, e fará expiação por si e pela sua casa. 7 Também tomará os dois bodes, e os porá perante o Senhor, à porta da tenda da revelação. 8 E Arão lançará sortes sobre os dois bodes: uma pelo Senhor, e a outra por Azazel. 9 Então apresentará o bode sobre o qual cair a sorte pelo Senhor, e o oferecerá como oferta pelo pecado; 10 mas o bode sobre que cair a sorte para Azazel será posto vivo perante o Senhor, para fazer expiação com ele a fim de enviá-lo ao deserto para Azazel. 11 Arão, pois, apresentará o novilho da oferta pelo pecado, que é por ele, e fará expiação por si e pela sua casa; e imolará o novilho que é a sua oferta pelo pecado. 12 Então tomará um incensário cheio de brasas de fogo de sobre o altar, diante do Senhor, e dois punhados de incenso aromático bem moído, e os trará para dentro do véu; 13 e porá o incenso sobre o fogo perante o Senhor, a fim de que a nuvem o incenso cubra o propiciatório, que está sobre o testemunho, para que não morra. 14 Tomará do sangue do novilho, e o espargirá com o dedo sobre o propiciatório ao lado oriental; e perante o propiciatório espargirá do sangue sete vezes com o dedo. 15 Depois imolará o bode da oferta pelo pecado, que é pelo povo, e trará o sangue o bode para dentro do véu; e fará com ele como fez com o sangue do novilho, espargindo-o sobre o propiciatório, e perante o propiciatório; 16 e fará expiação pelo santuário por causa das imundícias dos filhos de Israel e das suas transgressões, sim, de todos os seus pecados. Assim também fará pela tenda da revelação, que permanece com eles no meio das suas imundícias. 17 Nenhum homem estará na tenda da revelação quando Arão entrar para fazer expiação no lugar santo, até que ele saia, depois de ter feito expiação por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de Israel. 18 Então sairá ao altar, que está perante o Senhor, e fará expiação pelo altar; tomará do sangue do novilho, e do sangue do bode, e o porá sobre as pontas do altar ao redor. 19 E do sangue espargirá com o dedo sete vezes sobre o altar, purificando-o e santificando-o das imundícias dos filhos de Israel. 20 Quando Arão houver acabado de fazer expiação pelo lugar santo, pela tenda da revelação, e pelo altar, apresentará o bode vivo; 21 e, pondo as mãos sobre a cabeça do bode vivo, confessará sobre ele todas as iniqüidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, sim, todos os seus pecados; e os porá sobre a cabeça do bode, e enviá-lo-á para o deserto, pela mão de um homem designado para isso. 22 Assim aquele bode levará sobre si todas as iniqüidades deles para uma região solitária; e esse homem soltará o bode no deserto. 23 Depois Arão entrará na tenda da revelação, e despirá as vestes de linho, que havia vestido quando entrara no lugar santo, e ali as deixará. 24 E banhará o seu corpo em água num lugar santo, e vestirá as suas próprias vestes; então sairá e oferecerá o seu holocausto, e o holocausto do povo, e fará expiação por si e pelo povo. 25 Também queimará sobre o altar a gordura da oferta pelo pecado. 26 E aquele que tiver soltado o bode para Azazel lavará as suas vestes, e banhará o seu corpo em água, e depois entrará no arraial. 27 Mas o novilho da oferta pelo pecado e o bode da oferta pelo pecado, cujo sangue foi trazido para fazer expiação no lugar santo, serão levados para fora do arraial; e lhes queimarão no fogo as peles, a carne e o excremento. 28 Aquele que os queimar lavará as suas vestes, banhara o seu corpo em água, e depois entrará no arraial. 29 Também isto vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez do mês, afligireis as vossas almas, e não fareis trabalho algum, nem o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vos; 30 porque nesse dia se fará expiação por vós, para purificar-vos; de todos os vossos pecados sereis purificados perante o Senhor. 31 Será sábado de descanso solene para vós, e afligireis as vossas almas; é estatuto perpétuo. 32 E o sacerdote que for ungido e que for sagrado para administrar o sacerdócio no lugar de seu pai, fará a expiação, havendo vestido as vestes de linho, isto é, as vestes sagradas; 33 assim fará expiação pelo santuário; também fará expiação pela tenda da revelação e pelo altar; igualmente fará expiação e pelos sacerdotes e por todo o povo da congregação. 34 Isto vos será por estatuto perpétuo, para fazer expiação uma vez no ano pelos filhos de Israel por causa de todos os seus pecados. E fez Arão como o Senhor ordenara a Moisés. Levítico 16:1-34 16 também guardarás a festa da sega, a das primícias do teu trabalho, que houveres semeado no campo; igualmente guardarás a festa da colheita à saída do ano, quando tiveres colhido do campo os frutos do teu trabalho. Êxodo 23:16 34 Fala aos filhos de Israel, dizendo: Desde o dia quinze desse sétimo mês haverá a festa dos tabernáculos ao Senhor por sete dias. Levítico 23:34 14 Três vezes no ano me celebrarás festa: 15 A festa dos pães ázimos guardarás: sete dias comerás pães ázimos como te ordenei, ao tempo apontado no mês de abibe, porque nele saíste do Egito; e ninguém apareça perante mim de mãos vazias; 16 também guardarás a festa da sega, a das primícias do teu trabalho, que houveres semeado no campo; igualmente guardarás a festa da colheita à saída do ano, quando tiveres colhido do campo os frutos do teu trabalho. 17 Três vezes no ano todos os teus homens aparecerão diante do Senhor Deus. Êxodo 23:14-17 42 Quando Jesus completou doze anos, subiram eles segundo o costume da festa; Lucas 2:42 28 Estas coisas aconteceram em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando. João 1:28
Quando Jesus ouviu sobre a mensagem proclamada por João, reconheceu Seu chamado (DTN, 109). Isso marcou o fim de sua vida privada em Nazaré e o início de seus três anos e meio de ministério público, do outono de 27 d.C. à primavera de 31 d.C. (DTN, 233; cf. Atos 1:21,22; Atos 10:37-40; ver com. de Mateus 3:1,2).
