Comentário Bíblico
Adventista
A rainha-mãe - (cba)
Daniel 5:10
Desde a época de Josefo (Antiguidades, x.ll.2), comentaristas consideram esta "rainha" como a mãe ou avó do rei (ver PR, 527). De acordo com o costume oriental, ninguém a não ser a mãe de um monarca ousaria entrar na presença do rei sem ser chamada. Mesmo sua esposa colocaria a própria vida em risco se fi zesse isso (ver Ester 4:11,16). Cartas cuneiformes babilônicas escritas por alguns reis às suas mães mostram um notável tom respeitoso e revelam claramente a posição elevada que ocupavam as mães reais. Essa elevada posição de rainha-mãe também pode ser deduzida do fato de que quando, em 547 a.C., a mãe de Nabonido, avó de Belsazar, morreu em Dur Karâshu, no Eufrates, acima de Sipar, houve um prolongado luto oficial na corte. O fato de que ela morrera antes dos eventos descritos neste capítulo era desconhecido aos comentaristas que identificavam a "rainha" como a avó de Belsazar.
Ó rei, vive eternamente! - (cba)
Daniel 5:10
Ver com. de Daniel 2:4 sobre esta saudação comum.
Nota Adicional a Daniel 5 - (cba)
Daniel 5:1-31
Um dos maiores enigmas para os comentaristas bíblicos através dos séculos tem sido a identidade de Belsazar. Até 1861, não se havia desco berto nenhuma refe rência a esse rei nos registros antigos. O nome Belsazar era conhecido apenas pelo livro de Daniel e por obras que tomaram o nome emprestado de Daniel, como, por exemplo, o livro apócrifo de Baruque e os escritos de Josefo. Houve muitas tentat ivas de harmonizar a história secular com os registros bíblicos. A dificuldade se acentuou pelo fato de que várias fontes antigas alistavam os reis de Babilôni a até o final da história dessa nação, e todas mencionavam Nabonido, escrito de form as diferentes, como o último rei antes de Ciro, que foi o primeiro rei da Pérsia. Uma vez que Ciro conquistou Babilônia e sucedeu seu último rei, parecia não haver lugar para Belsazar na linhagem real. O livro de Daniel, contudo, coloca os eventos que imedi atamente precederam a queda de Babilônia durante o reinado de Belsazar, um "filho" de Nabucodonosor (ver com. de Daniel 5:2), que perdeu sua vida durante a noite da conquista de Babilônia pelos invasores medos e persas (Daniel 5:30).
- 2 Havendo Belsazar provado o vinho, mandou trazer os vasos de ouro e de prata que Nabucodonozor, seu pai, tinha tirado do templo que estava em Jerusalém, para que bebessem por eles o rei, e os seus grandes, as suas mulheres e concubinas. Daniel 5:2 30 Naquela mesma noite Belsazar, o rei dos caldeus, foi morto. Daniel 5:30
Das várias tentativas de se explicar as apa rentes discrepâncias entre o registro bíblico e outras fontes antigas alistam-se as seguintes (segundo Raymond P. Dougherty, Nabonidus and Belsazar, p. 13, 14):
Belsazar é (1) outro nome do filho de Nabucodonosor conhecido como Evil-Merodaque; (2) irmão de Evii-Merodaque; (3) filho de Evi i-Merodaque, portanto, neto de Nabucodonosor; (4) outro nome para Nergal-shar-usur, genro de Nabucodonosor; (5) outro nome para LabashiMarduque, filho de Nergal-shar-usur; (6) outro nome para Nabonido; e (7) filho de Nabonido e de uma filha de Nabucodonosor.
De acordo com outra opinião, defendida pela maioria dos eruditos críticos antes da descoberta do nome de Belsazar em fontes cuneiformes no final do século 19, o nome Belsazar era uma invenção do autor do livro de Daniel , que, como afirm am esses críticos, viveu na época dos macabeus, no 2° século a.C.
