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Filhas de Deus
LivrosAutor: Ellen White
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Os links abaixo estão disponiveis com permissão do Ellen G. White Estate em Silver Spring, Maryland, EUA.

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Ellen White fez muitas declarações bonitas acerca do valor da família, dos filhos e do lar. Reconheceu plenamente sua importância. Ao mesmo tempo, reconheceu também que os jovens que pensam em casar-se devem considerar tudo o que está envolvido na decisão de ter filhos e criá-los para se tornarem tudo o que Deus e os pais gostariam que fossem.

Conselho relativo à paternidade — Os que assumem as responsabilidades da paternidade devem considerar primeiro se conseguirão cercar seus filhos de influências apropriadas. O lar é tanto uma igreja de família como uma escola de família. A atmosfera do lar deve ser tão espiritual que todos os membros da família, pais e filhos, sejam abençoados e fortalecidos por sua associação uns com os outros. ...

Muitos, porém, que entram na relação matrimonial não conseguem compreender todas as sagradas responsabilidades abrangidas pela maternidade. Lamentavelmente, muitos carecem de autoridade disciplinar. Em muitos lares há bem pouca disciplina, e as crianças têm permissão para fazer o que bem entendem. Tais crianças vagueiam duma parte para a outra; não há ninguém no lar que seja capaz de guiá-las corretamente, ninguém que, com bastante tato, possa ensinar-lhes como ajudar o pai e a mãe, ninguém que consiga lançar devidamente o fundamento que sirva de base para sua educação no futuro. As crianças que estão cercadas por essas condições infelizes realmente são dignas de lástima. Se não lhes for concedida uma oportunidade para adequado preparo fora do lar, ficarão privadas de muitos privilégios que, por direito, toda criança deve desfrutar. Essa é a luz que me foi apresentada.

Os que são incapazes de instruir corretamente seus filhos nunca deviam ter assumido as responsabilidades de ser pais. Por causa de seu julgamento errôneo, não havemos de fazer, porém, nenhum esforço para ajudar seus pequeninos a formarem caráter correto? Deus deseja que lidemos sensatamente com esses problemas. — Mensagens Escolhidas 3:214, 215.

Cuidado ao assumir as responsabilidades da paternidade — Eles

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familiarizar-se com o organismo humano. Devem conhecer as funções dos vários órgãos, suas relações e dependências mútuas. Devem estudar a relação entre as faculdades mentais e físicas, e as condições exigidas para a ação saudável de cada uma delas. Assumir as responsabilidades da paternidade sem esse preparo é um pecado. — A Ciência do Bom Viver, 380.

As mulheres devem usar as habilidades concedidas por Deus em sua obra — Tenho recebido várias cartas pedindo meu conselho quanto à questão: A esposa de um ministro deve adotar bebês? Meu conselho seria que fizesse esse tipo de trabalho? Para algumas que encaravam esse assunto favoravelmente, respondi: Não. Deus deseja que você auxilie seu esposo na obra dele. O Senhor não lhe deu filhos para serem seus; Sua sabedoria não deve ser questionada. Ele sabe o que é melhor. Consagre suas faculdades a Deus, como obreira cristã. Você pode ajudar seu esposo de muitas maneiras.

Pode apoiá-lo em sua obra trabalhando para ele, progredindo em seu intelecto. Usando a capacidade que Deus lhe deu, pode ser uma administradora do lar. E, mais do que isso, pode ajudar a dar a mensagem.

Há mulheres que devem trabalhar no ministério evangélico. Em muitos aspectos elas fariam melhor do que os pastores que negligenciam visitar o rebanho de Deus. Evangelismo, 472. Marido e esposa podem unir-se nessa obra e, quando for possível, devem fazê-lo. O caminho está aberto para mulheres consagradas. Mas o inimigo se agrada de fazer com que mulheres a quem Deus poderia usar para auxiliar centenas, limitem seu tempo e forças a um pequeno e indefeso mortal, que requer constante cuidado e atenção. — Manuscript Releases 5:325, 326.

Traços de caráter são transmitidos aos filhos

O seguinte conselho foi dado ao pastor e Sra. E. P. Daniels, em 1888, acerca da criação dos filhos. O pastor Daniels era um preeminente ministro e seus filhos constituíam um tópico de discussão. Ellen White julgou ser seu dever lembrar novamente ao pastor e Sra. Daniels que não estavam criando os filhos no temor de Deus. E. P. Daniels não deve ser confundido com A. G. Daniells.