- 21 É necessário, pois, que dos varões que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus andou entre nós, 22 começando desde o batismo de João até o dia em que dentre nós foi levado para cima, um deles se torne testemunha conosco da sua ressurreição. Atos 1:21,22 37 esta palavra, vós bem sabeis, foi proclamada por toda a Judéia, começando pela Galiléia, depois do batismo que João pregou, 38 concernente a Jesus de Nazaré, como Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder; o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do Diabo, porque Deus era com ele. 39 Nós somos testemunhas de tudo quanto fez, tanto na terra dos judeus como em Jerusalém; ao qual mataram, pendurando-o num madeiro. 40 A este ressuscitou Deus ao terceiro dia e lhe concedeu que se manifestasse, Atos 10:37-40 1 Naqueles dias apareceu João, o Batista, pregando no deserto da Judéia, 2 dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus. Mateus 3:1,2
Da Galileia para o Jordão - (cba)
Mateus 3:13
Ver com. de Marcos 1:9. A distância do mar da Galileia o até o Mar Morto é de aproximadamente 100 quilômetros.
A fim de que João O batizasse - (cba)
Mateus 3:13
Jesus tinha ouvido da mensagem de João enquanto ainda trabalhava na carpintaria em Nazaré (DTN, 109), então partiu para não mais voltar a seu trabalho ali.
Nota Adicional 1 a Mateus 3 - (cba)
Mateus 3:1-17
De acordo com Mateus 3:4 e Marcos 1:6 a alimentação de João Batista consistia de “gafanhotos [do gr. akrides, plural de akris] e mel silvestre”. Não se sabe se com isso os escritores dos evangelhos quiseram dizer que João não comia nada mais, ou apenas que esses eram os principais alimentos de sua dieta. Também é possível que “gafanhotos e mel silvestre” fossem considerados a dieta difereneiada de um profeta, assim como as “vestes de pelo de camelo e um cinto de couro” indicavam que João Batista era sucessor dos profetas antigos (ver DTN, 102). João pode ter se alimentado de “gafanhotos e mel silvestre” apenas quando não havia outros alimentos disponíveis. Também pode ser que “gafanhotos e mel silvestre” representassem simplesmente os vários alimentos disponíveis no deserto e que a expressão fosse uma forma gráfica oriental para dar ênfase à sua vida solitária, sóbria, distante do convívio humano.
- 4 Ora, João usava uma veste de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. Mateus 3:4 6 Ora, João usava uma veste de pêlos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre. Marcos 1:6
Devido à palavra “gafanhoto” indicar um inseto, naturalmente se levanta a questão quanto a que alimento, além do mel, constituía a dieta de João.
Em outras partes nas Escrituras e também na literatura grega contemporânea, a palavra akris sempre se refere a um inseto, o gafanhoto. Esse fato inegável levou a maioria dos comentaristas atuais a concluir que o relato sobre João Batista trata desse inseto. Também é fato que o gafanhoto fazia parte da dieta dos povos do antigo Oriente Médio. A lei de Moisés classifica certos tipos de gafanhotos como limpos (Levítico 11:22), portanto, seriam permitidos na dieta de um judeu. Esses fatos levaram alguns comentaristas à conclusão de que akris em Mateus e Marcos deve ser compreendido como o inseto “gafanhoto”, em vez de uma espécie de árvore.
No entanto, há muito tempo existe uma tradição difundida e persistente de que em Mateus e Lucas a palavra akris denota algo diferente de inseto. Sugeriram-se pequenos pássaros, caranguejos, lagostim, peras silvestres ou outras frutas, bolos, vagem de alfarrobas, etc. Em Diatessaron, de Taciano, a palavra foi traduzida como “leite”, em vez de “gafanhotos". Grande parte dessa discussão obviamente é apenas suposição, mas parece haver evidência linguística e antropológica para a vagem de alfarroba.
