avatar
Filhas de Deus
LivrosAutor: Ellen White
InstalarEnglish
Os links abaixo estão disponiveis com permissão do Ellen G. White Estate em Silver Spring, Maryland, EUA.

Ler Audio pdf epub mobi EWG CPB

Pág. 154

No moldar devidamente o espírito de seus filhos, é confiada às mães a maior missão dada a mortais. — Fundamentos da Educação Cristã, 252.

Formar a mente e moldar o caráter — A responsabilidade repousa especialmente sobre a mãe. Ela, de cujo sangue a criança se nutre e se forma fisicamente, comunica-lhe também influências mentais e espirituais que tendem a formar-lhe a mente e o caráter. Foi Joquebede, a hebréia que, fervorosa na fé, não temeu “o mandamento do rei” (Hebreus 11:23), a mãe de Moisés, libertador de Israel. Foi Ana, a mulher de oração e espírito abnegado, inspirada pelo Céu, que deu à luz Samuel, a criança divinamente instruída, juiz incorruptível, fundador das escolas sagradas de Israel. Foi Isabel, a parenta e especial amiga de Maria de Nazaré, que gerou o precursor do Messias. — A Ciência do Bom Viver, 372.

O preparo da mãe não deve ser negligenciado — A primeira professora da criança é a mãe. Nas mãos dela se acha em grande parte sua educação, durante o período de seu maior e mais rápido desenvolvimento. A mãe tem, em primeiro lugar, a oportunidade de moldar o caráter para o bem ou para o mal. Ela deve compreender o valor dessa sua oportunidade e, acima de qualquer outro educador, cumpre que esteja habilitada a dela fazer uso de modo a obter os melhores resultados. Não obstante, não há outrem para cujo preparo tão pouca atenção se dê. Aquela, cuja influência na educação é poderosíssima e de tão vasto alcance é quem recebe o menor esforço sistemático em seu auxílio. — Educação, 275.

Ensinar os filhos a orar — Meus irmãos e irmãs, rogo-lhes que criem seus filhos com simplicidade. Não ralhem com eles quando erram, mas levem-nos ao Senhor, contando-Lhe tudo. Quando se ajoelham diante de Deus com seus filhos, Cristo Se coloca ao seu lado e os anjos de Deus ao seu redor. Ensinem-nos a pedir que Deus lhes perdoe por terem sido rebeldes e impacientes. Criem os filhos na doutrina e admoestação do Senhor. Sejam homens e mulheres de oração.

Apoderemo-nos da natureza divina e escapemos da corrupção que, pela concupiscência, há no mundo. Então teremos a apólice de seguro

Pág. 155

da vida eterna, uma vida que se mede pela vida de Deus. E, quando os redimidos forem resgatados da Terra, a cidade de Deus se nos abrirá, e poderemos nos apresentar perante o Senhor, dizendo: “Eis-me aqui com os filhos que me deste.” Então a harpa será colocada em nossas mãos, e nossa voz se levantará em cânticos de louvor a Deus e ao Cordeiro, por cujo grande sacrifício fomos feitos participantes de Sua natureza, e receberemos uma herança imortal no reino de Deus. — Minha Consagração Hoje, 339.

Mães devem encorajar os filhos — Sempre que a mãe possa dizer uma palavra de elogio aos filhos por motivo de sua boa conduta, deve ela dizê-la. Deve encorajá-los por palavras de aprovação e olhares expressivos de amor. Essas serão ao coração de uma criança como a luz do Sol, e levarão ao cultivo do respeito próprio e ao brio de caráter. — Testimonies for the Church 3:532.

Ensinar aos filhos a importância de hábitos formados na infância — Os filhos têm reivindicações que os pais devem reconhecer e respeitar. Eles têm direito a privilégios tais como educação e instrução que os farão membros úteis da sociedade, respeitados e amados aqui, e lhes darão aptidão moral para a sociedade do puro e santo porvir. Aos jovens deve ser ensinado que o seu bem-estar tanto presente como futuro depende, em grande medida, dos hábitos que formarem na infância e na juventude. Cedo devem ser acostumados à submissão, à abnegação e respeito pela felicidade de outros. Devem ser ensinados a subjugar o temperamento rude, a conter as palavras impulsivas, a manifestar invariável bondade, cortesia e domínio próprio. — O Lar Adventista, 306, 307.