Durante anos, têm-lhes sido enviados testemunhos quanto à questão da economia e do sábio uso dos recursos, mas nem o pastor, nem sua esposa, fizeram mudanças decididas em seu procedimento. Amam a ostentação; amam a indulgência com o apetite; gostam de gratificar o paladar. Esses mesmos traços de caráter são reproduzidos em seus filhos, e colherão aquilo que semearam. Jamais haverá salários suficientes em pagamento de seu trabalho para mantê-los na indulgência com hábitos extravagantes e perdulários. Por que não aprendem daqueles irmãos que se mantêm e às suas famílias confortavelmente, com menos dinheiro do que

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o que vocês recebem? A razão pela qual se encontram em circunstâncias embaraçosas não é que o salário não seja suficiente, mas [porque] não administram os recursos de modo a evitar constrangimento. Se recebessem vinte dólares por semana, ainda reclamariam de pressão financeira.

Em Healdsburg, o Senhor operou por seu intermédio, não porque fosse perfeito, mas apesar de suas imperfeições. O eu se misturava ao trabalho. Quando perceberam que o espírito e o poder de Deus atuavam entre o povo, se você tivesse se humilhado, se tivesse andado cuidadosa e ternamente perante Deus, sentindo sua indignidade e ao mesmo tempo a bondade divina, a influência que deixou em Healdsburg teria sido muito melhor do que é agora. Você atribui todo o embaraço financeiro às circunstâncias.

Você até pode falar bem sobre a educação de filhos. Sua esposa, a quem amo e respeito no Senhor, seria uma excelente palestrante a esse respeito. Mas a prática de vocês contradiz os excelentes princípios que você apresenta. Ela não põe em prática seus ensinos. Quando seus costumes são vistos e reveladas as práticas da vida doméstica, as pessoas ficam confusas e desgostosas. Vocês não estão criando os filhos para a vida produtiva, para praticar a abnegação e andar no caminho do Senhor. Por que se mostram tão indecisos no propósito, tão débeis na ação, tão vacilantes quanto ao princípio, tão fracos na fé?

Essas coisas são um mistério para quem tem a oportunidade de conhecê-lo no púlpito e em casa. Pastor Daniels, essas pessoas o notam, num dia, forte e confiante; no dia seguinte, a mudança é completa. Você afirma com veemência coisas exatamente opostas àquilo que afirmou com igual ênfase no dia anterior. ...

Quando me foi mostrada a grande necessidade de reforma na educação e criação de seus filhos, enchi-me de uma dor que não posso expressar, porque vi que você não desempenhou sua parte em motivar os filhos a darem o melhor de si. É necessária a atuação do Espírito de Deus em seu coração, pois princípios corretos não estão governando sua vida. Se você estivesse bem com Deus, não estaria fazendo o que faz com relação aos filhos; não daria um exemplo como esse. É necessário depender muito menos do eu e muito mais de Jesus. Se vocês estivessem intimamente ligados a Deus, dirigiriam os filhos com sabedoria.

Zua

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Irmã Daniels, você não tem cumprido suas solenes responsabilidades como mãe ... ao ajudar a filha a enganar o pai a respeito do seu vestuário e despesas. Os dois estão enganados e desencaminhados com falsas idéias acerca da criação dos filhos. Precisam ser completamente transformados pela graça de Cristo, a fim de poderem ensinar aos filhos, por preceito e exemplo, o caminho bom e reto. Zua é cheia de afetação e ilusão. É superficial em quase todas as suas ações. Sua vida escolar lhe deu um polimento exterior, mas o coração não foi renovado, pois ela não tem amor a Deus, nem amor ao relacionamento com cristãos. Encontra-se nas fileiras do inimigo e, se morresse hoje, não entraria no reino do Céu.

Paul [o filho] não está em melhor condição, e sua filha mais nova está longe de ter um belo caráter. Sua criação foi defeituosa em todos os sentidos. Que o Senhor tenha misericórdia de todos, para que não percam a salvação nem a de seus filhos. ...

Paul é um rapaz que tem boas qualidades, bem como traços objetáveis de caráter, que têm sido cultivados e permitidos, em vez de restringidos. Não lhe foi ensinado a respeito da pecaminosidade de uma inclinação mal-humorada e obstinada, nem foi firmemente corrigido quanto a esse mal crescente. Até mesmo na expressão do seu semblante a sua indulgência está deixando a marca. As impressões causadas na juventude são mais duradouras, e cedo na vida é o melhor momento de cultivar hábitos corretos.