A alfarrobeira (Ceratonia siliqua) é cultivada em grande quantidade na fronteira com o mar Mediterrâneo e é comum na Palestina. Seu fruto, que amadurece no final da primavera, é uma vagem com feijões e tem de 15 a 25 em de comprimento. As vagens e feijões podem ser comidos crus, cozidos ou moídos como farinha de trigo. Podem ser secados e preservados por tempo indefinido. Embora não seja saborosa, a alfarroba tem valor nutritivo substancial e é, há muito, um artigo básico da dieta das classes mais pobres do Oriente Médio. A Toseftah (Maaseroth, 2.19, Talmude, p. 84) alista vagens de alfarroba como um tipo de alimento, e a Mishnah (Maaseroth, 1.3, ed. Soncino, Talmude, p. 256) especifica que, como alimento, devem ser dizimadas. O filho pródigo dava alfarrobas aos porcos (ver com. de Lucas 15:16). Incidentalmente, na língua inglesa, a alfarroba é comumente conhecida como gafanhoto, e as vagens são chamadas popularmente de “pão de São João”. Diz-se que agricultores dão alfarrobas chamadas de “gafanhotos” como alimento para o gado.
A seguir estão algumas evidências que favorecem a crença de que a alfarroba é o “gafanhoto” do qual se alimentava João Batista:
1. Evidências disponíveis indicam que o inseto gafanhoto é uma fonte pobre de alimento e que seria incapaz de sustentar a vida humana. De acordo com a Encyclopaedia of Religion and Ethics (verbete “gafanhoto”) de James Hastings, “o valor nutritivo do inseto gafanhoto é extremamente baixo e insuficiente, [mesmo] com mel, para sustentar a vida”. O fato de o “gafanhoto” que João comia aparentemente ter sido o elemento principal de sua dieta depõe contra o inseto e favorece o fruto da alfarrobeira. A inadequação do gafanhoto como alimento deve ser considerada um argumento válido de que a palavra akris indica outro tipo de alimento e não o inseto.
E um fato interessante que os feijões da alfarroba foram alimento de muitos pobres em várias partes do Oriente Médio, e ainda o são. Antigamente, os judeus tinham um ditado que dizia: “quando um judeu tem que se servir de uma alfarroba, ele se arrepende” (Midrash Rahhah, sobre Levítico 11:1, ed. Soncino, Talmude, p. 168). Não é irrelevante observar que João foi o grande pregador do arrependimento e que uma dieta de feijões de alfarroba e mel silvestre certamente seria apropriada para um pregador da justiça. Como já observado, a rigorosa dieta de João pode, assim como sua vestimenta rude, ter tido o propósito de caracterizá-lo na mente do povo como alguém semelhante aos profetas antigos.
2. Dentre os primeiros a questionarem a ideia de que a dieta de João incluía o inseto gafanhoto estavam os ebionitas, um grupo de judeus-cristãos da Síria cuja origem pode ser traçada a elementos judaizantes da época do NT. Como os essênios, eram de certa forma ascéticos em suas tendências e defendiam a dieta vegetariana. Aparentemente, os ebionitas omitiram a menção de “gafanhotos” em Mateus 3:4, embora Epifânio, escritor cristão do 4° século, afirme que eles substituíram egkrides, “bolos”, por akrides, “gafanhotos” (ver M. R. James, The Apocryphal New Testament, p. 9; H. A. W. Meyer, Commentary on the New Testament, sobre Mateus 3:4). Não parece que os ebionitas receberam manuscritos do evangelho que dissessem egkrides, mas que devem ter feito essa substituição ou alteração em harmonia com seus princípios de alimentação. Todos os manuscritos bíblicos antigos trazem akrides.
3. Os pais da igreja grega, que supostamente tinham melhor entendimento do uso do grego bíblico do que escritores posteriores, estavam muito longe de concordar que akris em Mateus e Marcos significava o inseto conhecido como gafanhoto. Na verdade, a maioria deles parece ter pensado diferentemente. Por exemplo, muitos consideravam o akrides (ou akridas) dos evangelhos como equivalente a akrodrua, “frutas”, ou ponta de galhos de árvores ou ervas.