Essa lista de opiniões divergentes demonstra a natureza e extensão dos problemas hi stóricos que confrontaram os intérpretes do livro de Daniel, que parece apresentar mais dificuldades do que qualquer outro livro do AT. Uma das grandes vitórias da arqueologia bíblica do século 19 é que a identidade e o cargo de Belsazar foram completamente estabelecidos a partir de documentos da época, confirmando assim a confiabilidade de Daniel 5. A extrema importância dessa conquista demanda breve revisão do tema.
Em 1861, H. F. Talbot publicou alguns textos encontrados no templo da lu a, em Ur, no Journal of the Royal Asiatic Society (vol. 19, p. 195). Os textos continham uma oração ele Nabonido em favor ele Bel-shar-utsur, seu filho mais velho. Vários escritores, entre os quais George Rawlinson, irmão do famoso decifrador de escrita cuneiforme, identificou esse Belsharutsur com o Belsazar da Bíblia. Outros rejeitaram essa identificação, entre os quais o próprio Talbot, que em 1875 publicou uma lista de seus argumentos junto com uma nova tradução do texto, mencionando Belsazar (Records of the Past, vo!. 5, p. 143-148). Sete anos mais tarde (1882), Theophilus G. Pinches publicou um texto encontrado no ano anterior, que agora é chamado de Crônica de Nabonido. Esse texto descreve a tomada de Babilônia por Ciro, e afirma também que Nabonido ficou em Tema por muitos anos enquanto seu filho estava em Babilônia. Embora, na época, Pinches não tenha compreendido por completo o texto, e tenha identificado Tema incorretamente, que fica no oeste da Arábia, ele fez várias deduções acuradas sobre Belsazar. Ele observou, por exemplo, que Belsazar "parece ter sido comandante-em-chefe do exército, provavelmente tinha mais influência no reino do que seu pai e, portanto, era considerado rei" (Transactions of the Society of Biblical Archaeology, vol. 7 [1882], p. 150).
Nos anos seguintes, se descobriram mais textos que lançaram luz sobre as várias funções e importantes funções que Belsaza r, filho de Nabonido, desempenhou antes e durante o reinado do pai. Porém, nenhum desses textos chamava Belsazar de rei como o faz a Bíblia. Contudo, vários eruditos, com base nas evidências cumulativas, sugeriam o que, mais tarde provou-se correto, que os dois reis deviam ter sido corregentes. Em 1916, Pinches publicou um texto em que Nabonido e Belsazar foram invocados juntos num juramento. Ele afirmou que textos como esses indicavam que Belsazar deve ter tido "uma posição de vice-rei", embora tenha declarado que "ainda temos que descobrir qual a posição exata de Belsazar em Babilônia" (Proceedings of the Society of Biblical Archaeology, vo!. 38 [1916] , p. 30).
A confirmação de que havia uma corregência entre Nabonido e Belsazar finalmente ocorreu em 1924, quando Sidney Smith publicou o chamado "Relato em Verso de Nabonido", do Museu Britânico, no qual se faz a clara declaração de que Nabonido "confiou o reinado" a seu filho mais velho (Babilonians Historical Texts [London, 1924], p. 88; ver tradução de Oppenheim em Ancient Near Eastern Texts, Ed. por Pritchard [Princeton, 1950], p. 313). Esse texto eliminou todas as dúvidas de que Belsazar tinha sido rei e foi um golpe severo contra os eruditos da Alta Crítica que afirmavam que o livro de Daniel tinha sido escrito no 2° século a.C. O dilema deles se reflete nas palavras de R. H. Pfeiffer, da Universidade de Harvard, que declara:
"Presume-se que jamais saberemos como nosso autor soube[ .. . ] que Belsazar, mencionado apenas nos registros babilônicos, em Daniel, e em Baruque 1:11, que é baseado em Daniel, atuava como rei quando Ciro conquistou Babilônia" (Introduction to the Old Testament [New York, 1941], p. 758, 759).