Pais e mães devem tornar a preocupação de sua vida que seus filhos possam tornar-se tão perfeitos no caráter quanto o permita o esforço humano combinado com o auxílio divino. Esta obra, com toda a sua importância e responsabilidade, eles aceitaram, desde que trouxeram filhos ao mundo. — O Lar Adventista, 305.

A fonte de forças da mãe

As mães devem buscar em Deus a força — Se uma mulher volta-se para Deus em busca de força e conforto e em Seu temor procura cumprir seus deveres diários, conquistará o respeito e a confiança do marido e verá os filhos chegarem à maturidade como homens e mulheres honrados, com disposição moral para fazer o que é direito. Mas as mães que negligenciam as presentes oportunidades, e deixam sobre outros seus fardos e encargos, verificarão que suas responsabilidades permanecem as mesmas, e ceifarão em amargura o que semearam em descuido e negligência. Não existe acaso nesta vida; a colheita será determinada pelo caráter da semente semeada. — O Lar Adventista, 250.

Pág. 156

Jesus, o melhor amigo da mãe — Se as mães fossem a Cristo mais freqüentemente e nEle confiassem mais plenamente, seu fardo seria mais leve, e elas encontrariam descanso para a sua alma. O Lar Adventista, 205. Jesus conhece o fardo de cada mãe. Ele é seu melhor amigo em toda emergência. Seus braços eternos a sustentam. Esse Salvador, cuja mãe lutou com a pobreza e privação, simpatiza com cada mãe em seu trabalho, e lhes ouve as orações sinceras. Esse Salvador, que empreendeu uma longa jornada com o propósito de aliviar o coração ansioso de uma mulher cananéia, fará o mesmo pela mãe aflita de hoje. Aquele que devolveu à viúva de Naim seu filho único, que estava sendo levado ao sepultamento, é hoje tocado pelo lamento da mãe enlutada. Aquele que chorou junto ao sepulcro de Lázaro, que perdoou a Maria Madalena, que na cruz Se lembrou das necessidades de Sua mãe, que após a ressurreição apareceu às mulheres que pranteavam, e as tornou Suas mensageiras, é hoje o melhor amigo da mulher, pronto para auxiliá-la em sua necessidade, se ela confiar nEle. — The Signs of the Times, 20 de Agosto de 1902.

Conselhos sábios para crianças

Addie e May Walling, filhas da sobrinha de Ellen White, moraram na casa da família White, e Ellen foi como mãe para elas. Cuidou delas e as aconselhou como se fossem suas filhas. As meninas tinham 12 e 15 anos, na época em que esta carta foi escrita.

Queridas filhas, Addie e May:

Tenho alguns minutos hoje de manhã e lhes escreverei umas poucas palavras de conselho. Na minha ausência, quero que sejam bondosas e corteses com todos os que trabalham na minha casa. Nenhuma de vocês [deve] achar que tem experiência e sabedoria para fazer as coisas corretamente sem conselho dos mais velhos. Tenho observado, em vocês duas, falta de respeito para com os que são mais velhos. Se houver condescendência com esse defeito de caráter, ele se confirmará e se tornará mais forte a cada condescendência. Portanto, subjuguem-no, controlem-no e vençam-no completamente ...

Vejo, Addie, mais especialmente em você, uma disposição crescente para o ciúme. O ciúme, dizem as Escrituras, é “duro como a sepultura”. Cânticos 8:6. Você pode perguntar: “O que é o ciúme?” É isto: pensar que aqueles que a rodeiam não a consideram o suficiente e não apreciam o seu valor. Você imagina que falam de você e dizem de você coisas que não são corretas. Acha que os outros são favorecidos, e você não. Muitos desses sentimentos são produto do ciúme.

Bem, Addie, sei que você quer ser cristã, uma filha de Deus. E se tiver êxito, terá batalhas a travar com suas imperfeições naturais. Você precisa estar atenta a esses defeitos e guerrear contra eles com toda a sua energia. Jesus a ama, Ele morreu por vocês, minhas meninas, Addie e May, e

Pág. 157

deseja que tenham o Seu espírito e Sua graça para que verdadeiramente sejam Suas ovelhinhas, Suas queridas filhas. Vocês carecem da graça de Jesus para subjugar todo desagradável traço de caráter, a fim de que sejam aprovadas por Jesus e os anjos.