Num sermão sobre a profecia de Zacarias, erroneamente atribuído a Crisóstomo (c. 400 d.C.), faz-se uma comparação entre Elias e João Batista na qual se diz: “um viveu nas montanhas, o outro passou o tempo no deserto; um foi alimentado por corvos, o outro comia gafanhotos de plantas [akridas botanõn]”. A frase akridas botanõn é traduzida para o latim como herbarum summitates, que quer dizer “extremidades” ou “brotos de plantas” (ver Migne, Patrologia Graeca, vol. 50, colunas 786, 787). Em outro sermão também atribuído a Crisóstomo, sobre João Batista, a expressão akridas ek botanõn ocorre numa descrição de sua dieta e é traduzida para o latim como summitates plantarum, “brotos de plantas" (ibid., vol. 59, col. 762). Uma nota da tradução para o latim explica que a Vulgata Latina traz locustas para akrides, e acrescenta que com locustas a Vulgata quer dizer não só gafanhotos, mas também summitates plantarum, “pontas de plantas”. Uma nota do texto grego declara que Isidoro de Pelusiota e muitos outros escritores dão a mesma explicação para akrides. Isidoro de Pelusiota (c. de 425 d.C.) declara especificamente (Epístola 132) que “os gafanhotos que João comia não são o que algumas pessoas ignorantes imaginam, criaturas parecidas com besouros. Longe disso, pois na realidade são pontas [gr. akremones; latim summitates] de plantas ou árvores” (ibid., vol. 78 col. 270). Na Epístola 5, Isidoro outra vez fala do alimento de João como “pontas de plantas e folhas” (ibid., cols. 183, 184). Em seu comentário sobre Mateus (Mateus 3:4), Teofilacto da Bulgária (c. 1075 d.C.) observa: “Alguns dizem que gafanhotos \akrides] são plantas, chamadas chifres pretos; outros [dizem que são] frutas silvestres de verão” (ibid., vol. 123, cols. 173, 174). Em Historia Ecclesiastica (i. 14) Callistus Nicephorus (c. 1400 d.C.) diz que João “se retirou a lugares remotos, alimentando-se de partes de árvores” (ibid., vol. 145, col. 675, 676). Os autores gregos e seus tradutores latinos aparentemente entendem que os “gafanhotos’’ de Mateus 3:4 fazem parte da dieta vegetariana.
Não se pode dizer que o pensamento dos pais da igreja foi influenciado, como parece ter sido o dos ebionitas, por alguma hesitação em aceitar a ideia de que João Batista comeu alimento cárneo. Até onde se sabe, os pais da igreja não eram vegetarianos. Talvez seja mais difícil fornecer uma explicação válida para o consenso dos pais da igreja de que os akrides dos evangelhos designa algo diferente de gafanhotos (insetos), a menos que houvesse alguma base linguística ou indicação nos hábitos das pessoas que viveram nos primeiros séculos do cristianismo.
4. Parece que o nome “pão de São João”, dado ao fruto da alfarrobeira, foi introduzido em várias línguas europeias por peregrinos medievais que voltavam da Terra Santa. Por exemplo, em alemão, esse é o nome específico para essa fruta. De acordo com o Oxford English Dictionary, “St.-John’s-bread”, a expressão “pão de São João”, foi explicada num dicionário do inglês para o espanhol do ano 1591, como sinônimo de “alfarroba”.
5. Thomas Kelly Cheyne, um eminente erudito da Bíblia, da virada do século 19 para o 20, defende que o alimento de João Batista consistia em alfarrobas e mel silvestre. Ele raciocinava que a palavra akrides, em todos os casos conhecidos de seu uso, significa especificamente “inseto”, que o inseto gafanhoto é comido desde antigamente, mas que “o senso comum, no entanto, nos diz que gafanhotos não teriam sido preferidos por João Batista como seu alimento habitual em lugar da nutrição que o solo poderia prover. Sua humildade não ignoraria o alimento comum da classe mais pobre, isto é, alfarrobas” (Encyclopaedia Bíblica, verbete “casca”).
6. A confusão quanto ao significado de akris nos evangelhos parece estar relacionada ao fato de que, em vários idiomas, a palavra “gafanhoto” designa tanto um tipo de inseto quanto uma espécie de árvore. A palavra inglesa locust vem do latim locusta, que originalmente denota uma lagosta ou crustáceo similar, e, mais tarde, devido à semelhança no formato, também representa o inseto gafanhoto. O verdadeiro gafanhoto é um inseto que pertence à família Acridiidae, termo derivado do latim que, por sua vez, deriva do gr. akrides.
Ao explicar a aplicação do termo “gafanhoto’’ para a alfarroba e algumas outras árvores, o Oxford English Dictionary comenta: “O substantivo gr. akris, que apropriadamente indica o inseto, é empregado no Oriente para designar a alfarroba, devido à semelhança no formato; e, desde antigamente, muitos creem que os gafanhotos’ de João Batista eram essas alfarro-bas” (verbete “gafanhoto ”). No árabe moderno, a palavra nahat, que designa o inseto gafanhoto, também se aplica ao fruto da alfarrobeira. A razão para se aplicar o termo “gafanhotos’’ a alfarrobas está no fato de que, no grego, são chamados de keratia, literalmente, “chifres pequenos”, nome que descreve seu formato, e que o tipo de gafanhoto chamado akris, da família Acridiidae, é “caracterizado por chifres pequenos” (Oxford English Dictionary, verbete “gafanhoto”). Essa semelhança no formato parece ser a base para o duplo significado da palavra “gafanhoto” na língua inglesa, bem como no grego e árabe coloquial. De acordo com a Encyclopaedia of Religion and Ethics, de James Hastings, verbete “gafanhoto”, “a semelhança [na língua inglesa] entre o inseto e a vagem é a razão para o nome”.