A descoberta de tantos textos cuneiformes que esclarecem a respeito do reinado de Nabonido e Belsazar levaram Raymond P. Dougherty, da Universidade de Yale, a reunir todo o material, cuneiforme e clássico, em uma monografia, que foi publicada em 1929, com o título Nabonidus and Belsazar (New Haven, 1929, 216 p.).
Inscrições cuneiformes indicam que Nabonido era filho do príncipe de Harã, Nabu-balâtsuiqbi, e da sacerdotisa do templo da lua, em Harã. Depois de os medos e os babilônios terem conquistado Harã, em 610 a.C., a mãe de Nabonido foi , possivelmente, levada como uma distinta prisioneira ao harém de Nabucodonosor, de forma que Nabonido cresceu na corte sob as vistas do grande rei. É muito provável que ele seja o "Labineto" de Heródoto (i.74), que atuava como mediador da paz entre os lídios e os persas, em 585 a.C. Isso parece evidente a partir das seguintes observações: Heródoto chama o rei de Babilônia que reinava na época da queda de Sarcles, em 546, de Labineto (i.77). Mais tarde, ele identifica o pai do governante de Babilônia, na época ele sua queda em 539, com o mesmo nome (i.l88). Sabe-se que Nabonido era rei ele Babilônia, em 546, e também que ele era pai de Belsazar. O fato de, em 585, Nabonido ter sido escolhido para atuar como representante diplomático de Nabucodonosor era uma elevada honra, e mostra que o jovem deve ter sido um favorito do rei naquela época. É possível, como imagina Dougherty, que sua esposa Nitocris, a qual Heródoto descreve como uma mulher sábia (i.185, 188), fosse filha de Nabucodonosor com uma princesa egípcia.
Porém, a relação familiar entre Belsazar, filho de Nabonido, e Nabucodonosor ainda não está definitivamente estabelecida a partir de registros da época.
Devido à falta de informações mais completas , é impossível, no presente, determinar com precisão como devem ser entendidas as repetidas declarações de Daniel 5, de que Nabucodonosor era pai de Belsazar. De acordo com o emprego na Bíblia, "pai" pode significar também "avô" ou "a ncestral" (ver com. de 1 Crônicas 2:7). Sugerem-se três interpretações: (1) Nabonido era genro de Nabucodonosor, e Belsazar era neto de Nabucodonosor por parte de mãe. (2) Nabonido foi chamado de filho porque sua mãe pertencia ao harém de Nabucodonosor e, portanto, era seu enteado. (3) Belsazar era filho apenas no sentido aná logo de Jeú, rei de Israel, a quem as inscrições assírias da época chamam de "filho de Onri".
Registros cuneiformes lançaram muita luz sobre Belsazar, seu posto e suas atividades durante os anos em que foi corregente com seu pai. Depois de conferir o reinado a Belsazar, em 553/552 a.C., ou pouco depois (ver com. de Daniel 5:1), Nabonido conduziu uma expedição exitosa contra Tema, e residiu ali por muitos anos. Durante esse período, Belsazar atuou como rei em Babilônia e comandante-em-chefe do exército. Embora documentos legais continuassem a ser datados segundo os anos de reinado de Nabonido, o fato de os nomes de pai e filho terem sido pronunciados juntos em juramentos, ao passo que, no reinado de outros reis, usava-se apenas um nome, revela claramente o reinado em conjunto de Nabonido e Belsazar.