Paul tem sido estimulado a ser exigente e discriminador quanto ao regime alimentar. Ao contrário, deveriam colocar diante dele o alimento sem jamais permitir que o rejeite com desdém, querendo algo que não foi providenciado. Ele pode cultivar esses hábitos exigentes acerca de seu regime até se tornar desagradável a si mesmo e a todos os que com ele se relacionam. Se fosse obrigado a trabalhar na proporção de suas forças, a fome lhe daria o tempero para o alimento e removeria suas murmurações. Medidas decididas devem ser tomadas nessa questão. Amo seu filho; ele pode ser moldado da maneira certa, pois, se devidamente criado, reagirá depois de algum tempo. ...

Dê a seu menino algo para fazer. Ensine-o a ser trabalhador. Ele, por natureza, não tem amor ao trabalho; ama a indolência e busca esquivar-se da responsabilidade. Se desejam que os filhos lhes sejam uma bênção, precisam ensiná-los a serem úteis e abnegados. Restrinjam suas leituras. Não devem ter permissão de folhear as páginas de romances ou livros de histórias cheios de episódios de cobiça e desonestidade, pois não deixarão uma influência celestial sobre sua mente. Eles são jovens e inexperientes, e serão exatamente aquilo para o que forem direcionados. Todos esses hábitos de leitura cortarão pela raiz os princípios de virtude que entram na formação de um caráter bom e firme. Ler romances é como tomar veneno e, mais cedo ou mais tarde, revelará seus amargos resultados.

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A marca para o bem ou para o mal deixada no caráter dos filhos não é escrita na areia, mas como que gravada na rocha permanente. Suas amizades terão que ser vigiadas, pois o que se aprende das palavras e hábitos dos companheiros moldará toda a vida posterior. As companhias que seus filhos têm, os princípios que agora adotam [e] os hábitos que agora formam estão fixando o destino de seu futuro com certeza quase infalível.

Até aqui, o que eu lhes disse não deixou impressão duradoura, mas ainda resta uma oportunidade. Caso contrário, receio muito que vocês se afastem da fé. ...

Que o Senhor lhes dê tão claras visões de Jesus que sua alma seja cativada. Confio estas singelas palavras a ambos, para dizer-lhes que a metade de sua utilidade é neutralizada por defeitos que podem e devem vencer. Façam uma obra para a eternidade, com a aprovação de Deus.

Pastor Daniels, sou sua amiga porque lhe digo a verdade. Você está envolvido numa solene obra e desejo que, como embaixador de Cristo, não fracasse, mas dê plena prova do seu ministério. Ore muito, meu irmão; e fale menos. Ore para que seja dotado da sabedoria e coragem necessárias para realizar a obra, seja ela qual for. Diga diante de Deus: “Cumprirei meu dever com vistas tão-somente para a Tua glória”. — Carta 10, 1888.

Ensinar os filhos a formar bons hábitos

Escrita para Mary Nelson, no dia 19 de Março de 1902, dando conselhos sobre a educação e o desenvolvimento de seus filhos.

Querida irmã Mary Nelson:

Como cristã, você tem deveres a cumprir que estão sendo deixados de lado. Você não está dando a seus filhos a educação de que necessitam. Sua disposição é tal que não está moldando e formando seu caráter segundo a divina semelhança. É tão necessário abrandar seu temperamento quanto o do seu esposo. Sua aspereza na voz e disposição desagradável devem ser inteiramente vencidas. Embora mãe, você ainda não aprendeu as lições de autocontrole. Deve cultivar traços gentis de caráter. Você pode e deve cultivar uma disposição branda. Não se demore, pois seus hábitos estão-se tornando fixos.

Você governa, mas não com amor. Que educação inadequada estão recebendo seus filhos! Não é correto que crie os membros mais jovens da família do Senhor da maneira como está criando seus filhos.

Deve ensiná-los a formar bons hábitos. Vai você impedir que se tornem úteis no futuro, negligenciando criá-los, como devia, em hábitos de limpeza e ordem? Por que não ensiná-los com paciência, ajudando-os sempre a manter o quarto e as roupas em ordem?