7. Não se pode dizer se o hebraico e o aramaico refletiram a semelhança. Contudo, pode-se notar que o heb. chagah, “gafanhoto”, é traduzido como akris pela LXX (ver Levítico 11:22; Números 13:33; 2 Crônicas 7:13; Eclesiastes 12:5; Isaías 40:22). No hebraico da Mishnah, charuh denota a alfarroba, e é equivalente ao árabe kharrüh, do qual vem a palavra alfarroba, e ao gr. keratia. Alguns sugeriram que, na Palestina e na Síria, onde o aramaico era usado pelos cristãos, a forma consonantal ch-r-b pode em algum momento ter sido confundida com ch-g-h, devido a uma semelhança de som e grafia. De acordo com essa explicação, charuh, “alfarroba”, se tornou chagai7, “gafanhoto”, e essa substituição se refletiu no texto grego de Mateus 3:4 e Marcos 1:6.
- 22 isto é, deles podereis comer os seguintes: o gafanhoto segundo a sua espécie, o solham segundo a sua espécie, o hargol segundo a sua espécie e o hagabe segundo a sua especie. Levítico 11:22 33 Também vimos ali os nefilins, isto é, os filhos de Anaque, que são descendentes dos nefilins; éramos aos nossos olhos como gafanhotos; e assim também éramos aos seus olhos. Números 13:33 13 Se eu cerrar o céu de modo que não haja chuva, ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste entre o meu povo; 2 Crônicas 7:13 5 como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho; e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e falhar o desejo; porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça; Eclesiastes 12:5 22 E ele o que está assentado sobre o círculo da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos; é ele o que estende os céus como cortina, e o desenrola como tenda para nela habitar. Isaías 40:22 4 Ora, João usava uma veste de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. Mateus 3:4 6 Ora, João usava uma veste de pêlos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre. Marcos 1:6
Alguns sugerem que o heb. cheryonim do texto massorético deve ser charubim e creem que 2 Reis 6:25 se refere a alfarrobas (ver com. ali). Também sugerem que o heb. chereb, traduzido como “espada” em Isaías 1:20, deveria ser charuh, “alfarroba ”. No texto hebraico consonantal, as duas palavras são idênticas. A tradução então seria: “comerás a alfarroba ”, que se ajusta bem ao contexto. Alguns imaginam que Mateus, sendo hebreu e tendo em mente charuh, “alfarroba”, com seu nome coloquial chagah, “gafanhoto”, pode ter escolhido o gr. akris, “gafanhoto”, ao escrever. Também é possível que existisse no grego daquela época uma terminologia coloquial similar.
- 25 E houve grande fome em Samária, porque mantiveram o cerco até que se vendeu uma cabeça de jumento por oitenta siclos de prata, e a quarta parte dum cabo de esterco de pombas por cinco siclos de prata. 2 Reis 6:25 20 mas se recusardes, e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; pois a boca do Senhor o disse. Isaías 1:20
8. A partir do ponto de vista estritamente linguístico, o argumento favorece a correspondência de akris com o inseto. Mas, tendo em vista todas as evidências contrárias apresentadas, não há certeza de que essa seja a compreensão correta do termo de Mateus 3:4 e Marcos 1:6. A evidência disponível não garante uma conclusão dogmática quanto a que alimentos João comia. É digno de nota que Ellen G. White caracteriza João como vegetariano (T3, 62; CS, 72).
- 4 Ora, João usava uma veste de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. Mateus 3:4 6 Ora, João usava uma veste de pêlos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre. Marcos 1:6
Nota Adicional 2 a Mateus 3 - (cba)
Mateus 3:1-17
Em várias partes dos evangelhos, os escritores relatam as palavras de Cristo de maneira diferente. Também apresentam relatos distintos sobre certos temas, como por exemplo, a inscrição na cruz. Os céticos têm se valido dessas variações como prova de que os evangelhos não são confiáveis, ou até mesmo falsos e, assim, não teriam sido inspirados. Uma análise cuidadosa prova o contrário. Aqueles que escreveram os evangelhos, junto com outros seguidores de Cristo, consideravam-se testemunhas dos eventos da vida de nosso Senhor. Tudo foi baseado na veracidade de seu testemunho.
Atualmente, num tribunal, se as testemunhas todas testificam precisamente o mesmo com respeito a um incidente, a conclusão é que estão mentindo. Por quê? Porque a experiência nos ensina que duas pessoas não veem um evento exatamente do mesmo modo. Um ponto impressiona uma testemunha, e outro ponto, outra. Pode ser que tenham ouvido exatamente as mesmas palavras ditas sobre o acontecimento, mas cada um as relata de forma um pouco diferente. Uma testemunha pode até relatar certas partes de um diálogo que a outra testemunha não relata. Mas, contanto que não exista clara contradição de ideias ou significado nas declarações diferentes, pode-se considerar que as testemunhas disseram a verdade. De fato, declarações aparentemente contraditórias podem com frequência se provar não contraditórias, mas complementares (ver com. de Mateus 27:37; Marcos 5:2; Marcos 10:46).