Addie, observo que você fica atenta para escutar o que os outros dizem, achando que possam dizer algo a seu respeito. Não faça mais isso. Você deve vencer isso imediatamente. Sua mãe fazia o mesmo quando era menina, e imaginava que era menosprezada, censurada e rejeitada, e esse ciúme cresceu dentro dela até depois do casamento. Ela tornou a vida do seu pai muito desagradável. Para o seu bem, recomendo que você corte esse mal pela raiz.

Vejo em você, ainda, a disposição de dar ordens a May e aborrecê-la. Isso está crescendo dentro de você. Trate May com bondade, faça seus pedidos com paciência, não como se estivesse mandando, mas como uma irmã deve tratar outra. Ninguém gostará de você, a menos que cuide bem dessas coisas.

Vocês duas têm muitas coisas na sua inclinação natural que devem ser vencidas. Precisam enxergar essas coisas e depois verão como as desprezam nos outros, e evitem-nas vocês mesmas. Vocês podem crescer com um caráter amável, com um coração bondoso, gentil, manso e humilde, ou podem crescer impertinentes, rabugentas, indelicadas, auto-suficientes, considerando-se acima do que deveriam. Leiam na Bíblia quais são os frutos produzidos pela árvore cristã e depois leiam o fruto produzido pela árvore má. Uma é boa, a outra é corrupta. Agora não tenho tempo de escrever mais, porém conheço seus defeitos de caráter. O Senhor a quem amo tem-me mostrado, e a vocês, em Sua Santa Palavra, que vocês podem ser filhas Suas, mas necessitam de Sua graça diariamente para vencer seus erros de caráter.

Todas essas coisas que mencionei, ou mesmo uma delas, se não for vencida, as excluirão do Céu, pois nada pode lá entrar que não seja puro e santo. Desejo que nosso cuidado por vocês, minhas filhas, não sejam em vão. Quero que sejam felizes no belo mundo que Jesus preparou para aqueles que O amam e procuram ser como Ele no caráter.

Não negligenciem esta questão. Levem-na a sério; batalhem com todas as forças contra tudo o que for desagradável no caráter. Vocês mesmas serão mais felizes por isso; farão felizes os outros ao seu redor e vocês podem, pelas palavras e um procedimento correto, mostrar que estão copiando o Modelo, formando o caráter de acordo com o caráter de Cristo.

May, querida filha, não quero que trabalhe demais, mas que seja prestativa e assuma sua parte de responsabilidade. Aqueles que trabalham somente quando são compelidos a fazê-lo serão indignos. Você pode trabalhar com alegria, sem esperar que a mandem. Seja fiel nas pequenas coisas, e então será fácil ser fiel nas maiores. Lembre-se de que há tarefas

Pág. 158

para realizar [que são] tão importantes para aperfeiçoar sua experiência quanto os deveres que os mais velhos precisam cumprir para aperfeiçoar sua experiência. Faça o seu trabalho, não como se fosse um fardo, mas um prazer, como se fosse feito para Jesus. Seu Salvador foi uma criança obediente, trabalhando com Seu pai no simples ofício de carpinteiro. Você precisa comer e beber a fim de viver, e então, como resultado natural, a louça precisa ser lavada e o chão varrido, quando você mora numa casa.

Desempenhe sua parte com fidelidade, fazendo seu trabalho para Jesus. Posso escrever-lhes de novo. Quero que as duas se esforcem para distinguir-se e ter o adorno de um espírito manso e quieto, que à vista de Deus tem grande valor. ...

Bem, adeus, minhas queridas meninas. Sejam bondosas; respeitem os outros que são mais velhos que vocês. — Carta 3, 1881.

Responsabilidade dos filhos quanto a cuidar da mãe idosa

Mary Chase era irmã de Tiago White. Durante a vida de Tiago, ele e Ellen cuidaram dessa irmã. Depois que Tiago morreu, Ellen White achou que não conseguiria continuar com a responsabilidade. Escreveu para a filha de Mary, Adeline Savage, desafiando-a a cumprir seu dever de cuidar da mãe.