Informações de fontes seculares, brevemente esboçadas, confirmam a exatidão histórica de Daniel 5. Na conclusão de sua monografia sobre Belsazar e Nabonido, Dougherty expressou sua convicção:
"De todos os registros não babilônicos que tratam da situação no fim do império neobabilônico, o quinto capítulo de Daniel segue com precisão a literatura cuneiforrn.e quanto ao que se refere aos notáveis eventos. O relato das Escrituras pode ser interpretado como superior, pois emprega o nome Belsazar, porque lhe atribui poder real e porque reconhece a existência de um governo duplo no reino. Documentos cuneiformes babilônicos do 6° século a.C . proporcionam uma clara evidência da exatidão desses três pontos históricos básicos contidos na narrativa bíblica que trata da queda de Babilônia. Os textos cuneiformes escritos sob influência persa no 6° século a.C. não preservaram o nome de Belsazar, mas seu papel como príncipe herdeiro com poder real durante a permanência de Nabonido na Arábia é descrito de forma convincente. Dois famosos historiadores gregos do 5° e 4° séculos a.C. não mencionam Belsazar pelo nome e apenas insinuam vagamente a verdadeira situação política que existia na época de Nabonido. Anais gregos do início do 3° século a.C. até o 1° século a.C. não dizem nada a respeito de Belsazar e da importância que teve durante o último rein ado do império neobabilônico. Toda a informação encontrada nos documentos disponíveis com data posterior aos textos cuneiformes do 6° século a.C. e anteriores aos escritos de Josefo do 1° século d.C. não puderam fornecer material necessário para o contexto histórico do 5° capítulo de Daniel" (op. cit., p. 199, 200).
Comentário Bíblico
Ellen G. White e Outros
A rainha-mãe
Daniel 5:10
Deve se tratar da avó de Belsazar, que teria pertencido ao harém de Nabucodonosor.
Comentário Bíblico
Mathew Henry
Nota - (Mathew Henry)
Daniel 5:10-17
Daniel estava esquecido na corte; vivia de forma reservada e já era da idade de noventa anos. Muitos consultam os servos de Deus por causa de assuntos curiosos, ou para que lhes expliquem temas difíceis, mas não perguntam pelo caminho da salvação ou pela senda do dever.
Daniel rejeitou a oferta de recompensa. Dirigiu-se a Belsazar como a um criminoso condenado. Devemos desprezar todos os presentes e recompensas que este mundo é capaz de dar, contemplando pela fé como podemos fazer para que o seu final se apresse. Porém, cumpramos o nosso dever no mundo, e desempenhemos todo o serviço que nos é ordenado.
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- Análise em Cadeia 4 Os caldeus disseram ao rei em aramaico: Ó rei, vive eternamente; dize o sonho a teus servos, e daremos a interpretação Daniel 2:4 9 E disseram ao rei Nabucodonozor: Ó rei, vive eternamente. Daniel 3:9 6 Então os presidentes e os sátrapas foram juntos ao rei, e disseram-lhe assim: Ó rei Dario, vive para sempre. 21 Então Daniel falou ao rei: Ó rei, vive para sempre. Daniel 6:6,21 31 Então Bate-Seba, inclinando-se com o rosto em terra perante o rei, fez-lhe reverência e disse: Viva para sempre o rei Davi meu senhor! 1 Reis 1:31 17 Quando ela estava nas dores do parto, disse-lhe a parteira: Não temas, pois ainda terás este filho. 18 Então Raquel, ao sair-lhe a alma (porque morreu), chamou ao filho Benôni; mas seu pai chamou-lhe Benjamim. Gênesis 35:17,18 20 E, na hora em que ia morrendo, disseram as mulheres que estavam com ela: Não temas, pois tiveste um filho. Ela, porém, não respondeu, nem deu atenção a isto. 21 E chamou ao menino de Icabô, dizendo: De Israel se foi a glória! Porque fora tomada a arca de Deus, e por causa de seu sogro e de seu marido. 22 E disse: De Israel se foi a glória, pois é tomada a arca de Deus. 1 Samuel 4:20-22 4 Vós, porém, sois forjadores de mentiras, e vós todos, médicos que não valem nada. Jó 13:4 34 Como, pois, me ofereceis consolações vãs, quando nas vossas respostas só resta falsidade? Jó 21:34
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