- 37 Puseram-lhe por cima da cabeça a sua acusação escrita: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS. Mateus 27:37 2 E, logo que Jesus saíra do barco, lhe veio ao encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo, Marcos 5:2 46 Depois chegaram a Jericó. E, ao sair ele de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, estava sentado junto do caminho um mendigo cego, Bartimeu filho de Timeu. Marcos 10:46
Observa-se que somente uma pessoa honesta pode se dar ao luxo de ter memória limitada. Aqueles que contam mentiras precisam decorar sua história para sustentá-la. A pessoa honesta pode não recontar sua história toda vez com as mesmas palavras - é quase certo que não o fará - mas sua consistência e harmonia internas são evidentes a todos. Além disso, tal história tem vida e reluz diante dos olhos porque quem a conta revive o espírito e o sentimento da situação. Mas, quando alguém conta e reconta uma história como um fonógrafo, o melhor que se pode dizer dele é que se tornou um tedioso escravo de uma mera forma de palavras e não apresenta um quadro vívido do que aconteceu realmente ou do que na verdade foi dito. E, se não formos bondosos, podemos até suspeitar de sua veracidade, ou ao menos estarmos certos de sua senilidade.
A experiência e, principalmente, a experiência dos tribunais ao longo dos anos, leva à conclusão de que o verdadeiro testemunho não precisa e não deve ser uma cópia dos vários testemunhos de um fato, incluindo o testemunho do que foi dito num determinado evento.
Portanto, a acusação de que os escritores dos evangelhos não são dignos de confiança porque seus relatos diferem se revela sem fundamento. Pelo contrário, esses escritores fornecem a prova mais clara de que não houve conspiração entre eles, que eles de forma independente relataram o que mais impressionou sua mente divinamente iluminada com respeito à vida de Cristo. Eles escreveram seus relatos mais ou menos diferentes em épocas e lugares diferentes. Contudo, não há dificuldade em se descobrir harmonia e unidade no que escreveram sobre incidentes e eventos, incluindo as palavras de nosso Senhor ou a inscrição na cruz (ver com. de Mateus 27:37).
À luz desses fatos, a acusação de que os diferentes relatos das palavras de Cristo provam que os evangelhos não foram inspirados parece absurda. Que garantia tem o cético para supor que, se fossem inspirados, teriam escrito ao pé da letra as palavras de nosso Senhor? Nenhuma. Palavras são meramente um veículo para expressar ideias e, infelizmente, a linguagem humana muitas vezes é inadequada para expressar plenamente a ideia de alguém. O fato de os escritores dos evangelhos apresentarem as palavras de nosso Senhor de formas diferentes não fornece em si uma prova de seu discernimento inspirado quanto ao alcance e intenções de Suas palavras? Cristo falava aramaico; os evangelhos foram escritos em grego. E não é verdade que diferentes eruditos podem fazer traduções fiéis dos escritos de determinado autor e ainda divergir nas palavras usadas? De fato, traduções demasiadamente literais em geral sacrificam algo da verdadeira ideia ou intenção da mente do autor original.
Feitas as devidas adaptações, podemos aplicar aqui as palavras das Escrituras: “A letra mata, mas o espírito vivifica” (2 Coríntios 3:6). Há um espírito vivificante ao longo dos quatro evangelhos, um espírito que facilmente poderia ter sido sufocado ou apagado se os escritores se conformassem com o padrão artificial dos céticos e apresentassem quatro relatos idênticos. Deus inspirou Seus escritores milhares de anos antes de as técnicas de cópia terem sido inventadas.
Comentário Bíblico
Ellen G. White e Outros
Anjos e uma pomba de ouro
Mateus 3:13-17
Ver Marcos 1:9-11; Lucas 3:21,22; João 1:32,33. Jesus foi nosso exemplo em todas as coisas que dizem respeito à vida e à piedade. Ele foi batizado no Jordão, assim como aqueles que vão a Ele devem ser batizados. Os anjos celestiais estavam olhando com intenso interesse para a cena do batismo do Salvador, e se os olhos daqueles que estavam olhando fossem abertos, eles teriam visto a hoste celestial em torno do Filho de Deus quando Ele se curvou às margens do Jordão . O Senhor havia prometido dar a João um sinal pelo qual ele poderia saber quem era o Messias, e agora quando Jesus saiu da água, o sinal prometido foi dado; pois ele viu os céus abertos, e o Espírito de Deus, como uma pomba de ouro polido, pairou sobre a cabeça de Cristo, e uma voz veio do céu, dizendo: “Este é meu Filho amado, em quem me comprazo” ( The Youth's Instructor, 23 de junho de 1892 ).