Querida sobrinha, Adeline Savage:

Acho que você deve saber como está sua mãe [Mary Chase] no momento. Está muito fraca. Tem necessitado de cuidados constantes. Possivelmente, não terei condições de continuar cuidando dela.

Hoje saímos de Battle Creek para Otsego. Na próxima semana, espero, estarei em Chicago. No dia oito, devemos começar a longa jornada para a Califórnia. Fico triste por deixar sua mãe na sua presente condição de fraqueza. Proporciono a ela o melhor que posso. Comprei uma casa, que me custou mil dólares, e a mobilhei de modo simples, com os artigos necessários para uso dela. Deixamos uma família na casa — mãe, filho e filha. Eles têm direito a morar na casa em troca do cuidado para com sua mãe. Eu pago as despesas. Ano passado, sua mãe pagou as despesas, mas houve um acidente ao fazer fogo no fogão. O piso pegou fogo e me couberam setenta e cinco dólares pelos reparos.

O filho da senhora viúva que ocupa a casa está doente há cinco semanas. Durante esse tempo, sua mãe tem estado enferma, atendida por um médico e às vezes uma enfermeira, pois não recebe atendimento de ninguém da casa. Depois de muito pedir, fizeram fogo pela manhã, para que sua mãe tivesse um cômodo quentinho no qual levantar-se, porém mais do que isso não puderam fazer.

Se precisa de enfermeira, precisa arranjá-la. Ela tem apenas trezentos dólares, que se desfarão muito em breve. Ela precisa de roupa. Precisa de

Pág. 159

lenha. Tenho feito tudo o que posso, e mais do que deveria. Espero que vocês, filhos e netos, façam a sua parte. Na realidade, sinto-me mal diante do presente estado de coisas, e porque mãos de estranhos tenham que fazer por sua mãe os deveres que com justiça cabem a vocês. Quando vizinhos e amigos perguntam: “Ela não tem filhos que cuidem dela?” é muito embaraçoso responder: “Ela tem dois filhos e uma filha, netos e irmãos.” Então se faz a pergunta: “Por que os filhos não cuidam da mãe idosa, em sua fragilidade?” Não sou capaz de responder a essa pergunta, mas talvez você possa.

Tenho meu trabalho, que é falar e escrever. Estou em atividade constante e não devia pesar sobre meus ombros nenhum cuidado quanto à sua mãe. Investi vinte e cinco dólares em roupas porque sua mãe precisava delas. Encomendei lenha para o inverno, porque fui informada de que no inverno passado ela permanecia horas na cama durante o dia, para economizar lenha. O pouco dinheiro que ela tem disponível, fica relutando em usar, achando que pode adoecer por algum tempo como a mãe dela, e teme empobrecer. Não posso censurá-la por isso, pois, a julgar pelo passado, ela sente que simplesmente não pode depender dos filhos.

Sua mãe tem sido muito econômica. Não a deixarei sofrendo se você não fizer nada, mas se sua consciência estiver decidida quanto a essa questão, se deseja que no futuro seu registro permaneça no juízo como tem sido no passado acerca de sua pobre e velha mãe, não posso impedir. Mas Deus anota essa insensível negligência.

Deus considera os filhos dela responsáveis por esse dever negligenciado. Lamento, lamento muito que a questão seja assim.

Cristo julgará cada pessoa segundo suas obras. Ele identifica Seu interesse com Seus filhos sofredores e negligenciados. Ele diz a uma classe: “Tive fome, e não Me destes de comer; tive sede, e não Me destes de beber; sendo estrangeiro, não Me recolhestes; estando nu, não Me vestistes; e estando enfermo e na prisão, não Me visitastes. ... Então, lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a Mim”. Mateus 25:42, 45. Beneficência Social, 39, 40. É pronunciada a terrível expressão “Apartai-vos.”

Para aqueles à Sua direita, Ele diz: “Tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me”. Mateus 25:35, 36. Faz-se a pergunta: “Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar?” V. 37-39. Ele diz: “Sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. V. 40. Portanto, aquilo que se faz a seus necessitados irmãos, Cristo considera como tendo sido feito a Ele mesmo. — Carta 30, 1884.

Disponível também pela CPB