Irritá-los e repreendê-los não ajudará a reformar seus filhos. Ao governá-los, deve exercer firmeza; mas, com isso, deve-se misturar a bondade.

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Ensine-os diligentemente a ser cristãos. Jamais erga a voz com impaciência; nunca dê uma palmada com raiva, pois isso, em lugar de corrigir-lhes as faltas, vai confirmá-los na direção errada. Lembre-se de que eles herdaram as tendências dos pais. Agora é preciso ver nos filhos os seus próprios defeitos de caráter. Lembre-se de que, ao falar asperamente, estará dando um exemplo que eles aprenderão a imitar. Mais cedo ou mais tarde, agirão com você da mesma forma áspera como você tem agido para com eles, porque na vida doméstica lhes tem dado um exemplo errado.

Não seria este o momento de assumir seus deveres negligenciados, tentar agradar seu esposo e educar corretamente seus filhos? Minha irmã, a melhor coisa que você tem a fazer é confessar seus erros ao seu esposo e filhos. Diga às crianças que o espírito rude, áspero que você tem cultivado é contrário ao de Cristo. Diga, então: “Filhos, pela força e graça que Cristo nos dá, agora faremos uma decidida mudança.” Peça-lhes que a ajudem. Prometa que os ajudará.

Cristo está pronto a ensinar pais e mães a serem verdadeiros educadores. Os que aprendem em Sua escola jamais baterão com raiva numa criança. Nunca falarão em tom áspero e antipático; pois as palavras enunciadas dessa maneira ofendem ao ouvido, esgotam os nervos, causam sofrimento mental e criam um estado de espírito que torna impossível sujeitar a índole da criança a quem tais palavras são dirigidas. ... Freqüentemente essa é a razão de as crianças falarem desrespeitosamente aos pais. — Orientação da Criança, 282.

Lembre-se de que as crianças têm direitos que devem ser respeitados. O Lar Adventista, 306. Sua vontade própria é muito forte. Você tem transmitido esse traço de caráter aos filhos. Pode-se andar ocupada da manhã à noite, e ainda deixar de fazer a obra que Deus designou. Você precisa desempenhar a parte de uma mãe, ao guiar e educar seu pequeno rebanho. ...

Minha querida irmã, você carece do auxílio divino. Precisa tomar o jugo de Cristo antes de poder ensinar devidamente aos filhos que devem entregar o coração a Jesus. Para que esteja capacitada a realizar essa obra, busque a bênção especial de Deus. Permita que o Espírito Santo habite no seu coração, fazendo dele uma fonte de amor e alegria. Ore fervorosamente por um espírito manso e quieto. No espírito de mansidão, busque diariamente a bênção de Deus. Se receber bênçãos do alto cada dia, é certo que será revigorada e repartirá com seus filhos aquilo que recebeu. E, à medida que suas tendências e caráter se transformam, exercerá influência benéfica sobre as tendências e o caráter dos seus filhos. — Carta 47a, 1902.

Os pais podem ser demasiado indulgentes

Em 1871, Ellen White escreveu aos seus amigos, irmão e irmã Bailey, acerca da condescendência deles com os filhos.

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Queridos amigos, irmão e irmã Bailey:

Tenho sentido ser minha obrigação escrever-lhes, já que tenho escrito a outros as coisas que me são reveladas a seu respeito. Tenho algumas coisas para escrever-lhes, mas não me sentia livre para fazê-lo, até agora. Se uma oportunidade favorável se apresentasse em seu lar, eu lhes teria falado para tranqüilizar meu espírito. Desde a minha volta para casa, não me sinto à vontade, a menos que lhes escreva.

Tenho escrito muito a respeito dos erros de pais na instrução devida a seus filhos e também sobre os seus resultados. Seu procedimento foi exposto perante mim. Ambos têm sido demasiadamente tolerantes com os filhos. Não conseguem perceber os perigos e erros nem assumir a posição que deveriam dentro da família, para colocar ordem em sua casa.

Deus, em Sua grande misericórdia, expôs a verdade para seu conhecimento. Vocês amam a verdade. Têm visto o que ela pede de vocês. Ela operou uma reforma na vida e os levou a ter profundo interesse no bem-estar espiritual dos filhos. Tudo isso está de acordo com o Espírito de Deus. Mas, embora se sintam assim ansiosos, estão fracassando seriamente em realizar a obra que o Senhor deixou para que, como pais, fizessem. Seus filhos não estão sendo controlados. Vocês têm sido indulgentes para com eles, para prejuízo deles. Eles não têm sido colocados em submissão, como Deus requer.