- 9 E aconteceu naqueles dias que veio Jesus de Nazaré da Galiléia, e foi batizado por João no Jordão. 10 E logo, quando saía da água, viu os céus se abrirem, e o Espírito, qual pomba, a descer sobre ele; 11 e ouviu-se dos céus esta voz: Tu és meu Filho amado; em ti me comprazo. Marcos 1:9-11 21 Quando todo o povo fora batizado, tendo sido Jesus também batizado, e estando ele a orar, o céu se abriu; 22 e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se do céu esta voz: Tu és o meu Filho amado; em ti me comprazo. Lucas 3:21,22 32 E João deu testemunho, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele. 33 Eu não o conhecia; mas o que me enviou a batizar em água, esse me disse: Aquele sobre quem vires descer o Espírito, e sobre ele permanecer, esse é o que batiza no Espírito Santo. João 1:32,33
O céu aberto às petições
Mateus 3:13-17
Ver Romanos 8:26; Hebreus 4:16. O que esta cena significa para nós? Como lemos irrefletidamente o relato do batismo de nosso Senhor, sem perceber que seu significado era da maior importância para nós, e que Cristo foi aceito pelo Pai em favor do homem. Quando Jesus se curvou nas margens do Jordão e ofereceu Sua petição, a humanidade foi apresentada ao Pai por Aquele que revestiu Sua divindade com humanidade. Jesus ofereceu-se ao Pai em favor do homem, para que aqueles que foram separados de Deus pelo pecado, pudessem ser trazidos de volta a Deus pelos méritos do divino Peticionário. Por causa do pecado, a terra foi cortada do céu, mas com Seu braço humano Cristo envolve a raça caída, e com Seu braço divino Ele agarra o trono do Infinito, e a terra é levada ao favor do céu, e o homem em comunhão com seu Deus. A oração de Cristo em favor da humanidade perdida abriu caminho através de cada sombra que Satanás lançou entre o homem e Deus, e deixou um claro canal de comunicação até o próprio trono de glória. As portas foram deixadas entreabertas, os céus abertos, e o Espírito de Deus, em forma de pomba, envolveu a cabeça de Cristo, e a voz de Deus foi ouvida dizendo: “Este é o meu Filho amado, em quem estou bem satisfeito. ”
- 26 Do mesmo modo também o Espírito nos ajuda na fraqueza; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis. Romanos 8:26 16 Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno. Hebreus 4:16
A voz de Deus foi ouvida em resposta ao pedido de Cristo, e isso diz ao pecador que sua oração encontrará abrigo no trono do pai. O Espírito Santo será dado àqueles que buscam seu poder e graça, e ajudará nossas enfermidades quando tivermos audiência com Deus. O Céu está aberto às nossas petições, e somos convidados a vir “com ousadia ao trono da graça, a fim de obter misericórdia e encontrar graça para socorro em tempos de necessidade”. Devemos vir com fé, crendo que obteremos exatamente as coisas que Lhe pedimos ( The Signs of the Times, 18 de abril de 1892 ).
O som de uma sentença de morte
Mateus 3:13-17
Quando Cristo se apresentou a João para o batismo, Satanás estava entre as testemunhas desse evento. Ele viu os relâmpagos brilharem nos céus sem nuvens. Ele ouviu a majestosa voz de Jeová que ressoou pelo céu e ecoou pela terra como o estrondo de um trovão, anunciando: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. Ele viu o resplendor da glória do Pai ofuscando a forma de Jesus, indicando assim com certeza inequívoca Aquele que Ele reconheceu como Seu Filho naquela multidão. As circunstâncias relacionadas com essa cena batismal foram do maior interesse para Satanás. Ele sabia então com certeza que, a menos que pudesse vencer a Cristo, daí em diante haveria um limite para seu poder.
Quando Satanás levou o homem a pecar, ele esperava que a aversão de Deus ao pecado o separasse para sempre do homem e quebrasse o elo de ligação entre o céu e a terra. Quando dos céus que se abriram ele ouviu a voz de Deus se dirigindo a Seu Filho, foi para ele como o som de uma sentença de morte. Disse-lhe que agora Deus estava prestes a unir o homem mais intimamente a Si mesmo e dar poder moral para vencer a tentação e escapar das armadilhas dos dispositivos satânicos. Satanás conhecia bem a posição que Cristo ocupara no céu como o Filho de Deus, o Amado do Pai; e que Cristo deveria deixar a alegria e honra do céu, e vir a este mundo como um homem, encheu-o de apreensão. Ele sabia que essa condescendência da parte do Filho de Deus não era um bom presságio para ele. ...
Chegara o tempo em que o império de Satanás sobre o mundo seria contestado, seu direito contestado, e ele temeu que seu poder fosse quebrado. Ele sabia, por meio de profecia, que um Salvador foi predito e que Seu reino não seria estabelecido em triunfo terreno e com honra e ostentação mundanas. Ele sabia que as profecias predisseram um reino a ser estabelecido pelo Príncipe do céu na Terra, que ele reivindicou como seu domínio. Este reino abrangeria todos os reinos do mundo, e então o poder e a glória de Satanás cessariam, e ele receberia sua retribuição pelos pecados que introduziu no mundo e pela miséria que trouxe sobre a raça humana. Ele sabia que tudo o que dizia respeito à sua prosperidade dependia de seu sucesso ou fracasso em vencer a Cristo com suas tentações;The Signs of the Times, 4 de agosto de 1887 ).
Referências Cruzadas
Mateus 3:13
Mateus 3:13-17; Marcos 1:9-11; Lucas 3:21,22; João 1:31-34; Mateus 2:22.
- 13 Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele. 14 Mas João o impedia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? 15 Jesus, porém, lhe respondeu: Consente agora; porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele consentiu. 16 Batizado que foi Jesus, saiu logo da água; e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito Santo de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele; 17 e eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. Mateus 3:13-17 9 E aconteceu naqueles dias que veio Jesus de Nazaré da Galiléia, e foi batizado por João no Jordão. 10 E logo, quando saía da água, viu os céus se abrirem, e o Espírito, qual pomba, a descer sobre ele; 11 e ouviu-se dos céus esta voz: Tu és meu Filho amado; em ti me comprazo. Marcos 1:9-11 21 Quando todo o povo fora batizado, tendo sido Jesus também batizado, e estando ele a orar, o céu se abriu; 22 e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se do céu esta voz: Tu és o meu Filho amado; em ti me comprazo. Lucas 3:21,22 31 Eu não o conhecia; mas, para que ele fosse manifestado a Israel, é que vim batizando em água. 32 E João deu testemunho, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele. 33 Eu não o conhecia; mas o que me enviou a batizar em água, esse me disse: Aquele sobre quem vires descer o Espírito, e sobre ele permanecer, esse é o que batiza no Espírito Santo. 34 Eu mesmo vi e já vos dei testemunho de que este é o Filho de Deus. João 1:31-34 22 Ouvindo, porém, que Arquelau reinava na Judéia em lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá; mas avisado em sonho por divina revelação, retirou-se para as regiões da Galiléia, Mateus 2:22
Comentário Bíblico
Mathew Henry
Nota - (Mathew Henry)
Mateus 3:13-17
As condescendências da graça de Cristo são tão surpreendentes, que mesmo os crentes mais firmes apenas podem acreditar nelas a princípio; tão profundas e misteriosas que mesmo os que conhecem bem a sua mente estarão prontos a oferecer objeções contra a vontade de Cristo. Aqueles que são cheios do Espírito de Deus, enquanto estão aqui, percebem que precisam pedir mais de Cristo. Não há dúvida de que João tinha necessidade de ser batizado por Ele, porém Jesus declarou que Ele deveria ser batizado por João. Cristo estava naquela ocasião em estado de humilhação. Nosso Senhor Jesus considerou conveniente, para cumprir toda justiça, apropriar-se de cada instituição divina, e mostrar sua disposição para cumprir com todos os justos preceitos de Deus.
Em Cristo e por meio dEle, os céus estão abertos para os filhos dos homens.
A descida do Espírito sobre Cristo, demonstra que estava dotado sem medida com seus poderes sagrados. O fruto do Espírito Santo é amor, gozo, paz, paciência, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
No batismo de Jesus houve uma manifestação das três Pessoas da Santa Trindade. o Pai confirmando o Filho como Mediador; o Filho que solenemente se encarregada da obra; o Espírito Santo que desce sobre Ele para ser comunicado ao povo por seu intermédio. NEle os nossos sacrifícios espirituais são aceitáveis, porque Ele é o altar que santifica todo dom (1 Pedro 2:5). Para aqueles que estão fora de Cristo, Deus é um fogo consumidor; para aqueles que estão em Cristo, um Pai reconciliado. Este é um resumo do Evangelho, o qual devemos abraçar com júbilo por fé.
- Veja também

Para Conhece-lo, Pág. 26

Jesus Meu Modelo, Pág. 351
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- Análise em Cadeia 22 Ouvindo, porém, que Arquelau reinava na Judéia em lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá; mas avisado em sonho por divina revelação, retirou-se para as regiões da Galiléia, Mateus 2:22 9 E aconteceu naqueles dias que veio Jesus de Nazaré da Galiléia, e foi batizado por João no Jordão. Marcos 1:9 21 Quando todo o povo fora batizado, tendo sido Jesus também batizado, e estando ele a orar, o céu se abriu; Lucas 3:21 21 Quando todo o povo fora batizado, tendo sido Jesus também batizado, e estando ele a orar, o céu se abriu; 22 e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se do céu esta voz: Tu és o meu Filho amado; em ti me comprazo. Lucas 3:21,22