Tem havido uma grave falha na educação de seus filhos. Sua filha, especialmente, tem sido mimada. Ela tem sido estragada com mimos e condescendências, ao ponto de se tornar muito pequena a sua utilidade prática. A atenção dela tem sido dirigida basicamente a si mesma, a ponto de sua mente tornar-se supremamente egoísta e centralizada em si. Se ela tem alguma indisposição, mostra aversão ao trabalho. Ela tem sido favorecida e protegida de realizar o mínimo esforço. E vocês ainda comentam na sua presença que ela não está bem. Sua imaginação tem sido conduzida nessa direção. A mãe tem carregado os pesados fardos que devia dividir com a filha e os filhos. A mãe teria sido poupada de muito sofrimento em conseqüência de crises agudas de enfermidade, tivesse ela recebido a ajuda que lhe cabia por parte dos filhos, especialmente da filha. Esse esforço teria representado o maior benefício à filha na questão da saúde, livrando-a da doença, além de ser uma bênção para a mãe. ...

Outro mal que ameaça destruir a utilidade de sua filha é o amor ao mundo, e o orgulho da aparência. Ela tem cultivado uma afetação que é mortal para a espiritualidade.

Irmã Bailey, você tem cometido um grave erro na criação dos filhos. Conforme o rebento é curvado, a árvore se inclina. Seus mimos e desculpas para os erros deles, e o desrespeito para com sua autoridade, têm-se colocado diretamente no caminho de sua salvação. Filhos que

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não são ensinados a ser corteses e a ceder às ordens dos pais não terão um senso de seu dever para com Deus e Suas reivindicações quanto à obediência e submissão. ...

Seus filhos, que participam da fartura e hospitalidade, devem ser levados a entender que, eles também, precisam mostrar obediência e respeito para com a autoridade dos pais. Suas filhos continuam ainda sem a graça de Deus; serão para vocês a causa de sofrimento e das mais agudas e angustiosas dores, sem um sentimento de remorso. Consideram a menor restrição como uma invasão aos seus direitos, e desprezarão a censura.

Seus filhos perderam os benefícios da educação que deviam ter recebido na infância, mas agora devem vocês mudar inteiramente a disciplina e redimir-se da negligência. Esses filhos carecem daquelas nobres e desejáveis qualidades da mente, as quais a correta disciplina e o refinamento lhes teriam dado. Eles não são corteses nem respeitosos. Vocês chegam a ouvir dos seus lábios palavras que não deveriam permitir de forma alguma. Os pequenos que não são controlados na tenra infância tornam-se donos de si mesmos. Tomam as rédeas nas próprias mãos. Consideram-se importantes, são convencidos, impulsivos e não revelam muito gosto ou ambição pelo respeito próprio ou pela disciplina mental adquirida pela concentração em alguma coisa. Não admitem ser restringidos. Desprezam a disciplina escolar, pois não foram disciplinados em casa. ...

Deus não Se agrada da maneira como a irmã Bailey dirige seus filhos. [Ela é] descuidada quanto ao seu dever, pesada na balança e achada em falta. Esse é um grave defeito para uma mãe — ser tão complacente com os filhos a ponto de permitir neles o pecado, permitir que sejam irascíveis, ingratos, desobedientes, arrogantes, orgulhosos — e ainda desculpar isso e afastar dos olhos dos outros e mesmo dos seus próprios. Nisso ela é participante dos seus erros e os mantém no pecado, e o sangue deles estará nas vestes dela e do pai. Eles podem agora remir o passado mediante uma reforma de sua parte, mas nunca apagarão os resultados de sua grande negligência no que diz respeito aos filhos. Deus considera os pais responsáveis em grande parte pela conduta dos filhos, pois eles têm [responsabilidade pela] formação do seu caráter. ...

Sua filha necessita da energia gerada pelo trabalho ativo. Ela é muito mais capaz de trabalhar e assumir sua parte dos fardos da vida do que sua mãe de levá-los por ela. Uma atividade, cada dia, que ponha em ação os músculos e órgãos do corpo será o melhor remédio que sua filha pode receber. Uma melindrosa ociosidade a torna mal-humorada, descontente e infeliz. ... Que Deus use estas linhas como uma bênção para vocês, meu irmão e irmã. — Carta 1, 1871.

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